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O que a tragédia de Edipo Rei ensina

17 ago

Há nesta tragédia de Sófocles, um claro conflito entre o livre arbítrio e o destino, e questionaEdipo até que ponto somos donos de nosso destino, se consideramos que existe uma força superior a nossa simples vontade humana, viveremos de maneira mais humilde e aceitaremos o destino de nossas vidas, ainda que lutemos para melhorar nossa sorte (que os gregos chamavam de fortuna). 

A tragédia narra a estória de Édipo, filho de Laio e Jocasta, era o rei de Tebas, a cidade que fora assolada por uma peste. Ao consultar o oráculo de Delfos, Édipo descobriu algo trágico sobre sua vida: ele foi amaldiçoado pelos deuses. Ele estava destinado a casar com sua mãe, com quem teve dois filhos e duas filhas, e a matar seu pai, o rei que governava a cidade antes de Édipo.

Seu pai Laio sabia da maldição e quando tive o filho abandonou amarrado a uma árvore entre Tebas e Corinto e sendo encontrado por um pastor foi criado por ele, já adulto Edipo decide retornar a Tebas e mata seu pai, em Corinto se casa com sua mãe Jocasta, sem saber quem ela era, e mais tarde ao saber que era sua mãe ela se mata e Édipo perfura os próprios olhos.

Perambulando pela cidade encontra a Esfinge, ser mitológico metade mulher e metade leão que aterrorizava Tebas com seus enigmas, a Esfinge lhe propõe o anima: “Qual é o animal que de manhã tem quatro pés, dois ao meio dia e três à tarde?

Édipo responde que essa figura é o homem, porque o homem na infância engatinha, na idade adulta anda ereto com os dois pés, e na velhice necessita da bengala (o terceiro pé) para se apoiar, mas no fundo a Esfinge lhe propõe o enigma sobre quem é o homem e o que é sua vida.

A estória carregada de simbolismo, influenciou até a psicanálise que chama os dramas da infância de “complexo de Édipo”, o casamento com a mãe também significa a relação que mandemos mesmo em idade adulta com a figura feminina ainda hoje numa sociedade machista.

Também a relação de Édipo com o sábio Tirésias é particularmente interessante, este não possuía a visão física, mas tinha sabedoria, enquanto Édipo que tinha a visão física lhe falta uma visão interior, quando começa esta visão quando desabafa com Jocasta: “Com esta narrativa me traz a dúvida ao espírito, mulher. Como perturba minha alma”, mas a rainha também é ambígua ao dizer que entregou o bebê a um pastor de sua confiança, o que mostrava sua incredulidade com os oráculos, tendo uma postura autoritária.

Não é por acaso que Aristóteles considerou a obra Édipo Rei como símbolo da tragédia grega.  

 

 

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