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Posts Tagged ‘crowdsourcing’

Compartilhando recursos comuns

12 ago

SharingA incompreensão das vantagens e de uma nova ação política coletiva, leva a muitas instituições e ações humanitárias coletivas a um cooperativismo pouco fértil e ao assistencialismo puro e simples, sem compreender de fato os ganhos que uma ação coletiva pode obter, sendo sustentável, em escala e podendo trazer benefícios sociais muito promissores.

 

A tese básica da “ação coletiva” foi lançada no livro de Mancur Olson  ( A Lógica da Ação Coletiva. São Paulo: EDUSP, 1999), cuja tese central é   “mesmo que todos os indivíduos de um grupo grande sejam racionais e centrados em seus próprios interesses, e que saiam ganhando se, como grupo, agirem para atingir seus objetivos comuns, ainda assim eles não agirão voluntariamente para promover esses interesses comuns e grupais” (Olson, 1999, p. 14).

 

Tese parecida é a de Elinor Ostrom, primeira mulher prêmio Nobel de Economia (2009), no livro (Governing  the  Commons, Cambridge Univ. Press, 1990) onde desmente o raciocínio da Tragedy of Commons (HARDIN, Garrett, Science, v. 162, p. 1243-1248 , 1968), que indica que a propriedade privada é o único meio de proteger os recursos comuns (água, ar, florestas, etc.) da ruína e do esgotamento. Ostrom desmentiu em sua teoria econômica isto, e desenvolveu a teoria  como as comunidades cooperam para compartilhar unidades de recursos para compartilhamento e o uso, o que significa na esfera pública e para o futuro do planeta.

Ostrom demonstrou a eficácia com dados documentados em diversos exemplos eficazes semelhantes de “governar os comuns” em sua pesquisa no Quênia, Guatemala, Nepal, Turquia e Los Angeles.

 

Programação em multidão: crowdcomputing

01 ago

Este é o projeto da Universidade de Irvine, que contam com um prêmio de U$ 800,000 queCrowdcoded permitirá a dois pesquisadores a continuarem a explorar crowdprogramming, que são Adriaan van der Hoek e Thomas LaToza que querem criar um software que permita um programa ser desenvolvido em multidões, chamado por isto de crowdsourced.

O conceito pretende tocar em uma massa de pessoas para fornecer entrada, gerar idéias, ou resolver problemas de desenvolvimento de software segundo os dois pesquisadores este tipo de software é “é inerentemente não-uniforme, impregnado com dependências, difícil de descrever em termos da funcionalidade desejada, e pode ser implementado em qualquer número de formas”, conforme site do Campustechnology.

Os pesquisadores observam que as pessoas nem sempre sabem o que querem, no início de um projeto, o que significa que o fluxo de trabalho não pode ser determinado com antecedência, mas durante o processo.

Um aumento no paralelismo do trabalho de desenvolvimento poderia “aumentar a participação no desenvolvimento de código aberto, diminuindo as barreiras para contribuir, permitindo novos modelos econômicos e permitindo que o software a ser construído dramaticamente mais rápido”, conforma a descrição do projeto.

Van der Hoek e LaToza estão criando um CrowdCode, ou seja, um ambiente de desenvolvimento integrado projetado especificamente para crowdprogramming.

Pesquisadores da Universidade Zynga e Carnegie Mellon também estão participando.

 

Redes, sim estamos falando de pessoas

29 nov

Fizemos os dois posts anteriores para fazer uma rápida análise daquele que é, ao meu ver,YouAreNotGadget o crítico mais profundo e consistente da internet e da Web, Jaron Lanier, co-fundador da Wired e autor de Bem-vindo ao futuro: uma visão humanista do futuro da tecnologia (São Paulo: Saraiva, 2012) (em inglês, You are not gadget, ou seja começamos pelo erro da tradução).

O centro da crítica de Lanier pode ser encontrado na página 92, ao afirmar: “a história atesta que os ideais coletivistas podem crescer e se transformar em sociais em grande escala”, para logo em seguida citar fascistas e comunistas que começaram em pequeno número de revolucionários, ou seja, para ele é o que está acontecendo com o mundo digital.

Mas redes sempre existiram na história da humanidade, e todos os críticos da rede pensam que rede é uma ferramenta sobre a Web (que é apenas um aplicativo da internet) e não param para pensar que redes são pessoas, e que a visibilidade mundial através de uma mídia social eletrônica e digital, esta sim pode ter diversas ferramentas: twitter, facebook e agora Whatsapp que está caindo no gosto, ao menos dos jovens.

