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Os inocentes e a epistasia
Muito se comentou em tom irônico sobre possíveis variações genéticas por causa da pandemia, o fenômeno existe, embora raro ele ocorre quando há a interação de genes para influenciar alguma característica da espécie, o caso clássico foi estudo por Bateson e Punnett, que estudaram um tipo de crista que aparece em galinhas, e é determinado por dois genes independentes (que equivale a dois pares de alelos), claro não é o caso das vacinas, apenas para esclarecer a questão científica.
A inocência reside em entender a mutação do vírus como capaz de induzir ou influenciar uma mutação genética humana, claro o nosso sistema imunológico é afetado, como estudos que tentam correlacionar HIV com a variante ômicron, mas isto não significa até o momento nenhuma mutação genética humana.
Entretanto a epistasia tem sido importante para estudar a variante ômicron, neste caso o vírus e não a vacina, segundo reportagem da BBC News, o professor Ed Feill, professor de evolução microbiana da Universidade de Bath, na Inglaterra: “Se a variantes tem mais mutações, isso não significa que seja mais perigosa, mais transmissível ou que tenha maior capacidade de evadir o efeito das vacinas”, e muitas conclusões prematuras sobre esta variante não tem uma base científica sólida.
A confusão é que o vírus sofre variações, mas não tem fundamento imaginar que estas mutações afetem o código genético humano, diz o professor: “na medida que um vírus evolui, ele pode acumular um grupo de mutações que, por sua vez, podem criar uma variante”, “… e para detectar as novas variantes: “os cientistas rastreiam a sequência genômica do vírus”, e neste caso os estudos de epistasia são fundamentais para detectar variantes.
O biólogo evolucionista americano Jesse Bloom, em artigo recente no jornal americano The New York Times, chamada a atenção para a variante alpha que tem uma mutação chamada de N501Y, que está associada a capacidade de infecção.
É importante compreender que a variante ômicron não está completamente decifrada, justamente por causa do seu número de mutações em sua epistasia mais difícil de detectar e entender: “isso abre mais espaço evolutivo para isso”, afirmou Feil na reportagem, e assim a pesquisa tem que observar combinação que não foram vistas antes.
Nem inocência de afirmar que há alguma mutação genética humana, nem inocência de afirmar que a variável ômicron está controlada porque oferece “menos perigo”.
A OMS tem uma classificação de variantes em “preocupação” e “interesse” conforme o quadro acima.
Cuidados devem continuar e a variante ômicron
Os protocolos e cuidados continuam sendo fundamentais para evitar a transmissão do coronavírus, é o que diz qualquer nível de governo ou responsáveis pela saúde, em todo o mundo e também no nosso país, por isso, todas pessoas, incluindo as vacinadas, devem continuar com todas as medidas de prevenção individual e coletiva.
Os números no país têm caído, embora já haja uma manifestação de transmissão coletiva e em paralelo do novo vírus da gripe H3N2, porém os casos de transmissão comunitária (aquela que não veio do exterior) da variante ômicron já se manifesta em várias regiões do país,
Escolhido pela revista Nature como um dos 10 cientistas mais influentes em 2021, o brasileiro Tulio de Oliveira foi chefe da equipe que descobriu a variante ômicron, e disse que as punições a países quando novas variantes são identificadas, como restrições e fechamentos de fronteiras, desestimulam cientistas a publicarem os fatos para evitar estas punições.
Segundo entrevista dada a um portal brasileiro, Oliveira disse que “Eu acho importante agir rápido e a transparência cientifica”, disse. “Porque isso deixa preparar os hospitais e o mundo. A gente tem a variante super transmissível, a ômicron, mas os hospitais foram preparados. A gente não está tendo os hospitais completamente cheios, o oxigênio foi preparado, então a mortalidade está baixa”, explicou ao mesmo tempo que denunciou a influência política que pode afetar as divulgações científicas.
