RSS
 

O mal simbólico e o paraíso perdido

19 fev

A reflexão do mal simbólico feita pelo filósofo francês Paul Ricoeur remete ao estudo da linguagem e o uso da hermenêuticaadamicSymbols para dizer o que é a manifestação do mal na realidade, não se trata só da violência, mas essencialmente do mal em diversos níveis da realidade.

Ao explorar a função simbólica do mal, recorreu aos mitos primários como a queda de Adão que se revela na necessidade de reconhecer o símbolo como meio de compreender a realidade, no caso do mito adâmico, as três grandes religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.

Expurgar o mal além do sentido ontológico que tratamos nos posts anteriores, e caminhar para o entendimento das implicações éticas que se pautam pela busca da tomada de consciência de si, parecem vazias e mal explicadas, são as raízes da violência, quando não reconhecem o “símbolo”.

A ideia presente no mito adâmico da expulsão do paraíso, e que isto se dá pelo uso do “fruto proibido” já foi cantado em prosa e verso em livros (Eça de Queiroz escreveu Adão e Eva no paraíso), músicas e até mesmo tratados filosóficos como o de Paul Ricoeur na atualidade, porém a incompreensão desta presenta no “ser” ou nas esferas de imunologia como quer Petr Sloterdijk, parecem desconhecer os conceitos de “valor” e “riqueza” como querem Edgar Morin e Patrick Viveret (Como viver em tempos de Crise).

Longe de apelos apocalípticos é preciso compreender a complexidade do percurso atual da história humana, é sim uma crise com aspectos profundos, mas são aqueles momentos em que uma grande virada se anuncia, a nosso ver a “virada ontológico”, uma mudança de raízes profunda em nosso ser, e isto não tem nada de líquido e será bastante sólido.

A humanidade já deu grandes saltos, nos períodos das grandes civilizações do oriente: os Persas, os Babilônicos e os Egípcios, mas nas civilizações latino americanas também: Astecas, Incas e Maias.

Estas civilizações descaíram, mas outras a seguiram por caminhos diversos, o que parece falso é o paradigma desenvolvimentista, pois ainda que seja desconhecido o humano é prevalente ao desenvolvimento e às novidades, fizemos muito no período da modernidade, mas suas idealizações do Indivíduo, do Estado e da propriedade individual parecem agora falsas, e não significa necessariamente uma saída pelo modelo socialista, mas sem dúvida significará alguma saída coletiva, o ser-aí individual parece do-ente, e algo mais presente na relação ser-com-outro ética parece um caminho viável para o desenvolvimento de uma humanidade nova.

 

Comentários estão fechados.