Compartilhamento: uma nova economia
Muitas comunidades na internet são um exemplo de compartilhamento, onde o software livre é um exemplo de uma economia de compartilhamento da informação, mas diversas ferramentas e sites também fazem isto, mas será outro post, por enquanto, falo do software.
Os programadores elaboram o código-fonte e disponibilizam-no gratuitamente, permitindo livremente a cópia e a modificação e o melhoramento do código.
Compartilhar pode parecer algo novo e específico da Web, mas não é “A teoria do dom” ou a da “dávida” (que penso ser péssima tradução, já que em francês originário da palavra é don e italiano uma boa tradução é “dono”).
Em seu Essai sur le don Marcel Mauss(1923-1924), um sobrinho de Durkheim e também um sucessor à frente da escola sociológica francesa, fez estudos e percebeu que em muitas sociedades arcaicas trocas ocorrem na forma de compartilhamento onde estes são obrigatórios e o dar, receber e retribuir é quase uma dinâmica social.
Agora, numa sociedade em que o capital estabelece uma pretença lei universal sociológica e antropológica, onde quem mais tem vale mais seria possível pensar em uma mudança no nosso homo economicus? Isto é apenas cultural ou antropológico no homem, neste caso estariamos no meio de uma mudança antropológica ?
O número de estudos e trabalhos atuais indicam que esta mudança está a caminho, sito com um trabalho pouco conhecido mais muito importante dos italianos Luigino Bruni e Stephano Zamani sobre a Economia de Comunhão, com boa tradução em português.
Mas além do trabalho de Mauss, há outro antecessor que é o trabalho de David J. CHEAL, The Gift Economy, americano de 1988, mais anterior ainda um trabalho de 1970: Richard Titmuss: The Gift Relationship: From Human Blood to Social Policy e outro bem atual, acabo de receber de um aluno, é um livro sobre design, mas muito interessante de Lisa Ganski: The mesh: Why the future the bussiness in sharing, 2012.