Os casos ainda são poucos, mas podem crescer, os cientistas são unanimes em afirmar que a transmissibilidade da variante ômicron é grande, no Brasil há 56 casos suspeitos em 9 municípios do Rio de Janeiro, em vários estados como São Paulo, já há casos de transmissão comunitária, e o alerta das secretarias de saúde ainda é pequeno, mas monitoram.
Os sintomas são parecidos a um resfriado com dor de garganta, coriza e dor de cabeça, porém não significará que a covid leve ocorra sempre, haverá casos graves.
A capacidade da ômicron de bular as vacinadas significam que há um potencial maior para atingir mais pessoas que a variante delta, e não se sabe ainda o que vai ocorrer com idosos, a maioria dos casos no Reino Unido, por exemplo, é abaixo dos 40 anos.
Nova onda pandêmica e gripe
A Europa aumentou as restrições devido ao avanço da Covid-19, a nova cepa ômicron já é predominante nas infecções, a Dinamarca proibiu locais de aglomerações e a Holanda decretou novo lockdown, o Reino Unido já estuda como inevitável a retomada de restrições de movimentação e vários países europeus retomaram estas medidas.
Já há casos comunitários no Brasil, isto é, infecções em pessoas que não tiveram viagens recentes ao exterior, mas vendo a crise externa a preocupação deve se manter, e o passaporte da vacina, fonte de crise entre o governo e a área judicial, é importante para manter uma barreira para a propagação da variante, que promete ser rápida criando uma nova onda pandêmica.
O vírus da gripe H3N2 já está em 10 estados do Brasil, seus sintomas são: tosse, congestão nasal, febre e dor muscular, mas pode ser confundido com outras doenças incluindo a covid para isto é necessário um exame PCR para ter certeza qual o vírus responsável pela infecção, no estado do Rio de Janeiro, um dos mais atingidos pela gripe, são 20 mil infecções e 5 mortes, Alagoas e Bahia também registraram mortes.
Embora a vacina para gripe influenza não funcione para esta nova cepa, é importante tomá-la porque aumenta a imunidade, pois foram projetadas para H3N2, mas a variante presente no Brasil chamada Darwin escapa desta imunidade.
Embora haja controvérsias sobre estes dados, parecem exagerados, o Ministério da Saúde informou que 67,9 milhões de doses da vacina contra a gripe foram aplicadas no país, isto representaria uma cobertura vacinal de 71,2% do público-alvo da campanha.
Outro caso recente que foi crise entre o governo e área judicial é a aplicação da vacina Pfizer em crianças, a faixa menos vacinada da população, aprovada e recomendada por médicos, o governo tentou proibir sem êxito, mas o problema do passaporte da vacina segue ainda num imbróglio jurídico pois o STF entrou em recesso.
Nova pandemia com mutação do vírus
Embora os dados ainda não sejam definitivos, e algumas vezes são contraditórios como é o caso da vacina Pfizer, é certo que a eficácia de proteção contra a nova variante ômicron é muito pequena, na casa de 10 a 20% dos casos e há vacinas que não tem eficácia nenhuma provavelmente porque os laboratórios não dizem nada.
Em relação a Pfizer, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA, em inglês) afirmou na sexta-feira passada (10/12) que “Essas estimativas iniciais devem ser tratadas com cautela, mas indicam que alguns meses após a segunda dose há um risco maior de pegar a variante ômicron em comparação com a Delta”, declarou Mary Ramsay, chefe de imunização do UKHSA, ao jornal CNN.
Na mesma notícia o jornal indica que quando a dose se reforço é feita com a vacina Pfizer, a eficácia aumenta 70% para os que receberam inicialmente a AstraZeneca e 75% para os que receberam a vacina Pfizer, porém os laboratórios de ambas trabalham acelerados para uma nova vacina que combata a variante.
