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Mundos pequenos e círculos fechados

05 ago

Pequenos grupos podem potencializar seus efeitos sobre uma rede, não apenas pela capacidade de influencia ou de coesão, mas pelo grau de conectividade entre os nós, que na linguagem técnica é chamada de clusterização, não tem nada a ver com círculos fechados, mas as poucas conexões são chamadas de Mundos Pequenos (Small Worlds).

Este modelo de Redes Sociais (vista como um modelo matemático de grafos e não apenas como mídias) observa um fenômeno curioso chamado Mundos Pequenos que foi proposto pela primeira vez por Duncan J. Watts e Steven Strogatz em artigo publicado na revista Nature de 1998, o modelo estabelece que numa rede há um grau de separação entre os pontos (nós da rede) chamado de seis graus de separação.

O livro de Albert L. Barabasi “A nova ciência dos networks”, que expandiu e corrigiu este modelo para escalas maiores chamado por isso de scale-free, está assim descrito na pg. 47 do livro:

““A surpreendente descoberta de Watts e Strogatz é que poucos links extras já são suficientes para reduzir drasticamente a separação média entre os nós … graças a extensas pontes … conectam nós no lado oposto do círculo …”.(Barabasi, 2009).

Assim isto não é o mesmo que círculos fechados, já que apesar de poucas ligações, é preciso que hajam pontes com nós no lado oposto ao do círculos, portanto é necessário esta “abertura”, conforme está citado para nós no lado oposto do círculo.

Isto explica como muitas culturas e informações se expandem ou se fecham de acordo com os tipos de conectividade que tem (a questão da clusterização, no gráfico p=0 até p=1) e devido a possibilidade mais ampla de informações hoje devido a tecnologia, os fatores se tornam mais psicopolíticos que geopolíticos.

Mas também é possível explicar as expansões de períodos anteriores que dependiam da mobilidade e da “abertura” dos círculos a outras culturas diferentes, o cristianismo por exemplo, o livro do Barabasi cita, dependeu da estratégia de Paulo de Tarso que foi falar aos “gentios” e aos povos que não tinham a cultura judaica, e de lá se expandiu em rede.

Mas eram um pequeno grupo (12 apóstolos e depois 72) porém que viajaram pelo mundo ocidental da época, também esta ideia de pequenos mundos continua presente no cristianismo até hoje, embora numerosos, os preceitos de Amor e Solidariedade nem sempre são observados, e isto o reduz a círculos fechados.  

Sobre o futuro também está assim expresso na cultura cristã (Lc 12,31): “Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino”, logo em seguida é contada a parábola do administrador que os empregados não sabem a hora que vai chegar e devem agir sempre esperando o senhor chegar e os encontrar atentos, neste caso refere-se a tesouros verdadeiros que já tratamos em postagens anteriores.

 

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