RSS
 

Arquivo para janeiro 9th, 2014

Economia e consumo planetários

09 jan

Se pode pensar que a visibilidade mundial é apenas pela nova comunicação midiática, porém já naCulturaTerra metade do século passada isto se fazia presente.

Mesmo antes da queda do muro de Berlim, haviam “forças de integração de mundialização e de desintegração culturais, civilizacionais, psíquicas, sociais, políticas, a própria economia mundializou-se (e fragilizou-se) cada vez mais: assim a crise econômica nascida em 1973 da penúria do petróleo sofreu diversas transformações, sem nunca recuperar-se verdadeiramente” (pag. 30 do livro Terra-Patría de Edgar Morin e Anne B. Kern), ocorre numa “dialógica mundial”.

Os autores explicam que a queda da cotação do café, por exemplo, incita os camponeses da Colômbia a cultivar coca, que alimenta as redes internacionais do tráfico da droga, assim como os aumentos do salário na Alemanha podem afetar a cotação do cacau na Costa do Marfim, e os autores apontam o “abrandamento geral da atividade econômica” das quais destaco duas:

“… d) os Estados Unidos, com falta de dinheiro, fazem subir a taxa de juro; … f) os países do Terceiro Mundo onde a taxa de juro é indexada têm de reembolsar a uma taxa mais alta; …“ (pag. 31) que são interessantes de refletir para aqueles que acham que há no Brasil e em outros países da América Latina alguma independência da economia “mundial”.

Mas o outro aspecto da planetarização, que os autores chamam de “holograma” é que “cada parte do mundo faz cada vez mais parte do mundo, também o mundo, enquanto um todo, está cada vez mais presente em cada uma das suas partes. Isso acontece não só com as nações e os povos, mas também com os indivíduos” (pag. 31).

Cita inúmeros casos “toma-se chá do Ceilão, Índia ou China, a menos que seja um café moka da Etiópia ou um arábica da América Latina … pode-se encontrar sobre sua mesa de inverno [meu caso na Itália] morangos e cerejas da Argentina ou do Chile, o feijão verde fresco do Senegal ….” (pag. 32), etc. numa mundialização dos objetos do consumo.

Assim, “para o melhor e para o pior, cada um de nós, rico ou pobre, traz em si, sem o saber, o planeta inteiro. A mundialização é ao mesmo temo evidente, subconsciente e omnipresente” (pag. 33), mas será em nossa consciência, refletimos sobre isto ?