Assim a rede seria para ele uma oscilação entre ciberfascistas e cibercomunistas, talvez os dois, mas sua real ideologia aparece ao dizer que há uma “ideologia da violação” referindo-se ao Wikipedia e código livre, mas derrapa na cultura autoritária ao afirmar: “a multidão da cultura livre acredita que o comportamento humano só pode ser modificado por meios involuntários” (pagina 143) e logo em seguida mostra sua crença neoliberal “eles não acreditam muito no livre-arbítrio ou na pessoalidade”, onde ela estava na indústria cultural?

Mas deixa suas perguntas e reflexões mais interessantes para o final: “Será que existe um jeito de entender a nossa história para explicar o que uma palavra é e como um c´rebro pode conhecer uma palavra? (página 213), “existe uma relação entre o olfato e a linguagem, esse famoso produto do córtex cerebral humano?” e finalmente uma pergunta essencial: “no Capítulo 2, argumentei que a pergunta a seguir nunca pode ser feita cientificamente: qual a natureza da consciência ? “ e afirma categoricamente: “nenhum experimento poderá demonstrar que a consciência existe” (pag. 223), eis a cultura objetivista do autor que separa sujeito de objeto, a ponto de quase negar (ao menos empiricamente) a existência da consciência, respondo com dois experimentos que ele próprio propõe, a frase:

A lngya eh umz coissa stranya. (pag. 218)

E o experimento de  V. S. Ramachandran, neurocientista da Universidade da California em San Diego, chamado de Experimento de Rama, que é decidir o que é bouba e kiki (página 224) usando como “metáfora” duas figuras, um espinhosa e outra suave (as palavras não existem na maioria das línguas conhecidas).

Começaria melhor se iniciasse a conversa por aí, precisou destruir a tecnologia primeiro e fica a impressão de má objetividade e péssima subjetividade, e para ele a linguagem é o que ?

Sim não sou um gadget, mas estou na rede de pessoas comuns cansadas de máscara democrática que impõe ideologias e modelos.

 

Crowdsourcing para estudar línguas

11 out

Você quer aprender inglês, italiano ou línguas fictícias como Dothraki, Klingon ou Na’vi, você pode usar o DuolingoDuaolingo que usa crowdsourcing para aprendizagem.

Duolingo lançou nesta quarta-feira o Language Incubator, uma ferramenta que dá aos usuários a possibilidade de criar colaborativamente cursos de línguas e torná-los disponíveis on-line.

Criada pelo empresário e matemático guatemalteco Luis Von Ahn, o Duolingo é gratuita e visa dar ao usuário uma forma que o conhecimento adquirido pode ser usado pelo próprio ambiente, usando alguns trechos de textos das conversas a aprendizagem, como um modo de “pagamento” pelo curso, e assim cada usuário torna-se colaborador e parte do aprendizado dos alunos seguintes.

Segundo o portal Terra, o Duolingo ainda não é uma rentável, mas já conta com alguns contratos de tradução de empresas que não foram revelados.

A empresa chegou este ano no Brasil, e a introdução do chinês, país com maior população e maior numero de usuários deve tornar o software popular rapidamente.

 

Projeto aberto de Data Center

17 mai

Um projeto intitulado OCP (Open Compute Project ) foi iniciado ontem num esforço de construir um centro de dados abertos para a rede, com um modelo flexível e eficiente, que evite desperdício de componentes desnecessários, com um sistema totalmente aberto a todos prestadores de serviços e desenvolvedores de hardware para DataCenters.

Entre os apoiadores iniciais do projeto já estão o Facebook, Intel e VMware, além de potências tradicionais em redes como a Netronome e Broadcom.

Em entrevista ao site v3, o presidente da OCP Frank Franovsk afirmou: “É nossa esperança que um sistema alternativo aberto permita um ritmo de inovação e desenvolvimento de hardware de rede, que ajude as definições de software continuarem evoluindo e prosperarem e, por fim, proporcionar aos consumidores destas tecnologias mais liberdades para construir estas infraestruturas mais flexíveis, escaláveis e eficientes a disposição”, conforme o site v3.co.uk .

Confirmando que é um novo tipo de empresa, aberto e colocada numa folha em branco, conformo afirma o presidente, onde esta empresa: “Este é um novo tipo … começando um projeto com apenas uma ideia e uma folha de papel, em vez de construir em um projeto existente que seria concebido para a fundação , e estamos animados para ver como o grupo de projeto proporciona em nossa visão coletiva “.

