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O sofisma moderno e a crise da democracia

19 ago

Desenvolvemos através das postagens a crise do pensamento e os sofismas modernos, não mais fundados em justificativas do poder, mas para promover novos modelos neoautoritários de poder, é a psicopolítica como desenvolveu-Byung-Chul Han, que está além da biopolítica de Foucault.

Sobre a reforma do pensamento Edgar Morin desenvolveu uma extensão obra que está sintetizada em seu livro “A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento”, com duas vertentes importantes, além do próprio pensamento reformado: o pensamento ecologizante e a superação do modelo mecanicista.

Um século depois do triunfo da física quântica, o modelo do nosso pensamento ainda é newtoniano, mecanicista e dualista, o modelo quântico admite um terceiro excluído, no quanta a matéria pulsa e há um terceiro estado entre um ponto da matéria e outro, chamado na física de efeito de tunelamento, ele consagra a visão inicial de Werner Heisenberg do princípio da incerteza e redescobre a natureza ondulatória da matéria e não apenas da luz, que é também matéria sem massa.

Edgar Morin utiliza este conceito da incerteza para reformar a reforma, aquela mudança que todos queremos, mas que ainda fica focalizada em dois polos, e induz grande parte do pensamento moderno para fundamentalismos que não admitir reformas nem um terceiro excluído, nem uma terceira via.

Estas vertentes fazem o planeta caminhar para uma crise política da democracia sem precedentes, governos neoautoritários, como Myanmar e agora no Afeganistão e as ditaduras planetas já quase consolidadas em todo ocidente com ameaça de surgimento de novas e ainda mais radicais.

Afirma Edgar Morin em seu livro: “Uma inteligência incapaz de perceber o contexto e o complexo planetário fica cega, inconsciente e irresponsável” (Morin, 2014) e dirá mais a frente: ““[…] um modo de pensar, capaz de unir e solidarizar conhecimentos separados, é capaz de se desdobrar em uma ética da união e da solidariedade entre humanos. Um pensamento capaz de não se fechar no local e no particular, mas de conceber os conjuntos … estaria apto a favorecer um senso da responsabilidade e o da cidadania” (Morin, 2014).

Sem uma inversão da tendência atual teremos uma grande crise civilizatória a vista, veja o estaria na frase de Morin.

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

 

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