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Estado, cultura e complexidade de valores

19 out

Não havia a complexidade do mundo contemporâneo antes dos meios deaCulture comunicação em massa e das modernas mídias digitais, porque além da lentidão que o processo se difundia, também era possível maior controle da “cultura” e dos “valores”, assim aquilo que se definiu até hoje como estes conceitos é preciso um novo olhar, ao menos de maior diversidade.
Como em outros tópicos definimos que a complexidade é uma herança da biologia, se pensamos cultura nestes termos ela é um tecido vivo onde há o cultivo de células contendo os nutrientes adequados e as condições propícias de sobrevivência da vida daquele organismo.
Podemos articular a complexidade com o conceito antropológico de Edward B. Tylor (citado por Roque B. Laraia) como  “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
O que se define como multicultural, inculturação ou massificação, tem na sua base quase sempre alguma dose de preconceito das culturas originárias e de seus reais valores, diria que de certo modo há algum desrespeito a cultura de povos “não civilizados” ou não “evoluídos”.
Se é um fato que promoveu-se através dos meios de telecomunicação de massa, é também um fato que a visão mundial de diversas culturas nos possibilita um maior respeito e compreensão a diversidade, e que não façamos uma mixagem ou não compreensão da cultura originária.
Cultura originária é de modo bastante amplo aquela que dá identidade a um povo, e qualquer processo educativo que a desconsidere é de certa forma uma massificação, e uma desconstrução de seus valores, mas ela não se reduz ao espaço territorial e este muitas vezes é questionável, por exemplo, os pampas gaúchos nos limites do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina tem em geral, uma cultura muito próxima.
São culturas originárias a cultura árabe, a anglo-saxônica, a latina, mas também aquelas que ultrapassam limites continentais como a islâmica, a judaico-cristã, o hinduísmo, o budismo, e isto se traduzem numa complexidade que deve ser levada em conta quanto aos valores sociais.
A crise de valores é, de certo modo, porque os ideais iluministas do Estado Moderno se sobrepuseram aos valores originários culturais dos povos onde estabeleceu-se o “Espírito das Leis” e ignorou-se aquilo que aqueles povos já tinham em suas raízes antropológicas.

 

 

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