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A problema original de Chardin

27 dez

Não foi o fato que Chardin concilia a visão criacionista da origem do universo com a visão evolucionista do Big Bang, embora também polêmica, foi o pecado original que deu origem a uma visão de desconfiança sobre a visão da noosfera em Teilhard Chardin.

Em um artigo publicado em 05/06/2018 por Edward W. Schmidt, S.J., na revista America, ele escreveu: “A descoberta e publicação da obra de Teilhard preencheram uma lacuna com uma valiosa documentação na história do acadêmico”, e falava da questão do pecado original.

Seu trabalho chamou a atenção da Cúria dos jesuítas e do Santo Oficio (antecessor da atual Congregação parra a doutrina da fé) e ali devia assinar seis declarações sobre pontos de seu pensamento que o Santo Ofício entendia como conflitante com o ensino tradicional da Igreja, desde o Concílio de Trento até o Concilio Vaticano I, a declaração que Chardin assinou dizia que “toda a raça humana tem sua origem a partir de um protoparente, Adão”, com dificuldade ele assinou, porém com o adendo “com fé somente”.

As Seis Proposições estava perdidas até 2007, quando foram descobertas por jesuítas em Roma que tiveram acesso com autorização do papa Bento XVI, também encontraram uma carta de Teilhard para o Superior Geral da época, Wlodimir Ledochowski, na qual o jesuíta francês explicava o que defendia sobre o pecado original, em português: “Nota sobre alguns possíveis conceitos históricos de pecado original”.

Quando foi revogada em 2017 o “monitum” (uma espécie de correção), o historiador italiano Alberto Melloni, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação de ciências Religiosas João XXIII, de Bolonha escreveu: “Hoje o Pontifício Conselho para a Cultura pede que se revogue o monitum sobre Chardin: pedido justo e fácil. Ao contrário, foi menos fácil revogar uma mentalidade que se iludia de exorcizar com as condenações o risco de ligar e desligar fé e culturas, oferecendo o dom da esperança.”

Sem entrar no mérito das proposições de Chardin, há uma referência do Papa Bento XVI, por ocasião da festa da Santíssima Trindade, a conceitos de Chardin: “Em tudo o que existe, encontra-se impresso, em certo sentido, o “nome” da Santíssima Trindade, pois todo o ser, até as últimas partículas, é ser em relação e deste modo transluz-se, em última instância, o Amor Criador” e mais a frente diz que “o ser humano tem no próprio ‘genoma’; um profundo selo da Trindade, do Deus-Amor”

 

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