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O Palácio de Cristal e a era digital

10 set

Byung Chull Han descreve em suas que os conceitos de telecomunicações, ela foi anterior e fundamental para a internet, deve ser refletida com grande seriedade ontológica, pois é ela que designa a forma processual de densificação em números de interações e valores monetários, calcula-se que há dez milhões de e-mails por minuto e um trilhão de dólares ao dia (VÁSQUEZ ROCCA, 2012).

Esta alta densidade ocorre tanto na possibilidade maior e mais fácil de encontro entre agentes, quer na forma de transações (relacionais?), quer na forma de colisões, e isto descreve de certa forma o que lembra o chamado de Palácio de Cristal (idem).
O Crystal Palace de Londres, em 1850, já abrigava Exposições Universais e também centros de recreações que eram dedicados a “educação do povo”, esta sofisticada arquitetura, uma das mais imponentes do século XIX, antecipava um capitalismo globalizado e pretendia a absorção total do mundo que era produzido, muito antes da era digital.
Cita-o Dostoiévski e Walter Benjamin ainda mais frequentemente, e Sloterdijk (2005) usa-as em um artigo onde usa a ideia de Dostoiévski que encontro ali o culto a Baal como símbolo consumista e hedonista, onde uma doutrina das “finalidades” como um dogma do consumo.
Sloterdijk faz uma conexão com Benjamin: “O poder da metáfora do palácio de cristal de Dostoiévski para a filosofia da história é melhor medido quando justaposto à interpretação de Walter Benjamin das arcadas parisienses. A comparação é sugestiva porque num caso como no outro uma forma arquitetônica foi proclamada como a chave para o capitalismo. condição do mundo” (SLOTERDIJK, 2005, P. 279).
Será Byung Chull-Han que resolve esta dualidade ao estabelecer que há sempre um “mistério” que é desvelado e que isto é parte do belo e da verdade, que aos poucos se desvela.
É preciso pensar que apenas 4% do universo é conhecida, aquele da chamada da matéria bariônica, aquela composta de protóns, eletróns e neutrons, além de algumas subpartículas, a matéria escura que em parte é também bariônica e a chamada energia escura, uma força de ação repulsiva que permeia todo o espaço, são praticamente desconhecidas.

SLOTERDIJK, P. Crystal Palace. Chapter 33 of in Globalen Inneren Raum des Kapitals: Für eine philosophische Theorie der Globalisierung (In the Global Inner Space of Capital: For a Philosophical Theory of Globalization). Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2005, pg. 265-276.
VÁSQUEZ ROCCA, Adolfo, “Sloterdijk: Modelos de comunicación ocultoarcaicos y moderno-ilustrados. Para una época de ángeles vacíos. Nómadas. Revista Crítica de Ciencias Sociales y Jurídicas, 2010 Disp.: http://www.ucm.es/info/nomadas/26/avrocca.pdf, Acesso em: setembro de 2018.

 

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