Dilemas sobre a paz na Europa e Oriente Médio
O primeiro grande dilema, embora bastante é obvio, não tem respaldo na grande imprensa internacional: falta forças que queiram a paz de modo equidistante dos países em conflito.
Outrora a ONU poderia representar este papel, mas com lutas internas entre as grandes potências este poder está limitado a discursos e tentativas de sensibilizar as partes em guerra.
O segundo grande dilema vem de um sério equívoco que é comum ver em forças belicistas: se deseja a paz prepare-se para a guerra, pois é justamente o contrário, se deseja a paz lute por ela.
Além dos países em conflito, todas as regiões fronteiriças se acham sensibilizadas para a guerra, no leste europeu por exemplo, foi notícia na imprensa alemã, que a Estônia que possui apenas 6.500 militares na ativa e uma população de 1,3 milhão de habitantes, fez a simulação de um plano de evacuação recente para retirada da população, embora 60% dos cidadãos se digam dispostos a defender o país, não teriam preparo militar para isto.
Uma curiosa estrutura de defesa foi implantada na fronteira de muitos países bálticos (foto do jornal alemão DW – Deutsche Welle) instala na fronteira, não se sabe a eficácia, mas é para a guerra, a proximidade da Ucrânia e da Rússia faz vários países bálticos se preparem para o pior.
Em meio a ataques israelenses e pouca ajuda pública, são forças ativistas que estão no Líbano que entram em ação, ainda que politizada e insuficiente para as pessoas necessitadas, é o que tem mantido a ajuda humanitária no país, há denuncias inclusive de ser um “negócio” para a Síria, segundo o mesmo jornal DW militares e forças de oposição na Síria cobram valores exorbitantes para o transporte de, refugiados fugindo da guerra.
Isto induz a um terceiro e grave dilema, a cruz vermelha e o crescente vermelho (versão árabe da cruz vermelha) embora não aceitem a polêmica religiosa, é ela que divide forças de ajuda.
O quarto dilema é resolver a questão de fundo ideológica e cultural-religiosa de fundo nos conflitos, o sociólogo Raymond Aron proferia no período da guerra fria (EUA x União Soviética) uma frase mundialmente conhecida: “A guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a paz, impossível”, o dilema agora é inverso: “a paz é improvável, e a guerra possível”, as forças imperialistas em jogos não cederão com facilidade os interesses disputados.
Como pensar na paz, parece um caminho árido e pouco prático, mas grandes pensadores têm apelado para ele: “a resistência do espírito” e como consequência “a resistência da esperança”, Edgar Morin entre outros apontam este caminho, talvez o único mudar a mentalidade do poder, para pensar em solidarizar e servir toda a humanidade, não um grupo específico.