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Estado Moderno, eticidade e valores

20 out

O conceito de eticidade e de estado dos posts anteriores foram para alertarACivilRightsPt que a quebra de valores, ao contrário do quem dizem muitos autores, não se trata de uma desconexão com a realidade ou mesmo uma falta de presença do estado na sociedade moderna, mas uma compreensão inexata da complexidade do mundo moderno e seus valores.

A Eticidade hegeliana, definida como “… a ideia de liberdade enquanto vivente bem, que na consciência de Si tem o seu querer e o seu saber” (Hegel, 1997)

Paul Ricoeur (2008) apresentou a justiça tanto como regra moral como sendo uma instituição, como é no estado moderno, mas estabeleceu uma distinção clara entre as duas: chama a segunda a dialógica do Si (uma vez que é mediada por uma Instituição, no caso, o Estado), e cita um adágio em latim: “suum cuique tribure – a cada um o que é seu”, mas vê também uma lógica hierárquica onde há predicados qualificadores da moralidade humana.

A armadilha feita pelos fariseus montada para que Jesus falasse contra a “lei” romana, ao perguntarem se era justo pagar imposto caiu por terra, pois Jesus tinha claro estas duas distinções de Justiça e disse “dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21).

Em tempos de Estados corruptos sistemicamente é preciso diferenciar a lei moral horizontal e o respeito ao Outro em planos distintos, e devemos guardar mais forte este plano do respeito ao Outro, onde há claramente uma lei Moral maior: não faça ao outro o que não gostaria que fosse feito para você, regra de ouro, em muitas religiões e culturas.

Conservar valores básicos é fundamental, senão ficamos no plano da “eticidade”.

HEGEL, G.W.F. Enciclopédia em Ciências filosóficas em epítome. Trad. A. Mourão, Lisboa: Edições 70. 1997.

RICOEUR, P. O Justo 1: A justiça como regra moral e como instituição. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins, 2008.

 

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