A OMS declara que os dados ainda são insuficientes para estabelecer o quadro clínico da gravidade provocado pela ômicron, mesmo que muitos dados indiquem até o momento que os casos na África e Europa onde os sintomas são “leves a moderados” é preciso aprofundar as análises e estudos para entender o que a variante provoca nos infectados.
O número de óbitos registrados no sábado no Brasil foi inferior a 100, mas 9 estados e o Distrito Federal não mandaram dados, enquanto se observa já uma elevação de infecções e mortes nos estados do Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Sergipe, a transmissão comunitária da variante ômicron teve o primeiro caso em São Paulo, é considerada comunitária quando o paciente não tem histórico recente de viagens ao exterior.
O que fazer diante da gravidade do quadro e a eminência de uma nova pandemia, é fato que todos estamos cansados das restrições e do avanço das dificuldades sociais e econômicas, porém a vida deve ser um valor superior a qualquer outra dificuldade e assim os cuidados devem ser retomados e mantidos conforme o caso.
A OMS diz que estamos mais preparados, de fato, mas tanto o sistema de saúde como a população estão cansados pelos esforços redobrados durante a pandemia e este quadro também deve ser analisado, criar mecanismos que as pessoas estejam menos pressionadas e possam de alguma forma extravasar as energia e manter o equilíbrio social, pessoal e econômico.
Nova Pandemia e coimunidade
Mesmo tratando-se do mesmo virus é uma nova pandemia, a nova variante chamada pela OMS de ômega tem a de driblar as vacinas, sabíamos isto já de outras doenças infeciosas, se não erradicada a doença pode voltar e neste caso em que as variantes se manifestam cada vez mais complexas uma nova de infecção se espalha.
Muitos ativistas, cientistas e também a OMS defenderam que uma distribuição mais equânime das vacinas pelo globo auxiliariam o combate a covid 19, por isto a terceira dose (necessária, mas em outra etapa) eram retiradas de vacinas que poderiam ser doadas aos países mais pobres, como a maioria dos países da África, a Necropolítica do sociólogo Mbembe dos Camarões lembra isto, escolher quem deve morrer, mas neste caso ela implica numa Necropolítica global, pois sem uma coimunidade a Pandemia volta.
A palavra coimunidade cunhada por Sloterdijk foi pensada num sentido mais amplo, muito anterior a pandemia, ela faz sentido agora que olhamos um problema global.
A notícia boa é que mesmo podendo infectar pessoas já vacinadas, a infecção é menos grave se já vacinados, segundo o geneticista brasileiro Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika do Paraná, já estava claro que a variante não estava sujeita a infecção inicial, tanto infectados como vacinados não estão imunes a esta cepa ômega.
O número de infecções cresce na Europa, segundo dados da Reuters a cada três dias está se registrando um milhão de novos casos, que no total desde o início da pandemia já ultrapassa 75 milhões de infectados, o número de mortes também cresce: a Itália registrou 43 mortes, os inúmeros países que seguem em queda são a Rússia e a Ucrânia, porém ressalta-se que foram os primeiros a crescer em infecções e os números ainda são elevados.
Mesmo assim seguem protestos contra novas medidas de restrições devido a nova onda, a Alemanha teve manifestação neste final e semana.
O problema da Europa ainda não é a variante ômega e sim a baixa taxa de vacinação, chamada de hesitação vacinal, e ainda dizem que é um fenômeno global, no entanto em muitos países a vacinação avança, no Brasil já estamos próximos dos 80% vacinados embora não dê imunidade a variante ômega, reduz sua letalidade.
No Brasil várias festas de final de ano foram canceladas, e medidas de proteção devem ser pensadas urgentemente.
Nova variante e preocupação na Europa
A nova variante do vírus da covid-19 chamada ômicron pela OMS, já está presente em três continentes e a tendência é chegar a todos, no Brasil tanto o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, como o diretor do Instituto Butantan afirmam que é inevitável que ela chegue ao país.
