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Sobre a verdade e a filosofia

27 jan

Foi o racionalismo que levou a duvidar da existência exterior (o Outro, os objetos e o castelo exterior), já na clássica divisão corpo e mente, a questão até o final da idade média era entre realistas e nominalistas, os primeiros diziam que o real é que existe e os segundos que somente nomeamos o que é exterior, o que existe está na mente, hoje há a reviravolta linguística.
Imannuel Kant afirma que as percepções dos sentidos são posteriores à experiência enquanto é necessário um a priori universal, usando o argumento dos realistas, chama-o de juízo analítico enquanto os primeiros são os sintéticos, feitos a partir da junção de informações.
O ápice do idealismo é Hegel, que estabelece vários conceitos ideais: o estado, o espírito e a ética, porém a crise da modernidade retornará a velhos dilemas: a linguagem, o discurso e o que é a coisa ou o Ser, há então três reviravoltas: a linguística, a ontológica e a do “sagrado”.
Karl Klaus (1874-1936) já reclamava sobre a verdade no meio jornalístico, é verdade que a indústria cultural movimentou massas, e as Mídias de redes agora também, mas e a verdade?
A verdade da facticidade perdeu força, há visões alternativas e até mesmo a corrupção dos fatos, algo absurdo como “fatos alternativos”, não se trata absolutamente de hermenêutica pois é justamente sua ausência, a falta de um círculo hermenêutico onde os pré-conceitos sejam superados e se possam traçar novos horizontes que re-interpretam os fatos e constroem o futuro.
Os grupos entrincheirados em suas meias-verdades não se comportam senão como torcidas, a dialógica, a aceitação do Outro e a Empatia não são senão formas demagógicas como tentativas de cooptar membros para a própria torcida.
Claro que há um futuro latente, setores da sociedade onde a cooperação, a solidariedade e o exercício de enxergar o Outro já é exercício, são grupos e pessoas que trocaram a maneira dogmática de ver o mundo por uma visão mais ampla, além do grupo e da torcida.
Mas ainda há aqueles que cerrando fileiras em seus “grupos” vão exigir a obediência cega, o respeito a “autoridade” e não raramente vão apelar a métodos autoritários para dobrar o Outro.
A verdade irá emergir em meio ao caos, nos nichos da sociedade onde há Phronesis, verdadeira reflexão, olhar o mundo como um Todo e o Outro com respeito a suas particularidades.

 

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