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A cura do Outro

24 fev

Gandhi afirmava que “não se pode ferir o outro sem ferir a si próprio”, porém Carl Jung tem uma receita ampliada “aquele que cura o outro, cura a si próprio”, em termos de pandemia é bom pensar nisto, cuidar o distanciamento, as regras de higiene, etc.

Alguns dizem isto nunca vai acontecer comigo, são pessoas já com comorbidades, etc. sim eles estão no grupo de risco, mas a pandemia agora com as novas cepas ampliaram o “grupo de risco”, pode-se dizer toda a sociedade está vulnerável.

E junto com a pandemia, as economias estão ruindo, mas os modelos idealistas continuam aí, temos a resposta a tanto tempo, não se esqueçam que elas já foram testadas, assim não se trata deste ou daquele modelo, todos modelos atuais estão centrados na “economia” como centro de qualquer política e não no ser humano, isto valeu ainda mais profundamente nesta crise.

A usina de Fukushima por exemplo, houve tremores naquela região recentes, mostrou novos vazamentos, a água usada para resfriá-la será jogada no mar e então irá pelo mundo agora.

Se tivermos outros acidentes naturais, terremotos estão sempre acontecendo aqui e ali, e se forem perto de outras usinas, e se outro tipo de crise planetária, diferente da pandemia vier, e isto não é só pessimismo, é uma possibilidade que todos sabemos que existe.

Sim agora o problema é a doença, fonte da cegueira atual, ela é também um prolongamento da crise cultural e noite de Deus, vejam os diversos tipos de religiosidade que cresce, os apelos e profecias não faltam em todo canto, a meu ver alguma poderá ser verdadeira inclusive, mas não se trata disto e sim de perguntarmos como vai a vida “saudável” no planeta, e ai entra o Outro.

Diziam que a crise era das mídias, ou das redes que é uma coisa bem distinta, agora são a salvação para manter os contatos com a devida distância, hora não eram os celulares que faziam isto e porque não fazem agora, manter empresas e escolas funcionando, não é tão mal, o uso sim.

Claro que não, a perda das relações independe dos meios (as mídias) que usamos, e colocar-se em rede é ainda melhor, agora parece mais claro é colocar-se primeiro diante dos mais próximos, cuidar e se ocupar deles, coisas que lembramos de serem feitas pelos nossos avós, que pareciam fechados e atrasados, mas eles sabiam o que significava ser próximo, ser amoroso e ser fiel.

Salvar a economia mesmo que as pessoas morram, eis o fundamento de um mundo onde no fundo é a economia que todos estavam preocupados, talvez uma minoria pensasse realmente no bem-estar e no equilíbrio da vida vivida na essência, sem luxo e com um certo “conforto”.

Lembre-se que o oeconomicus em grego, tratava-se da economia doméstica e da agricultura, é verdade que a economia evolui muito, porém não devia ter perdido as origens, organizar a economia “doméstica” das pessoas e produzir alimentos, parece o essencial nesta crise.

Não temos só que nos curar, é preciso curar e cuidar do outro, assim nos ensinam nossos heróis da medicina, pois as consequências serão para todos, a descoberta desta interdependência é saudável para um mundo que começa a se fechar em nacionalismos e mentalidades autoritárias.

 

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