Meditar, orar ou rezar
Não há espaço na vida contemporânea para um tempo de cuidados com a vida interior, a agitação e a cobrança da “sociedade do cansaço” impele o homem a uma ação nem sempre com muito sentido, é preciso em muitos casos um espaço de tempo para a vida pessoal.
Pode parecer alienação, ou mesmo algo inútil, mas há inúmeras enfermidades humanas que só crescem na sociedade: depressão, ansiedade e até mesmo o uso de drogas químicas são muitas vezes resultado de um processo de um vazio interior que não é preenchido, claro há casos que são puramente clínicos e precisam de um cuidado especializado, porém um sentido vida é necessidade humana.
O momento de conflitos e aumento da tensão social só agrava estes fenômenos do homem moderno, um dos processos que tem se enfrentado socialmente é o de tratamentos com vistas a uma maior saúde físico e mental, políticas públicas são necessárias para isto.
Porém os que estão mais saudáveis, em todos há sempre uma lacuna de vazio a ser preenchida, devem também se cuidar para que a vida “interior” não sucumba à pressão da vida social complexa e com perigos constantes.
Assim o cuidado com a vida interior, além da saúde física, deve se atentar para aspectos humanos que são fundamentais, um deles é o recurso da meditação, oração ou reza, depende do tipo de cultua que cada pessoa tem, porém todos tem esta necessidade.
Nas passagens bíblicas em que ocorrem processos de grandes diálogos públicos, quer seja dos profetas, juízes, reis ou oráculos, há sempre um espaço reservado para o sagrado, o homem diante do infinito e para quem crê, diante de Deus
A passagem em que é contada a parábola da viúva que insiste com um juiz injusto que trate do seu caso, é o caminho não da justiça social como pode parecer, mas para dizer o fato que aqueles que pedem a Deus por seu “caso” serão ouvidos, no caso do juiz injusto, para que a viúva não o perturbe mais.
Diz a passagem (Lc 18,2-8):
“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”.
A oração é um pedido ao Deus justo que ouça a alma e acalme o interior de quem a faz.