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A felicidade a partir da  beatitutde, da pureza e do amor

30 out

Toda a argumentação contemporânea sobre a felicidade quando não desce ao fundo do poço da barbárie, é ligá-la ao consumo, aos bens materiais e ao prazer.

Por isso beatitude se distanciou da felicidade, embora na raiz ocidental da antiguidade clássica (Eudaimonia) seja comum, na “Etica a Nicomaco” Aristóteles estabelece: “Quanto ao seu nome, a maioria está praticamente de acordo: felicidade o chamam, tanto o vulgo como as pessoas cultas, supondo que ser feliz consiste em viver bem e ter sucesso”,  mas esclarece em outro ponto que não é a riqueza: “A vida (…) dedicada ao comércio é contra a natureza, e é evidente que a riqueza não é o bem que buscamos; com efeito, ela só existe em vista do lucro e é um meio para outra coisa”, mas neste ponto dirá que é o prazer.

Põe-se a questão do que é o fim desta busca, se é sucesso, honra, reconhecimento, no final o que percebemos é que “Se, de fato, o bem fosse uno e predicável em geral, e subsistisse separado, é evidente que não seria realizável nem adquirível pelo homem; mas é justamente isso que nós buscamos”, qual é este fim.

Em qualquer escatologia perecemos e se a morte é apenas um fim trágico e final, seria bom tirar o máximo desta vida e nem mesmo valores como honra e sucesso não valeriam de nada, apenas se estes resultassem tendo como fim o “prazer”, e não é então humildade, compaixão e participar da felicidade alheia são beatitudes que resultam também em nossa própria felicidade.

Assim aqueles que buscam apenas a própria felicidade em nada favorecem a própria uma vez que não tem ocasião de compartilhar e o prazer egoísta é uma felicidade apenas parcial, as bem-aventuranças no clássico Sermão da Montanha apontam para outra felicidade, aquela que os idílicos e hedonistas procuram negar, mas que aqueles que realmente a experimentam garantem que há uma felicidade equilibrada e sempre presente, um gáudio e uma paz para os que a praticam.

O Sermão da Montanha é um clássico aos que acreditam e podem muito bem servir de meditação para os que buscam uma felicidade efetiva e plena:

os pobres em espírito

os que choram

os humildes

os que têm fome e sede de justiça

os misericordiosos

os puros de coração

os pacificadores

os perseguidos por causa da justiça

Pois estes serão consolados, receberão a terra por herança, serão fartos pela justiça que finalmente será alcançada, terão misericórdia e serão chamados “filhos de Deus”, para os que creem a maior bem-aventurança, foi a verdade central e escatológica anunciada para toda a humanidade.

A história ou caminha para lá ou teremos um processo de crise muito maior que a atual pandemia, que os ciclos horrorosos de guerra, e não serem felizes.

 

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