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LockDown e frivolidade

11 mai

Enquanto o vírus se expande e começa a chegar mais no interior do Brasil e em muitos lugares a vida continua “normal”, enquanto a Europa tenta aos poucos voltar a nova normalidade, isto é, voltar ao comércio e o consumismo e a vida agitada anterior, que Sloterdijk chama de frivolidade (El país).

São dois cenários, o caso brasileiro enquanto alguns apostam que a curva chegou no platô, os novos dados apontam para uma expansão ainda maior do vírus, apostar que podemos conter a grave situação pandêmica com medidas pouco radicais vai se mostrando ineficiente.

A razão da pressão para abertura do comércio, mais que econômica, é claro que ela atinge a economia de todo o planeta, o motivo real na cabeça de muitas pessoas é voltar ao dia a dia de um elevado stress, de correria e de consumismo para aqueles que dispõe de recursos para isto.

Atingimos, no Brasil, o patamar de 10 mil mortes, tanto na vida pessoal quanto na vida social, se chegamos a uma gravidade de uma doença ou tomamos medidas radicais ou assistimos ao total agravamento da doença, no caso social, a expansão virótica e o agravamento da pandemia.

Na reflexão de Sloterdijk, que escreveu ao meu ver, dois livros emblemáticos Esferas e Crítica da Razão Cínica, ele apresenta dois conceitos-chave que são a coimunidade e a antropotécnica.

O primeiro conceito de coimunidade significa que podemos estabelecer um compromisso individual voltado à proteção mútua, que marcaria uma nova maneira mundial de enfrentar os problemas e o conceito de antropotécnica significa entender que as técnicas, neste caso e é o principal conceito usado por Sloterdijk, a biotecnologia, ou seja, o que inclui a manipulação genética.

Quando lançado gerou muita polêmica na Europa, devido a manipulação de genes por exemplo, porém agora que as principais pesquisas de defesa do coronavirus mostram a importância do uso de anticorpos para a produção da vacina, e a primeira coisa foi a foi a sequenciação genética.

O agravamento da crise brasileira exigirá um confinamento mais sério, ou veremos os números extrapolarem e o Sistema de Saúde já praticamente esgotado.

O confinamento é necessário e a volta a frivolidade deve ser repensada como forma não apenas de evitar uma crise econômica maior, mas principalmente a distribuição de bens mais justa.

 

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