RSS
 

As reais possibilidades da paz

30 dez

Um balanço de 2024 sobre a guerra é desastroso, o conflito que eclodiu em Gaza, com as forças de Israel invadindo aquele território e realizando ações que são condenáveis pelos atos de crueldade e dificuldades de acesso dos organismos internacionais de socorro, o aumento do conflito no leste Europeu, agora com também agressões em território russo e as ameaças da China sobre Taiwan traçam um quadro muito triste e preocupante.

O governo eleito americano que toma posse agora em janeiro, Donald Trump prometeu que poria um fim imediato na guerra, o problema é que as 4 províncias dominadas pela Rússia pela força: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, não estão em questão, embora a Rússia diga que é possível “alguns ajustes de fronteira”, e exige a Ucrânia fora da OTAN.

Assim a Rússia ganharia 18% do território Ucrânia, mas teme que um acordo de “cessar fogo” seja apenas para a Ucrânia tomar folego e se rearmar, a continuar na atual escalada um maior envolvimento das nações europeias pode tonar o conflito fora dos limites de negociações.

O outro polo preocupante é a escalada da guerra no Oriente Médio, Israel não recua de suas pretensões em eliminar seus inimigos na região, porém o faz fora dos limites humanitários e daquilo que é considerado abominável, mesmo sabendo que a guerra já um desastre humanitário, o bombardeio de escolas, hospitais, o último que funcionava precariamente parece também fora de operação em Gaza, ultrapassa o limite e torna os responsáveis acusados de crime de guerra, claro o ataque terrorista de 8 de outubro com reféns de Israel ultrapassou também qualquer limite do razoável.

Há motivos para se cogitar a paz, sim pois isto gera uma tensão mundial, enfraquece a economia e atinge os povos mais vulneráveis trazendo mais miséria e fome, a rigor não deve interessar a ninguém, mas há um raciocínio trágico das guerras que é saber “se o meu inimigo perdeu mais”, já que todos perdem, e os mais frágeis são os primeiros a serem atingidos.

O mundo se encontra polarizado, até mesmo aqueles que deveriam ser os mais ardentes defensores da paz se entregaram ao jogo bipolar do ódio ao inimigo, sem possibilidade de diálogo e de entender um ponto de vista diferente, todos dizem “isto não é razoável”.

Assim buscamos freneticamente nas mídias sociais aqueles julgamentos e ódios que nos favorecem, sem perceber que nos tornamos influenciados por esta bipolaridade e este clima hostil entre povos, posições políticas e um diálogo racional sobre suas posições e ideias.

Há sempre esperança de uma renovação no processo civilizatório, no momento parece encalhado e retrocedendo a níveis absurdos educação, saúde, cultual, político e até mesmo espiritual, que se tornou um negócio e sem nenhum exercício de analisar sequer o patrimônio sobre o qual a maioria das religiões foram construídas: solidariedade, socorro aos vulneráveis, maior equilíbrio social e ambientes de valores e virtudes verdadeiramente espirituais.

 

Tags: ,

Comentários estão fechados.