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Posts Tagged ‘paz’

Perigo de guerra eminente e esperança de paz

08 abr

Um ataque de drones feito a usina de Zaporizhzhia na semana passada, ligou um alerta da Rússia que denunciou prontamente o perigo e as consequências de um desastre nuclear seria terrível.

Não ficou claro qual foi exatamente a arma usada contra a Usina nuclear (foto), apenas que eram drones e que um havia sido detonado no local, a Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA), que tem especialistas no local, disse apenas que as informações eram “consistentes” com as observações da entidade, ou seja, algum drone havia explodido próximo a Usina.

Analistas internacional ainda veem como improvável o conflito devido ao risco catastrófico devido a possibilidade de uso de armas nucleares, além de combates convencionais, uso de ataques cibernéticos e híbridos seriam colocados em movimento, inicialmente no Leste Europeu, mas com risco de expandir-se para a Europa e outros continentes.

A OTAN ainda que detenha vantagem significativa tanto na geopolítica, Finlândia e Suécia aderiram a OTAN e a Hungria que buscava uma posição de neutralidade, agora se fortalece com um acordo de tecnologia militar feito com a Suécia, que facilitou sua entrada na OTAN.

A Rússia porem possui capacidade militares agregadas a recursos econômicos e modernização de seu aparato militar, além de um acordo de apoio com a China e a Coréia do Norte, assim a manutenção da paz e prevenção de conflitos devem ser feito por um diálogo constante, mas a diplomacia russa segue jogando duro e diz que o diálogo com a OTAN é “zero”.

Tanto o ministro do Exterior russo Sergey Lavrov como o porta-voz do Kremlin, Dimitry Peskov dão declarações que dão a entender que o conflito com a OTAN já está em curso, estratégia diplomática ou pura retórica, o fato que os níveis de tensões se elevam.

A OTAN responde com exercícios militares e movimentação de tropas nas fronteiras, em janeiro um exercício envolveu 90 mil soldados, um novo treinamento foi anunciado pelo general comandante da OTAN, Christopher Cavoli, a operação chamada de Defensor Firme 24 (Steadfast Defender 24) já havia sido realizada em outros anos, porém agora acontece em meio a uma intensificação dos bombardeios contra Kiev.

A esperança é que o equilíbrio é frágil e os dois lados sabem disto, e o risco de uma guerra seria catastrófico, ainda que analistas evitem dizer que haveriam limites de ações.

 

Policrise e esperança

05 abr

Rumores de confronto Rússia e Otan se agravaram nas últimas horas, entretanto, a esperança de paz e a resistência do Espírito, como protagonizava Edgar Morin, permanecem de pé.

Além da policrise de Morin (assim como poli é múltiplo e também é polis de cidade, Krisis tem também o significa de poder de decisão) o professor Adam Tooze (artigo do Financial Times), de história da Universidade de Yale (EUA) ampliou e atualizou: pandemias, secas, inundações, mega tempestades, incêndios florestais, guerra na Ucrânia (e agora na faixa de Gaza0, preços de energia e alimentos, etc.

No seu raciocínio, sem apontar diretamente o professor “descobre” a complexidade e uma nova visão transdisciplinar do “todo”: “Um problema se torna uma crise quando desafia nossa capacidade de lidar e, assim, ameaça nossa identidade. Numa multiplicidade de crises, os choques são diferenciados, mas interagem de modo que o todo é mais ambíguo do que a soma das partes”, afirma no artigo (na imagem o quadro de Tsherin Sherpa (Nepal), Espíritos Perdidos, 2014.).

Assim sentenciava Morin: “Ligado ao domínio do cálculo num mundo cada vez mais tecnocrático, o progresso dos conhecimentos é incapaz de conceber a complexidade da realidade e em particular das realidades humanas. O resultado é um retorno aos dogmatismos e aos fanatismos, e uma crise da moral enquanto se espalham os ódios e as idolatrias” (Jornal La Repubblica, entrevista), entretanto além da policrise há sinais de esperança.

Enquanto a Resistência do Espírito invoca uma compreensão da gravidade e das questões que envolvem a crise atual, a Esperança (aqui maiúscula) significa este Espírito colocado em ação e assim a obtenção de uma espiritualidade contracorrente que invoque valores de mudança.

Aqueles que mergulham de diversas formas nesta Esperança, estão sempre dispostos a abraçar os problemas que todos fogem, a abraçar os fragmentos de um mundo polarizado, e a lembrar o que une ao contrário daquilo que desune e polariza, felizmente há estes espíritos e chamaria de Espíritos da Resistência através da Esperança.

