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A força moral e a bélica

10 mar

Aqueles que promovem o ódio e a intolerância, mesmo que além valores, apenas o veem como dependentes da capacidade humana, Mahatma Ghandi que venceu a dominação inglesa sem usar a força bélica e dizia: “A força não provém da capacidade física”.

Inspirou muitos pacifistas na década de 60, inclusive aqueles que eram contra a guerra do Vietnã, que não deixava de ser também uma guerra de invasores, no caso, americanos.

Os analistas militares estranham a capacidade de resistência da Ucrânia em meio a uma desvantagem enorme de poderio bélico com a Rússia, embora no jargão militar exista a ideia da “moral da tropa” ela está associada apenas ao campo de batalha e não a valores.

Para que exista uma força moral é preciso que ela exista também no campo espiritual, no caso de Ghandi era o hinduísmo que durante décadas inspirou e atraiu muitos no mundo ocidental, incluindo personalidades do mundo pop, como os Beatles.

Assim a degradação moral do mundo ocidental também é indiretamente responsável pela guerra e na sua lógica, que é também a lógica da OTAN somente a força bélica é vencedora e protetora de seus “valores”, porém estes estão em crise e não reconhecem.

A Ucrânia assim acabou recorrendo a seus vizinhos e a ameaça que eles também temem de invasão russa, que esconde um interesse expansionista, fêz surgir um terceiro bloco para ajudar a Ucrânia a defender seu território: Polônia, Lituânia, Estônia, Suécia, Finlândia e Canadá, países antes vistos como “pacifistas”.

Este bloco quebrou uma tradição de não uso de armas para auxiliar a defesa da Ucrânia, completa este bloco o Reino Unido, que é bom lembrar está fora da União Europeia, pelo Brexit, o que os atraia além do medo de serem os próximos alvos da Rússia é a defesa de valores além daqueles bélicos, que em última instância também defende a OTAN.

É verdade que oscilam entre o uso de armas e o pacifismo, porém percebem que não há como impedir os desejos expansionistas de Putin, cuja narrativa histórica começa a partir da formação da União Soviética, sem existir história pregressa, dos povos originários.

A lógica do ódio, seja o lado que esteja é em última análise a guerra, a do amor é a paz.

 

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