Cosmologia, Cosmovisão e diálogo
A origem da palavra grega “kosmos” está ligada a ideia de ordem, universo (ou multi), beleza e harmonia, também o cosmo através da posição das estrelas ajudaram a organizar o calendário na origem da história humana, hoje pode estar ligado também as cosmogonias e visões do início e fim do uni-multiverso, da natureza e do homem.
A ausência de uma cosmovisão empobrece também a visão do Ser, Emanuel Lévinas examinando o tema fez em seu livro Ética e Infinito, uma crítica radical da categoria da totalidade, típica da filosofia ocidental que levou ao culto do Mesmo e do Neutro, do pensamento absoluto que levou a tiranias e ideologias totalizantes.
Na Física aristotélica, anterior a física moderna e impensável naquela momento uma astrofísica do multiverso, ele elaborou um modelo estático, de eterno fluxo do devir, submetido a uma ordem, a revolução copernicana colocou tudo em movimento, e a astrofísica moderna recuperou o modelo do “infinito”, onde a matéria e a energia escura dominam 96% do universo.
As cosmogonias são fundamentais para entender a formação de culturas e pensamentos religiosos de diversos povos, as lendas e mitos geralmente podem ser pensadas em torno de uma metafísica, e as crenças que as tornam possíveis como explicação do mundo.
A cosmovisão está presente em qualquer forma de pensamento, assim o materialismo, o idealismo e o espiritualismo são cosmovisões, como uma apreensão parcial da totalidade e a solução e encontro do Outro são feitos em função desta cosmovisão.
Assim num diálogo de culturas, imperativo para um mundo globalizante e a exigência de uma cidadania global ainda que não reconhecida, é necessário esclarecimentos desta cosmovisão, de modo não totalizante e ao mesmo tempo que admita o infinito como mistério e devir.
Encontramos no Dicionário básico de Filosofia (Jupiassu, Marcondes, 2008) que a cosmologia supõe a possibilidade de um conhecimento do mundo como sistema e como expressão de um discurso, o postulado de uma totalização do mundo, se feito pelo saber, torna indispensável a ideia de uma eventual cosmologia do próprio saber.
JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
O video below mostra a visão cósmica de David Southwood da ESA (European Space Agency):