O final Êxodo semítico-judaico e a vida plena
Durante todo o caminho a compreensão semítico-judaico está ligada a posse de uma determinada terra, e até mesmo as lutas imperiais de nosso tempo não refletem outra coisa a tentativa de colonizar povos e escravizá-los, ou seja, evoluímos na tecnologia usada para a guerra, mas não nas intenções de perpetuar o poder e adquirir bens dos povos e nações.
No final do êxodo judaico-semítico, Moisés envia Josué e Calebe e mais 10 homens escolhidos, um de cada tribo, para espiar a terra de Canaã para saber as condições da região, mas ele próprio não chegará lá e morre antes.
Estes espias que vão até lá constatam uma terra boa e bela, contudo havia “gigantes” nela e o povo era poderoso, apesar de todos 40 anos no deserto, muitos hebreus se perguntavam se não era melhor ter voltado e pensavam que Deus os havia abandonado.
Contudo, o relatório contrário de Josué e Calebe a terra era muito boa e se o Senhor havia prometido a posse de Israel tinha que prosseguir até tomar a posse e apesar de muitas lutas chegaram lá, depois vieram os juízes segundo a narrativa bíblica, mas o povo pediu reis “como os outros povos” e então veio Saul.
A compreensão deste tempo, além da interpretação da inevitável influência dos egípcios e do espírito messiânico do povo hebreu, deve levar em conta que agricultores e pastores precisam de terras, e ainda que a mensagem divina fosse clara, as teofanias instituíam alianças e isto também significava um comportamento de justiça e fraternidade, ainda era compreendido como sendo eles “um povo eleito” isto não valeria a outros povos.
Mesmo um milênio depois, conforme dissemos este período do início da decadência egípcia é em torno do ano 931 a.C., o tempo que nasce Jesus isto precisa ser corrigido e a dificuldade didática de ensinar ao povo os verdadeiros ensinamentos, e Jesus traz apenas um “novo” mandamento (não significa que os 10 da aliança estevam errados) “que vos ameis uns aos outros” (João 13,24) e eu quero misericórdia e não sacrifício (Mateus 9,13).
Ainda assim os discípulos demoram a entender, não compreender o sacrifício de Jesus na cruz, e a recusa deste sacrifício implicou em toda história maiores ainda: guerras, exilio, pestes e fome, porém o espírito de domínio e colonização de povos permanece.
Ao explicar a seus contemporâneos em parábolas Jesus diz como é o reino divino é como alguém que encontra um tesouro (Mt 13,46): “ quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” e isto deveria significar um bem maior não apenas em valor humano, mas em valores eternos e definitivos.
O pairo de Ipuwer encontrado no Egito no início de sua decadência fala que as moças “ficavam se olhando horas no espelho” e que as mulheres que antes guardavam coisas em caixotes “agora desejavam móveis trabalhados” para guardar suas coisas.
O que são nossos “tesouros” e o que buscamos como valores eternos?