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Qual o sentido da vida ?

23 abr

Edgar Morin e muitos outros pensadores como Habermas, dizem que é necessária uma educação, uma filosofia da vida, mas a questão do que é a vida não é simples.

Muitas vezes quando estamos diante de um problema grave, de uma perda ou de uma mudança radical em nossas vidas perguntamos qual o sentido da vida, a questão sem uma resposta definitiva foi enfrentada por muitos filósofos, romancistas, teólogos e poetas.

Lembro a Canção do Tamoio de Gonçalves Dias, “não chores meu filho, não chores que a vida é luta renhida, viver é lutar …”, embora fosse só uma poesia ela me ajudou ao longo da vida.

Shopenhauer (1851) e Tolstói (1886) refletiram o fato que nossas vidas acabam com a more, então é impossível pensar num tema sem o outro, uma vez que a vida termina num ponto, tem uma finitude, nos remete para a infinitude e com certeza isto fez todos os povos pensarem na além-morte, em suas cosmogonias.

A crença em Deus e numa vida após a morte alivia a situação, ao ponto de alguns filósofos admitirem que se Deus não exista, a vida humana é um absurdo, mas Albert Camus e Thomas Nagel acentuaram a pouca significância objetiva de nossas vidas, então caminhamos na direção diferente do infinito, o Nada, o niilismo, mas o conflito entre eles desperta a Ek-sistência, eu Martin Heidegger sublinhou no Ser e o Tempo.

O existencialismo é fundamental, pois o pensamento na linha de Camus, leva a viver o que ele descreveu como “homem absurdo” aquele que vive a vida “sem apelo”, na visão dele esta pessoa abração a vida o mais plenamente possível, mesmo sem esquecer ou negar algum fundamental racional da mesma, este é no fundo o caminho do niilismo.

O pensamento de Nagel é mais cosmológico, ao sabor de alguns no nosso cotidiano, como o brasileiro Mario Sergio Cortella, o reconhecimento de nossa insignificância perante o cosmos, a luz deste pensamento que parece ir na direção do infinito, e não vai, evita a atitude exagerada e dramática, sendo a ironia a mais apropriada, é uma forma de cepticismo.

Ambos os caminhos são atraentes porque são facilitadores, pensar sobre a essência, isto é o que “é” das coisas da vida e do mundo, e o que de fato “são”, ou seja, o que é o “ser” neste mundo diante do cosmos e do infinito?

Este caminho remete também a questão do princípio, o que já fomos e de onde viemos, não deve estar deslocado do tempo, mas construído no tempo.

Schopenhauer, A. As dores do mundo (1851 primeira publicação). Veja o pdf

Tolstoi, L. A Morte de Ivan Ilitch (1886 primeira publicação). Veja o pdf .

 

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