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Dualismo e Vida

29 set

O elevado conceito da ideia, muitas vezes muito bem construído racionalmente, AoDualnão é tão prático como se propõe, nem tão empírico quanto parece, está fundamentado na clássica divisão entre sujeito e objeto, dito de modo mais popular, entre o conceito pessoal de razão e sua aplicação na vida que está fora de si e de seu círculo fechado.
Não se trata de ausência de conflito, ou mesmo um monismo radical que unifique a tudo, o que é humano pode de certa forma separar-se do que é “natural” pelo simples fato que o que é natural não é o que seria originário da natureza humana ou de certa cultura, mas sua adaptação ao mundo que vive a cultura de certo tempo.
Entretanto o conflito que pode encontrar-se com o diálogo e dentro da hermenêutica, que pressupõe interpretações distintas, encontra um ponto de fusão, como descreve o método do círculo hermenêutico em Hans-Georg Gadamer, em seu livro “Verdade e Método”.
O dualismo do idealismo precisa sempre estar mudando sua prática e sua interpretação, por isso é pouco aderente à hermenêutica, quer a interpretação única da realidade, embora em seu próprio interior divide-se tanto a teoria e prática, por isso ele busca a conexão inexistente, pois idealismo é só má teoria, pois se aplicada é um desastre.
O que leva aquele que busca o diálogo e a “fusão de horizontes” da hermenêutica, a dizer um sim é justamente que crê que é possível superar o dualismo, por que não é e nem está em seu interior, ao contrário do dual que diz sim, quando na prática será um não.
Há uma bela parábola bíblica que explica bem a distancia entre estas duas fontes de respostas:  “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi.”, para mostrar observar a contradição farisaica Jesus pergunta: “Quem fez a vontade do pai?” (Mt 21: 28-31), claro que é o primeiro.
É como diz o cancioneiro popular brasileiro, “homem que diz vou, não vai, porque quem vai mesmo não diz”, ou até diz sim, mas com a vida.

 
 

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