A variante é a cepa B.1.1.529 e foi identificada pela primeira vez na África do Sul em 9 de novembro, segundo informações da OMS, onde se identificou 100 casos da variante, em especial na província populosa de Gauteng, mas já se espalhou por Botsuana, eSwatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbábue, países que o Brasil fechou a fronteira.
No Brasil um passageiro de um voo que passou pela África do Sul testou positivo no último sábado 27/11 e desembarcou em Guarulhos (SP), os outros passageiros também estão sendo monitorados, ainda não é possível identificar se o contágio foi pela nova cepa.
O que se sabe por enquanto é que a variante pode afetar os índices de contágio e de letalidade, porém o sequenciamento genético ainda pode demorar mais alguns dias para ser completo, o diretor Tulio de Oliveira do Centro para Respostas e Inovações Epidêmicas da Universidade de KwaZulu-Natal, afirmou que esta variante é “uma constelação incomum de mutações”, enquanto a variante delta possuía apenas duas mutações por exemplo, em relação a cepal original do coronavírus.
Enquanto isto o número de mortes volta a crescer na Europa (veja o gráfico), a média de mortes chegou ao maior patamar desde fevereiro de 2021, quando o continente começava a se recuperar, para cada milhão de habitantes a taxa é de 5,2 mortes diárias em média, pelo novo coronavírus nos últimos 7 dias.
Com a nova cepa e as variantes é preciso retomar os cuidados, esperar os estudos sobre a cepa e a eficácia das vacinas, a Pfizer já anunciou que deve ter alterações para garantir a imunidade.
Chegamos a 70% da vacinação completa no Brasil, porém com a nova cepa não se pode afirmar a total imunidade.
Nota: No dia de hoje (29/11) a Austrália suspendeu a reabertura e o Japão fechou as fronteiras.
Alerta covid e festas natalinas
A Europa volta a se preocupar com os índices de infecções da Covid, quando tudo parecia caminhar para um desfecho feliz de final de ano, a chegada do inverno, a pouca vacinação e as dúvidas sobre as vacinas até mesmo por parte dos profissionais da saúde, fizeram os índices voltarem a crescer.
A Alemanha registrou na quinta feira passada um recorde diário de 50 mil novas infecções em 24 horas, na Rússia 40 mil casos, nações do Leste europeu: Eslovênia, Croácio, Geórgia, Eslováquia e Lituânia tem os maiores índices de novos casos da doença, também na França e Reino Unido o número de casos é crescente (figura ao lado).
Portugal que tem o mais alto índice de vacinação, perto de 90%, vai voltar a tomar medidas preventivas como o uso de máscaras, na Áustria e Holanda há medidas de lockdown, os protestos contra esta nova medida de restrição provocaram enfrentamento com a polícia no final de semana.
Em entrevista dada a BBC, Hans Kluge, diretor regional da OMS afirmou que podem ter 500 mil novas mortes na Europa até março caso as medidas não forem tomadas.
Estamos num clima quente, a média móvel de casos e mortes no Brasil é decrescente, porém as festas e um certo relaxamento nas medidas preventivas é preocupante, não há medidas em nenhuma parte do país preocupadas com uma possível nova onde, ela parece distante, mas lembremos do carnaval de 2019 quando havia alguns sinais e não nos preocupamos, as consequências vieram em março daquele ano.
As medidas em shopping, supermercados, shows e praças esportivas estão totalmente relaxadas e só saberemos os reflexos no início do ano de 2022, mesmo que seja apenas preventiva, estas medidas podem ajudar a evitar um novo surto que deixaria o país ainda mais em desespero, o que observamos é uma preocupação apenas em liberar, o ano das eleições se aproxima e ninguém quer tomar medidas impopulares, mas a saúde deveria estar em primeiro lugar, até mesmo em relação a economia já em crise.
Se vamos pagar para ver, o custo poderá ser alto.
