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O que está fora do s eixos

30 nov

Em muitas épocas de transformações o ambiente confuso e decadente induz a raciocínios e temperamentos irascíveis e dão vazão aquilo que os filósofos chamaram de pulsões ou se quisermos simplificar tendência para o que é mais fácil, mais útil e mais prazeroso, sem se preocupar com as consequências.

Este tipo de impulso pode ser aquilo que em língua inglesa é chamado de “drive” (direcionar) ou em alemão trieb (tanto no negativo trieben deriva, como positivo. Triebende força motriz), assim é possível, numa leitura bastante liberal, ver estes valores como positivos, porém historicamente foram sinais de decadência, como no auge do Império Romano ou no final da Idade Média, o desajuste da moral social era claro.

Porém em todos estes tempos sempre houveram reações políticas, intelectuais e sociais a esta decadência, e com isto a história caminhou e alguns problemas se resolveram, total ou parcialmente, por exemplo, o Império Romano vi morrendo aos poucos com a libertação das colônias, já o período do liberalismo e do antropocentrismo do final da Idade Média, deu origem ao liberalismo econômico que levou a construção de novas colônias na África e na América e com isto novas formas de decadência política e social se prolongaram até a Revolução Francesa, por exemplo, e no caso inglês a convivência da monarquia com a república.

Um novo ciclo de decadência se abre nesta segunda década do milênio, sendo visível a queda de valores sociais e morais, onde a política não é um caso a parte.

Assim aparecem homens e mulheres capazes de lutar para reverter o quadro histórico de decadência, porém sem uma análise profunda o quadro é confuso, enquanto as ideias podiam ser propagadas em círculos menores nos períodos anteriores, agora elas percorrem o mundo em fração de segundos e invadem até mesmo países fechados, como o Irã (há uma revolta pelo direito das mulheres) e na China (onde o rigoroso confinamento por causa da Covid provoca protestos), porém o pano de fundo é uma reorganização social.

Numa pequena colônia da Judéia, num período de muitos falsos profetas e de rebeliões contra o império Romano, havia uma figura religiosa chamada João Batista, que desafiava os poderes e governadores, Herodes o temia não por ter um exército ou porque o povo o seguia, mas pelas duras palavras que tinha.

As lições de João Batista valem para nosso tempo: endireitar as veredas e aplainar as colinas, ou seja, buscar caminhos retos que ajudem as mentes e forças abertas a reorganização social caminharem. 

 

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