A ideia de projetos assim, num modelo misto com uso do crowdsourcing, está evoluindo, como prova o projeto Ouia (veja nosso post).

 

Jornalismo investigativo e crowdsourcing

06 mai

Algumas pessoas me interpelam sobre o que defino como enfoque jornalístico, que é especial para novas mídias mas não exclusivo, noutros continentes há uma definição parecida que é o “jornalismo investigativo”, Paul Lewis tem falado e fez até um TED sobre o tema, Paul Bradshaw tem um livro a respeito, mas o termos tem uma origem clara.

DeBurgh em 2007, definiu o jornalismo investigativo como “distinto do trabalho que é aparentemente semelhante ( o de descobrir na verdade e identificar falhas dela) que é feito por policiais, advogados e auditores e órgãos reguladores, [que é feito] no sentido de que não se limite a meta, não seja legalmente fundado [no que é geralmente feito] ganha dinheiro para com os editores de mídia.

Vejo que a definição de DeBurg é satisfatória para aquilo que é buscado no jornalismo com as novas mídias:

“O termo é notoriamente [o de jornalismo] de problemáticas e contestações: alguns argumentam que todo o jornalismo é investigativo, ou que a recente popularidade do termo indica o fracasso do jornalismo ‘normal’ para manter os padrões de investigação. Esta contestação é um sintoma dos diversos fatores subjacentes ao crescimento do gênero, que vão desde jornalistas de ‘próprio sentido de um papel democrático, a ambição profissional e editores com ‘objetivos comerciais e de marketing’ ”.

A tecnologia com uso de computadores começa a desempenhar um papel cada vez mais importante na impressão de jornalismo de investigação, exemplos dados são: A investigação de Stephen Grey no programa ´rendição extraordinária” da CIA (Grey, 2006) foi facilitada pelo uso de softwares como o de análises de Notebooks, o que lhe permitiu analisar grandes quantidades de dados enviados e identificar fluxos, como no caso das eleições do Irã, onde um email foi interceptado ou nos ‘warlogs “do Iraque e do Afeganistão, com análise de centenas de milhares de telegramas diplomáticos, no qual Assange foi ajudado por muitas pessoas.

Há um “crowdsourcing investigativo” como parece indicar Paul Lewis em seus talks, a multidão tem interesse na verdade.

 

Clay Shirky e a cultura digital

07 fev

Apesar de opiniões polêmicas, de contradizer vários apocalípticos da internet, ele é um colunista (escreve no New York Times, Wall Street Journal, Harvard Business Review e Wired) bastante lido e comentado, assim como é sempre lembrado em muitos programas, como o HardTalk da BBC News .

Foi um ativista contra os projetos PIPA, SOPA e muitas outras leis que querem “fechar” a internet como forma de “calar” as multidões.

Suas duas obras obra Here Comes Everybody (Ai vem todo mundo em Portugal e Eles vem aí no Brasil) analisa o fenômeno do avanço da participação do usuário da Internet em projetos como os de crowdsourcing e muitos outros, em 2010 publicou “Cognitive Surplus: Creativity and Generosity in a Connected Age” traduzido no país como “A cultura da participação”.

Shirky mostra a profunda mudança do “massa media” já em curso sobre a economia, a cultura e a política, e fala de uma “Internet sendo executada no amor” para descrever a natureza das colaborações, e em situações que agregam muito mais que ações individuais, o estigma que muitos atribuem a Web e a Internet.

No livro ele discute as maneiras que a ação de um grupo acrescentam algo mais que a ação individual, e que esta colaboração “crowdsourciada” pode provocar “uma fusão bem sucedida de promessa plausíveis, e uma ferramenta eficaz de negócios aceitáveis aos usuários”.

A idéia de que uma pessoa vai participar de um projeto leva-a a se envolver, tornar-se um protagonistas, então os colaboradores podem escolher as melhores ferramentas de rede social para executarem determinado trabalho, e que o uso de barganhas e gratificações funcionam nestas mídias.

Chris Anderson, conhecido pela sua publicação da “Cauda Longa” escreveu sobre ele: ” (ele) é um proeminente estudioso dos efeitos sociais e econômicos da Internet.”

Claro há um mau uso da internet, uma mau uso da cultura, um mau uso da político, da religião e dos apocalípticos também (se há algo bom aí).

