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O imaginário, a crença e a fé

29 jun

Imaginário vem de imagem, as descobertas mais recentes do homem do paleolítico, como a caverna de Chauvet em dezembro de 1994, revelam uma alma humana desde o princípio envolta em imagens e no imaginário, praticamente todas as culturas existem a absurdidade.

A modernidade foi a primeira tentativa em criar uma sociedade totalmente distante de qualquer “superstição”, o “sapere audi” ousar saber, sobre o qual sentenciou Max Weber o “destino dos nossos tempos é caracterizado pela racionalização e intelectualização e, sobretudo, pelo desencantamento do mundo”.

O imaginário nos leva além, como disse também Max Weber: “A história ensina-nos que o homem não teria alcançado o possível se, muitas vezes, não tivesse tentado o impossível” e felizmente há “teimosos” poetas, artistas que também estão presentes no mundo digital, que insistem no imaginário, no virtual e até no impossível.

Este ir além significa ter esperança e fé, como aquela descria pelo evangelista Mateus, que respondia aos apóstolos sobre as dificuldades dele: “Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu asseguro que, se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada será impossível para vocês.” Mt. 17:20.

Como diz a sabedoria popular: a fé remove montanhas, mas também há uma dose de extraordinário, algo inesperado, que é justo o encantamento do mundo, a alma humana quer ser surpreendida, busca isto em shows, teatros, cinemas e outras formas de manifestação.

Um mundo descrente do extra-natural (para não especular sobre o sobrenatural), é parte do mundo contemporâneo, afinal os desconfiados, os críticos da realidade e do desencantamento do mundo atual não fazem outras coisas que não profecias, pois geralmente estão falando de um futuro, mas de forma negativa e apolítica.

Afinal não se pode dizer se Paulo de Tarso realmente perdeu a visão e depois a recuperou, se estava preso e um anjo apareceu para libertá-lo ou não, o certo é que depois ele continuou a viver, então de alguma forma a fé o salvou, curiosamente o que Jesus mais repete e não há uma só passagem em que afirmasse: “Eu te salvei”, então é você que se salva, se quiser.

 

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