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Redes, sim estamos falando de pessoas

29 nov

Fizemos os dois posts anteriores para fazer uma rápida análise daquele que é, ao meu ver,YouAreNotGadget o crítico mais profundo e consistente da internet e da Web, Jaron Lanier, co-fundador da Wired e autor de Bem-vindo ao futuro: uma visão humanista do futuro da tecnologia (São Paulo: Saraiva, 2012) (em inglês, You are not gadget, ou seja começamos pelo erro da tradução).

O centro da crítica de Lanier pode ser encontrado na página 92, ao afirmar: “a história atesta que os ideais coletivistas podem crescer e se transformar em sociais em grande escala”, para logo em seguida citar fascistas e comunistas que começaram em pequeno número de revolucionários, ou seja, para ele é o que está acontecendo com o mundo digital.

Mas redes sempre existiram na história da humanidade, e todos os críticos da rede pensam que rede é uma ferramenta sobre a Web (que é apenas um aplicativo da internet) e não param para pensar que redes são pessoas, e que a visibilidade mundial através de uma mídia social eletrônica e digital, esta sim pode ter diversas ferramentas: twitter, facebook e agora Whatsapp que está caindo no gosto, ao menos dos jovens.

Assim a rede seria para ele uma oscilação entre ciberfascistas e cibercomunistas, talvez os dois, mas sua real ideologia aparece ao dizer que há uma “ideologia da violação” referindo-se ao Wikipedia e código livre, mas derrapa na cultura autoritária ao afirmar: “a multidão da cultura livre acredita que o comportamento humano só pode ser modificado por meios involuntários” (pagina 143) e logo em seguida mostra sua crença neoliberal “eles não acreditam muito no livre-arbítrio ou na pessoalidade”, onde ela estava na indústria cultural?

Mas deixa suas perguntas e reflexões mais interessantes para o final: “Será que existe um jeito de entender a nossa história para explicar o que uma palavra é e como um c´rebro pode conhecer uma palavra? (página 213), “existe uma relação entre o olfato e a linguagem, esse famoso produto do córtex cerebral humano?” e finalmente uma pergunta essencial: “no Capítulo 2, argumentei que a pergunta a seguir nunca pode ser feita cientificamente: qual a natureza da consciência ? “ e afirma categoricamente: “nenhum experimento poderá demonstrar que a consciência existe” (pag. 223), eis a cultura objetivista do autor que separa sujeito de objeto, a ponto de quase negar (ao menos empiricamente) a existência da consciência, respondo com dois experimentos que ele próprio propõe, a frase:

A lngya eh umz coissa stranya. (pag. 218)

E o experimento de  V. S. Ramachandran, neurocientista da Universidade da California em San Diego, chamado de Experimento de Rama, que é decidir o que é bouba e kiki (página 224) usando como “metáfora” duas figuras, um espinhosa e outra suave (as palavras não existem na maioria das línguas conhecidas).

Começaria melhor se iniciasse a conversa por aí, precisou destruir a tecnologia primeiro e fica a impressão de má objetividade e péssima subjetividade, e para ele a linguagem é o que ?

Sim não sou um gadget, mas estou na rede de pessoas comuns cansadas de máscara democrática que impõe ideologias e modelos.

 

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