 

Furacão Sandy e um novo ativismo

03 nov

Um novo tipo de ativismo digital foi gerado durante a passagem do furacão Sandy, ele está sendo chamado de “Sandy CrisisCamp” organizados a partir do site CrisisCommons e vai agir desde a costa oeste americana até a Nova Zelândia, mas sediados na cidade de Boston.

Os eventos serão segundo os organizadores um cruzamento de oficinas e códigos que possam ajudar as comunidades locais e ajudá-las a se preparar e lidar com a crise, e mantém um twitter com informações.

Entre os projetos do CrisisCampers há um crowdsourcing de ferramentas que vão criar categorias de imagens onde os danos de edificios são avaliados, permitindo aos socorros priorizarem esforços e gerar um doc simples, onde tentam manter o controle de fontes de dados para recuperação de danos.

Os CrisisCamps deste fim de semana reunirá pessoas e serão abertas ao público, onde voluntários são incentivados a participarem em pessoas e mesmo aqueles que não podem estar pessoalmente, podem estar envolvidos em esforços de recuperação ou entrar numa lista de email que auxilie a conquistar esforços de solidariedade.

Os Camps mantém relacionamento com o mediaLab do MIT que vinha fazendo esforços para coordenar ajuda da comnidade através do Twitter e produziu um site, o Sandylist que unia pessoas com recursos a quem precisava deles.

Também um site de crowdfunding (dinheiro para projetos) específico para o Sandy foi criado,

 

Como vai a 1a. constituição crowdsourceada

24 out

Ao longo do ano os cidadãos da Islândia, após elaborarem uma constituição em crowdsourcing, ou seja, com participação da multidão, aprovaram no último fim de semana por 2/3 que queriam usar a constituição e a aprovavam, segundo a Reuters.

Durante o processo foram enviados 3.600 comentários, 370 sugestão de mudanças do projeto de Constituição, usando Facebook, Flickr e Twitter.

Isto é possível, claro por ser um país pequeno (seria possível num grande), talvez também porque a economia chegou ao fundo do poço e o país estava totalmente arrasado.

Também porque dois terços da população estão no Facebook, e agora o projeto de Constituição entra na etapa de aprovação definitiva do texto da Lei Maior daquele país pequeno, quebrado mas audacioso.

A pouco tempo atrás Berghildur Bernhardsdottir afirmou aos jornais que: “É possível inscrever-se através de outros meios, mas a maioria da discussão ocorre via Facebook”, também ocorreram transmissões on-line e foi possível acompanhar todas etapas do processo.

Num momento delicado da “democracia” brasileira seria possível pensar em algo semelhante, muitos querem dizer que vai tudo bem, mas o bolso popular parece estar mostrando um crescente endividamento.

 

Enfim, eleições mais limpas

05 out

Pouco divulgada na imprensa oficial, mas muito presente na internet, a Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade, a ABRACCI, entidade que congrega 84 organizações de combate a corrupção e a impunidade, pode comemorar esta semana duas vitórias: a primeira eleição com a presença do Ficha Limpa, e o início da punição de corruptos.

Também algumas entidades religiosas, auxiliam este combate orientando seus fiéis para um voto consciente e limpo, como fez a CNBB.

Pode-se pensar que ainda é pouco, mas contra a vontade da maioria dos políticos e da imprensa oficial, que insiste em pintar de cordeirinhos conhecidos caciques corruptos da política brasileira, alguns ainda com assento nos governos e câmaras do Brasil, começam a ter dificuldades com sua “carreira”.

Criada em 2009, durante o Fórum Social Mundial com o apoio da Transparência Internacional, ela já conta com muita presença no cenário política e a promessa de um crescimento ainda maior na medida em que formos sanando a política brasileira, dos conhecidos caciques que gerenciam sua influência com base em obras superfaturas, improbidade administrativa e compra de apoio político.

Uma das iniciativas é o Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, que propõe normas e ações para tornar cada vez mais efetiva, leis como a Ficha Limpa em vigor nesta eleição municipal, onde entre outras coisas é possível consultar no site a condição de seu candidato, pois embora alguns ainda sigam no processo eleitoral, podem estar sendo acionados por alguma irregularidade de campanha ou de processos em andamento na justiça, como por exemplo, doações irregulares, veja no site do MCCE.

Nem tudo é comemoração, algo negativo nesta campanha é a omissão dos partidos em muitas campanhas, com vistas a não permitir que o eleitor identifique candidatos com políticos corruptos.