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Como pensamos que é o pensar

15 mai

Desde a Algebra de 0 e 1 de Boole, passando pelos primeiros computadores de Charles Babbage, chegando aos pensamentos de Vannevar Bush e Norbert Wiener do MIT dos anos 40, chegamos passando por Alan Turing e Claude Shannon, a pergunta final: a máquina um dia pensará.

O que vemos entre o apelo de investimentos da Robô Sophia ao mercado de “assistentes pessoais” é uma longa história do que de fato significa pensar, mas a pergunta agora devido aos tecnoprofetas (nome dado aos alarmistas por Jean-Gabriel Ganascia) é inevitável.

Vannevar Bush tinha uma máquina de processar dados no seu laboratório do MIT, onde foi trabalhar um estagiário chamado Claude Shannon, diz James Gleick que foi ele que sugeriu ao seu aluno que estudasse a Algebra de Boole.

Vannevar Bush no seu texto histórico As We May Think, embora não diga como iriamos pensar, fala das possibilidades futuras de novos avanços: “considere um dispositivo futuro … em que um indivíduo armazene todos os seus livros, registros e comunicações, e que seja mecanizado para que possa ser consultado com excessiva velocidade e flexibilidade. É um suplemento íntimo ampliado de sua memória” (Bush, livre tradução nossa do texto de 1945).

Cria a ideia embrionária de um computador que relaciona textos, como se faz em pesquisas desde o início da impressão de Gutenberg, mas sua máquina Memex (figura acima) já era pensada como uma capacidade alargada de registros e comunicações, mesmo que o telefone fosse ainda nascente nos anos finais da II Guerra mundial e as comunicações dependiam de potentes antenas.

O certo é que no final seu texto pouco ou quase nada diz sobre de fato o que é o pensamento e tal como acontece ainda hoje em Inteligência Artificial, o que temos feito é ampliar mais e mais a capacidade de memória e comunicação, assim como de cruzar grandes quantidades de dados, agora com técnicas chamadas de Big Data.

Outra tendência contemporânea é perguntar pela autonomia das máquinas, os experimentos realizados, mesmo com os chamados “veículos autónomos” são a base de algoritmos e eles dependem na tomada de decisão de como o ser humano vai fazer em determinada circunstância, em casos críticos, como decidir entre duas tragédias, a opção pode ser fatal.

Mas pensar ainda é com humanos, e por enquanto são eles que escrevem algoritmos e treinam as máquinas.

 

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