Ide pelo Mundo e Levai a Boa Nova, não pode ser só uma chave bíblica, é a Esperança Viva.

 

Pré-guerra e esperança de paz

01 abr

A Rússia declarou estado de guerra com a Ucrânia, o que muda são os métodos e um aumento dos limites de violência, a tática é bombardear todo o país e principalmente as instalações que fornecem energia, claro exceto as Usinas Atômicas, mas não está livre de um “acidente” que seria um golpe duro em toda Europa.

A Ucrânia em resposta tem feito incursões dentro da Rússia principalmente para atingir as usinas e depósitos petrolíferos, por isso o ataque a Criméia tem sido estratégico, e também por isso a Rússia avisou que não vai atacar as forças da OTAN, exceto os caças F-16.

Além de Macron que declarou que não descarta, se necessário, enviar tropas a Ucrânia, o primeiro-ministro da Polônia Donald Tusk, também alertou que a Europa está em uma “pré-guerra” embora tenha acrescentado que há um “longo caminho a percorrer antes de enfrentar a “ameaça” representada pela Rússia.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, alertou que a Europa está em uma “era pré-guerra”, mas ainda tem um “longo caminho a percorrer” antes de estar pronta para enfrentar a ameaça representada pela Rússia.

O reconhecimento de boa parte dos governos europeus que uma guerra com a Rússia não seria simples é um freio nas ameaças belicistas e abre um caminho para a paz, já há articulações ainda pouco visíveis na grande imprensa de tentativas de acordos, são vistas como “secretas”, mas não é a verdade, os interesses políticos e econômicos agem também nesta área.

A situação de calamidade humanitária e guerra permanece entre Israel e forças antissemitas vizinhas, há um perigo que este sentimento se normalize onde somente o lado palestino seja enfatizado, claro o povo nunca tem culpa da guerra dos poderosos, também o povo russo e ucraniano é vítima, porém ações bélicas extremas devem ser cobradas e punidas.

A resistência do espírito, palavra cunhada por Edgar Morin, deve estar presente em nossas mentes e atitudes, por todo o mundo a polarização ideológica e cultural (o ato terrorista na Rússia tem conotações culturais ao que tudo indica), não deve alimentar nosso espírito.

Esperamos sempre a serenidade, o reconhecimento que todos perdem em uma guerra, em especial os inocentes e civis, mas ela alimenta uma poderosa indústria de guerra que serve a uma perversa econômica e endurece os espíritos.

Para os cristãos a Páscoa é a vitória sobre a morte, sobre o ódio, é uma vitória da paz.

 

Silêncio e a resistência do espirito

26 mar

A guerra é ruidosa não só nas armas e bombas, mas principalmente no falatório que ela desperta no qual é impossível ter serenidade, pensar e dialogar; faz parte fundamental da insanidade que ela representa o aspecto ruidoso.

A resistência do espírito, estamos seguindo a linha de Edgar Morin, é a “arma” possível neste momento e quiçá em futuros ainda piores, ela significa, em muitos momentos se calar, fazer um silêncio tão profundo que indague o Outro que não desiste de argumentar suas razões para a guerra.

Na filosofia Plotino, que influenciou profundamente Santo Agostinho, embora sejam pensadores diferentes um cristão e o outro apenas estoico, o silêncio é um estágio de profundo conhecimento da realidade, do uno, unidade que tudo abarca sem sair de si.

Para ele quando um aspirante à verdade (o que é a verdade de fato, não a lógica racional), ele tem que ter a experiência da unidade, essa experiência é total e silenciosa.

O filósofo brasileiro Giacóia Junior busca na citação de Espinoza a reflexão sobre esta perspectiva de relação entre o barulho e o silêncio quando afirma que “certamente que a sorte da humanidade seria mais feliz se estivesse igualmente na potência do homem tanto falar como calar-se.  Mas a experiência ensina suficiente e superabundantemente que nada está menos em poder dos homens que sua língua (…) (cf. GIACOIA JUNIOR, 2014, P. 79).

