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Cinismo e verdade nua

21 ago

Disse Sloterdijk sobre a forma de violência contemporânea que usa o corpo, referindo-se a tentativa de emudecer Theodor Adorno; “Não foi a violência nua que emudeceu o filósofo, mas a violência da nudez”, e isto lhe impulsionou a escrever a Critica da razão cínica.   

Os comentários posteriores ao livro, Sloterdijk discorreu sobre a transformação social e o porque ela lhe estimulou ao livro, em entrevistas ao Fronteiras do Pensamento, a verdade, em uma sociedade cuja cultura é grande parte por muitas formas de encobrimentos, surge um desnudamento agressivo e involuntário.

Há nela um rastro de considerações exageradas que levam a tentativa (ele diz que é afirmativa) na fundamentação que ela possa ser totalmente verdade, a expressão usada como tentativa de salvar o “esclarecimento” e os argumentos da Teoria Crítica, os paradoxos do método salvador cuidam para que não permaneça com uma primeira impressão.

A ideia que me parecia ir do Esclarecimento ao cínico, o próprio autor afirma que a própria investigação do cinismo se transforma na fundamentação de uma ausência de ilusões, seu comentário me esclarece as inúmeras paradas e retomadas de um livro denso e instigante.

O esclarecimento diz o autor, sempre significou a desilusão no sentido positivo e, na medida que progride, tanto se torna mais próximo a um instante no qual a razão é uma afirmação.

Segundo o autor a neurose europeia concebe a felicidade como uma meta e o empenho racional como um caminho até ela, é preciso quebrar sua compulsão, é preciso dissolver o vício crítico do aprimoramento, e isso em favor do bem, do qual desviamos tão facilmente em longas marchas.

A síntese do autor sobre a atmosfera cultural de nosso tempo é uma mistura de cinismo, sexismo, “objetividade” e psicologismo formada na superestrutura do Ocidente: uma atmosfera de crepúsculo, boa para corujas e para a filosofia.

 

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