A pandemia ainda não acabou
É triste e angustiante a constatação, mas a pandemia ainda não acabou, a Europa vive grande preocupação com a covid-19 e no Brasil onde os números ainda não baixaram da casa de 260 óbitos diários, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registrou um aumento em crianças nos casos do vírus sincicial respiratório (VRS) com registros superiores a Covid 19.
Embora o aumento de casos em países como a Alemanha, Rússia, Hungria, Eslováquia e República Checa, a Rússia bateu novo recorde de infecção e mortes na semana passada (Ela tem apenas 34% da população vacinada), a preocupação é crescente com a chegada do inverno, e na Áustria o governo decretou lockdown para pessoas não vacinadas.
Na Rússia a medida tomada foi um recesso nacional de 30 de outubro a 7 de novembro, na Alemanha o diretor da virologia do hospital Charite, de Berlim enfatizou: “Temos uma emergência real agora”, pois o país registrou quase 40 mil casos da covid, o maior desde o início da pandemia, e fez uma previsão alarmante, 100 mil pessoas podem morrer.
No Brasil, embora ande em ritmo menos acelerado do que no período anterior de vacinação da vacina, o número aumenta e em muitos lugares há uma procura pelas pessoas que não vieram para a segunda dose. perto de 59% da população brasileira está totalmente imunizada e quase 80% já receberam a primeira dose, os dados são do consórcio de veículos de imprensa e foram divulgados as 20h deste domingo (14/11).
Sete estados brasileiros estão em alta após uma forte queda no mês anterior: Santa Catarina, Pará, Roraima, Rondônia, Bahia, Ceará e Piauí, um caso que chamou a atenção foi o de Serrana onde o governo paulista fez uma vacinação em massa tentando tornar a cidade modelo de vacinação, houve 563 casos no último mês e o número tão alto (a cidade tem 45.644 habitantes) não teve uma explicação clara (veja a foto, dados oficiais da secretaria do município).
As festas de fim de ano se aproximam e a preocupação é com a vigilância que inexiste em espaços públicos (shows, shoppings, supermercados, etc.) e um repique da doença traria não só um agravamento sanitário, mas alargaria a crise social que já atinge níveis insuportáveis, não há medidas em torno deste agravamento, a alta de preços está aí.
Outro fator preocupante é agora a saúde psicológica da população submetida a um stress alto e a uma constante pressão de preocupação com a doença sem políticas claras, já é possível observar muitas pessoas com alterações: angústia, tensão, depressão e atitudes antissociais, a superação da crise exigirá muitos esforços públicos.
É fácil observar nos mercados e no consumo diário um aumento do alcoolismo e uso de medicamentos, as festas de fim de ano poderiam melhorar este aspecto, mas a crise social não ajuda, as festas deverão ser modestas ou em festas não natalinas onde o exagero e as bebidas permitem que se estravassem as energias contidas na pandemia.
Porque a Covid 19 não acabou
Na quinta feira passada Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa afirmou que 53 países da região estão enfrentando “uma ameaça real do ressurgimento da COVID-19” e encorajou os governos da região tomarem medidas urgentes, na China o governo aconselhou inclusive a população a estocar comida, a nova onda é devido a variante delta.
Na Alemanha, 66,5% da população está totalmente vacinada, mas de acordo com o RKI (Instituto Robert Rock, responsável pelo controle de doenças infeciosas), há mais de 3 milhões de pessoas com mais de 60 anos que não se vacinaram e o risco é alto, e na última sexta-feira registrou pouco 37.000 infecções, um número recorde, já a Rússia registrou 40.735 novos casos e 1192 mortes relacionados ao vírus na última sexta-feira, segundo dados do próprio governo.
França, Holanda, Itália e Inglaterra registram altas de infecções, Portugal tem uma alta apesar de ter a mais alta taxa de vacinação do mundo (quase 90%) e somente a Espanha não teve alta de infecções, o problema deve-se além da variante delta, a baixa taxa de imunização.
Na China o surto que ainda é em número pequeno atingiu diversas regiões do país, e o governo chegou a aconselhar a população a fazer estoque de alimentos.
