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A lista do essencial

02 jan

Carregamos demasiados fardos, não apenas as malas, sacolas, até mesmo livros e afazeres em excesso, porque o mundo contemporâneo tem dificuldade de elaborar a lista do essencial.
Cuidar dos pequenos afazeres domésticos, não os deixando só por conta dos outros, levar o trabalho a sério e ter tempo para descanso, tratando também daquilo que pode nos tirar do stress e da ansiedade da vida cotidiana, ter tempo para os familiares e para meditar, contemplar ou mesmo apenas pensar.
Os quadros, pinturas e música barrocos parecem falar de um mundo parado, calmo demais para meu gosto diriam alguns, mas os aspectos de flores, “bodegons” e natureza morta indicam uma outra coisa que se tem dificuldade de perceber nos dias de hoje: fluxo de energia.
Não é a energia da força, mas a da alma e do espírito, aquela que de fato pode nos colocar no essencial diante de uma vida tão atribulada, cheia de conflitos e de valores contraditórios, até mesmo que os apregoa tem dificuldade de viver, é o fluxo do dia-a-dia, que não é fluxo de vida, de energia se pode dizer da arte barroca.
Alguma forma de espiritualidade e de bem estar interior é responsável pela harmonia e vida no exterior, ainda que o cotidiano nos empurre no sentido contrário, é preciso ter a capacidade de “sair do convencional” para estabelecer a lista do essencial.
Ao receber o pedido dos apóstolos para ensiná-los a rezar, poderíamos pensar em meditar ou mesmo apenas pensar para pessoas que não tem referencial religioso, pode-se para todos indicar o Pai Nosso, aquele que está nos “céus” não distante, mas contemplativo e no Ser.
Que seja santo o seu nome, em termos atuais, que seja sempre presente a meditação e a contemplação, venha o teu reino de paz e harmonia, senão exterior para o qual lutamos, ao menos o interior para enfrentar as dificuldades conjunturais.
E por último trabalhemos para o pão de cada dia, sem procurar o excesso e o consumismo, que sejamos capazes de perdoar e ser perdoados para ir além do conflito do dia-a-dia.
E livra-nos do mal da guerra, da destruição da natureza e de todos os males sociais.

 

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