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Verdade, método e política séria

28 Aug

Hans-Georg Gadamer foi um importante filósofo alemão do século XX, falecidoEuTu em 2002, e tendo dedicado seus estudos a filosofia grega e história da filosofia, foi seu livro Verdade e Método, publicado pela primeira vez em 1960, que o autor desenvolveu uma hermenêutica filosófica.

Foi aluno de Martin Heidegger, e seu assistente na Philipps-Universität Marburg, de onde tirou a historicidade para suas reflexões, e se o tempo é o horizonte ao qual submetemos toda a nossa compreensão, é nele que as teorias e ilusões se transformam em formações históricas.

Gadamer analisou o descrédito sofrido pelos preconceitos durante a instauração de todo Iluminismo, e os obstáculos que representam aqueles juízos prévios sobre tudo na busca do conhecimento e da verdade, afirmando que o Esclarecimento (Aufklãrung) foi o tribunal que queria que tudo passasse pela razão, diríamos hoje pelo crivo “partidário” daqueles que se imaginavam os donos da história e da evolução. No período áureo do valor da “razão”, todo o resto era preconceito e superstição, e a história provou que não era assim, mas temos novos tribunais da razão novamente travestidos de revolucionários, mas cujos valores de verdade e método despencam.

Esta razão é hoje a razão política, mas política de quem e determinada como verdadeira por quem ? aqueles que juravam uma grande mudança, ficam chocados com as próprias mentiras e valores que derramaram sobre a sociedade vista antes como supersticiosa, conservadora ou “fundamentalista” e agora é preciso negar até mesmo a realidade. Hoje a autoridade não pode ser confundida mais como uma necessidade de “obediência cega”, desprovida de fatos e contextos, que uma certa racionalidade proveria, mas que os fatos vão aos poucos desmentem, está esclarecido que é “um atributo de pessoas” e não de sistemas, de lógicas instrumentais ou de ideologias.

A consciência de que estamos de fato em uma crise, que aqueles que queriam desmentir ao longo do curso do desenrolar dos fatos tiveram que aceitar, e que nem mesmo tem conhecimento da profundidade desta crise, mostra que esta pretensa racionalidade ruiu.

Resta como dita o bom senso, aqueles que conseguem mantê-lo, um diálogo franco e aberto, sem mais mentiras e distorções dos fatos, este diálogo deve estar fundamentado na ideia que existe o Outro, e este não pode ser ignorado, ironizado ou estereotipado, só por não ser um EU.

 

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