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Perdoar para mudar

15 set

A essência da ética em tempos de relativismo é uma ética instrumental queaoPerdoar serve a interesses específicos e não contempla o conjunto da sociedade, manter os princí­pios e não se distanciar do que é justo, é preciso ter princípios claros e não se desvencilhar dos ressentimentos.

O que nos impede de ir ao encontro do outro, e ultrapassar as barreiras de uma lógica social cada vez mais individualizada, ou fechada em grupos, é a escuta, mas também o perdão.

Não permitimos que o outro supere os próprios problemas e erros cometidos e recome a sua vida a partir do perdão, e se possível até mesmo da reconciliação, abrindo-se ao recomeçar.

Também sobre isto disse Shakespeare: “guardar ressentimento é como tomar um veneno e esperar que a outra pessoa morra”, assim a primeira interessada no perdão é a própria que guardar rancores e ódios por toda a vida, envenenando-se.

É significativa a passagem em Mateus 28,21-22, ao responder a Pedro quantas  vezes se deveria perdoar, “Jesus respondeu-lhe eu não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.

Porém do ponto de vista social, a questão é mais ampla é preciso superar o passado, em especial no sentido da mudança, a vingança social é o mais grave empecilho para a mudança e permite retrocessos históricos.

Escreveu Sloterdijk em No mesmo barco, ensaio sobre hiperpolítica, fazendo alusão ao último homem de Nietzsche,  último homem no individualismo da era industrial não é apenas o positivista sociável que inventou a felicidade, com seu pequeno desejo diurno e seu pequeno desejo noturno … Eles vivem o sentimento de não retorno; o indiví­duo individualiza- do até o limite quer uma vivência que se autorrecompensa … “ (Sloterdijk, 1993, p. 88-89).

 
 

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