O Brasil tem 58,2% da população totalmente vacinada, enquanto 76,3% já tomaram ao menos uma dose, a margem de segurança ainda é pequena para uma liberação geral que já aconteceu, não há mais controle de temperatura e aglomerações o que é preocupante, o país ainda está na faixa das 300 mortes diárias, e acima de 11 mil infecções.
A vacinação continua, o país recebeu neste domingo 1,1 milhão de doses de vacina contra a Covid 19 no aeroporto de Viracopos, apesar de algumas correntes criticarem a qualidade da vacina, não há critérios científicos para esta crítica.
O ministério informou que o número até o final de semana era de 122,3 milhões de pessoas imunizadas, e a população alvo é de 177 milhões de pessoas.
A dose adicional para grupos de idosos, a chamada “terceira dose” atingiu 8,9 milhões de doses adicionais, segundo o Ministério da Saúde.
Olhando o cenário da Europa é bom não relaxar e devemos continuar o esquema da vacinação completa, somente uma dose não garante a imunidade, mesmo no caso da Janssen está sendo aplicada uma dose de reforço.
O grito dos aflitos
Em muitos momentos de dificuldades pessoais, conflitos mundiais e tragédias naturais sempre aparente um grito de desespero e dor, porém o nosso tempo é de um grito silencioso daqueles que perdem a razão de viver, também a pandemia provocou em muitos angústia, solidão e desespero.
O famoso quadro O grito do norueguês Edvard Munch (figura) representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero, tendo ao fundo o fiorde de Oslo ao pôr do Sol, caracteriza bem o que significa aflição em nosso tempo, além da miséria e da falta de solidariedade, a angústia e ansiedade da figura pode ser do próprio autor, a frase escrita no alto do quadro: “só pode ter sido pintado por um louco”, analisada pelo Museu Nacional de Oslo concluiu que era mesmo do autor.
O aspecto de ansiedade permaneceria velado, não fosse esta análise, uma vez que o autor declarado em certa ocasião: “tenho sofrido um profundo sentimento de ansiedade que tentei expressar em minha arte”, e isto reflete nossos medos contemporâneos.
A TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) é um dos sintomas deste quadro, que pode ser também bipolaridade ou algum outro tipo de descontrole, este tipo foi chamado genericamente por Freud de Ansiedade Neurótica, mas há outras duas: a Realista e a Moral.
A ansiedade realista refere-se ao medo de algo existente no mundo exterior, então a pandemia ou uma catástrofe natural (furacão, terremotos, alterações bruscas no clima, etc.) são no fundo um tipo de medo de algo real acontecendo porém que nos coloca numa adrenalina diferente.
A moral é aquela que refere-se ao sentimento de culpa, que desencadeia um medo de ser punido, e isto leva a uma situação de conflito na interioridade, assim a pessoa perde aspectos sensíveis do seu interior: o inconsciente ameaçando adentrar o consciente o que significa na prática uma perda do autocontrole.
Mas os aflitos são também os desamparados, os abandonados e os rejeitados da sociedade, os diversos tipos de preconceitos sobre os quais nascem polêmicas atuais.
Na leitura cristã, o texto de Mateus (5,4) embora algumas traduções coloquem como “aflitos”, a tradução que preferimos aqui: “”Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!”, porque além do aspecto da “doença” existe o mal estrutural e o mal social que empurram muitas pessoas a este estado, e culpá-las apenas significa acrescenta a qualquer tipo de “aflição” a ansiedade neurótica que nasce de um sentimento de culpa desproporcional, e este é o grande tipo de pressão social atual.
Mas qual seria o consolo de que fala a bíblia, o consolo dos que creem é que o único mal que devem temer é o da alma, assim ao contrário do que diz muitas interpretações moralista, é uma moral equilibrada e sem o exagero da culpa que leva a um estado interior sem este tipo