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A cura com-o-Outro

25 mar

O psicólogo Carl Jung dá uma sentença ampliada daquela que muitas já disseram, entre eles Gandhi: “Não se pode ferir o outro sem ferir a si próprio”, assim também acrescentou Jung: “aquele que cura o outro, cura a si próprio”, em tempos de pandemia é bom pensar isto.

Os insensatos dizem, os mais velhos e doentes são o grupo de risco isto iria acontecer mesmo, porém mais pessoas infectadas e maior é o contágio social, e mais pessoas fora do “grupo de risco” são atingidas, estamos no momento exponencial nas Américas, é hora de cuidar-se.

As economias estão ruindo é verdade, mas junto com ela os modelos idealistas que já estão em crise a muito tempo, a agonia veio em função da fragilidade em que se encontravam, não se trata deste ou daquele modelo, todos os modelos atuais são centrados na “economia’ e no desenvolvimento, inventou-se durante um tempo o desenvolvimento sustentável, mas a natureza mostrou que este modelo é insustentável e os recursos são esgotáveis.

Voltemos a doença, fonte da cegueira atual, e prolongamento da crise cultural e noite de Deus, os apelos e profecias não faltam em todo canto, querem sinais e milagres como na cultura judaica do tempo de Jesus, porém o sinal está aí e é a cegueira que nos impedem de enxergar.

A crise era das mídias, ou das redes que são coisas distintas, agora são a salvação para manter os contatos com a devida distância, manterem empresas e escolas funcionando, não eram o mal.

Claro que não, a perda das relações independem dos meios (as mídias) que usamos, e colocar-se em rede agora parece mais claro é colocar primeiro diante dos mais próximos, cuidar e se ocupar deles, coisas que lembramos de serem feitas pelos nossos avós, que pareciam fechados e atrasados.

Salvar a economia mesmo que as pessoas morram, eis o fundamento de um mundo onde no fundo é a economia que todos estavam preocupados, talvez uma minoria pensasse realmente no bem estar e no equilíbrio da vida vivida na essência, sem luxo e com um certo “conforto”.

Por força das circunstâncias temos que pensar assim, afinal o oecomicus (em grego: Οικονoμικός), do escritor Xenofonte é um diálogo socrático que trata da economia doméstica e da agricultura, sim a economia evoluiu, mas não devia ter perdido suas origens, afinal ninguém foi aos shoppings, mas aos mercados para comprar a comida e poder #ficarEmCasa.

O tempo será curto, mas as crises ensinam pela tensão que as pessoas vivem, claro há gente que não acredita e pensa que é só uma gripe e vai passar logo, felizmente apesar de alguns governos irresponsáveis, a vigilância sanitária e os grupos médicos e governos locais estão trabalhando.

Não temos só que nos curar, é preciso curar e cuidar do outro, pois as consequências serão para todos, a descoberta desta interdependência é saudável para um mundo que começava a se fechar em nacionalismos e mentalidades autoritárias.

 

 

 

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