Arrependimento, graça e gratidão
Quando conseguimos nos encontrar com o Outro, perdoá-lo e também arrepender naquilo que não foi bem neste encontro, encontramos espaço na vida para a graça e a gratidão, não por acaso um é derivativo do outro.
A gratidão não exclui mas supera sentimentos ruins de nossas vidas, também o excesso de positividade pode levar as exigências e aos perfeccionismos que não levam a um encontro, mas a exclusão do Outro, tolerar pequenas faltas, que muitas vezes são só diferenças, é necessário para alcançar a graça, e a graça quando chega até nós deve encontrar a gratidão.]
Muitos lembram de pedir graças, quando não pedem a Deus, pedem a alguma forma de falsa mística ou falsos deuses, encontrar energias cósmicas, que de fato existem, mas só terão uma ex-sistência se estiver diante do Ser, aquele que é e aquele que sempre foi, afinal a teoria mais atual da física é que antes do Big Bang já havia algo, então algo além desta ex-sisência, um puro Ser.
Assim uma verdadeira filosofia da graça deve levar a gratidão, não é apenas o Universo e a sorte que conspiram, ou mesmo algum “segredo” que seria a pura positividade, ela pode ser ilusória.
Assim a gratidão afasta os sentimentos de maldade e intolerância de nossas vidas, inclui as pessoas que de fato são boas e aumentam nossa potencialidade para as boas virtudes.
Na passagem bíblica em que 10 leprosos são curados, somente um volta para agradecer a Jesus,
Ao vê-lo Jesus pergunta onde estão os outros (Lc 17,17-19): “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.
A ingratidão não apenas afasta a graça, mas explica sua ausência e a dificuldade de conviver em ambientes de harmonia, sinceridade e paz.