Estar diante do silêncio é estar diante da verdade, e se a linguagem é morada do ser, vale a pena lembrar que o Verbo se fez carne (João 1,1) se não for aceito no sentido bíblico, pode ser pensado como sentido ontogênico ou filogênico, como afirma Barthes em seu livro O Rumor da língua, afirma que: “é a linguagem que ensina a definição do homem” e que não pode ser considerada “um simples instrumento, utilitário ou decorativo, do pensamento. O homem não preexiste à linguagem, nem filogeneticamente nem ontogeneticamente” (BARTHES, 1988, p.185).

Assim a verdade é um Ser, a linguagem é morada do Ser e o silêncio é seu ápice.

 

BARTHES, R. O Rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, 1988.

GIACOIA JUNIOR, O. “Por horas mais silenciosas” in: NOVAES, Mutações. São Paulo: Ed. SESC SP, 2014.

 

Guerra declarada e perigos

25 mar

Após a Rússia declarar abertamente que está em guerra com a Ucrânia em uma semana de fortes ataques com mísseis sobre Kiev, usando inclusive o espaço aéreo da Polônia, que gerou tensão, a Ucrânia respondeu com outro grande ataque a Criméia e as refinarias de petróleo.

O ocidente ficou em alerta porque o preço do petróleo deverá subir, e a tensão com a Otan e a Europa já está em níveis elevados, as declarações de Putin e Macron com provocações de ambas partes, a colocação de tropas russas na fronteira da Finlândia, e um atentado do Estado Islâmico a uma casa de shows em Moscou.

Desde o início o clima de tensão é o mais alto nesta semana da semana santa, não faltarão os falsos profetas e insufladores de ódio para piorar a situação, como disse Eduardo Galeano sobre a guerra aquilo que o ódio da guerra não fez a mídia completa, sempre houve analistas frios que pensam a guerra como política desde Sun Tzu sobre a arte da guerra, até Carl von Clausewitz foi ressuscitado para justificar a injustificável “arte” da Guerra.

O pequeno território autônomo da Transnístria (imagem) foi abalado pela derrubada de um helicóptero militar, está dentro da Moldávia e governado por forças pró-Rússia e é causa de temor da Moldávia que é membro da OTAN.

No outro fronte perigoso, dentre as muitas guerras pelo planeta é a crise na Palestina, é outra guerra de forte polarização, onde a solução da crise parece distante, com ódio cada vez maior de parte a parte e que pode se alastrar por todo oriente médio.

Além do problema do petróleo, o crescente perigoso na circulação marítima de grãos e produtos industrializados pode gerar uma crise de abastecimento e afetar o problema da fome que já é comum em muitas áreas do planeta.

Não se trata de visão apocalíptica nem profética, se ela existe é para poucos e a maioria são charlatães e especuladores, porém a crise civilizatória já tem um horizonte bastante visível.

Edgar Morin e outros analistas serenos e com bom senso clamam pela “resistência do espírito”, não deixar-se contaminar por este clima de ódio, violência e terror que assola quase todos os 4 cantos do planeta.

Conservar a alma e o coração puros e um espírito forte que enfrente as tempestades.

 

Ameaças de guerra total

18 mar

As declarações de Macron e Putin assustam a Europa, embora a neutralidade não seja o termo exato para o envolvimento devido a presença da OTAN em vários países, agora Suécia e Finlândia, fronteiras com a Rússia.

Em entrevista ao jornal Le Parisien, publicada sábado passado (16/03), Macron declarou: “Prepare-se para todos os cenários possíveis” na e acrescentou “talvez em algum momento isso tenha que ser feito”, e “todos assumirão suas responsabilidades”, provocando reações de diversos tipos, umas contra e outras a favor.

Em resposta, Putin disse que, caso algum país do |Ocidente envie tropas à Ucrania, uma guerra entre a Rússia e a Otan seria inevitável, e ameaçou usar armas nucleares “capazes de destruir a civilização”.

Putin tem uma maleta com um comando e controle eletrônico altamente secreta chamada de “Kazbek”, acredita-se que também o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior russo Valery Gerasimov, também tenham estas maletas, elas controlariam mais de 4300 ogivas nucleares.

Também os planos da OTAN para implementar um modelo rotativo de defesa aérea na Lituânia estão tomando forma, de acordo com o ministro da Defesa lituano, Arvydas Anušauskas. 

A eleição da Rússia com 87% dos votos para Putin foram criticadas no Ocidente, a Alemanha chamou de “pseudo-eleições”, os jornais franceses de “simulacro”, enfim opositores presos ou mortos e muita repressão a oposição.

Putin afirmou que a Russia consideraria testar uma arma nuclear caso os Estados Unidos o fizessem, em 2023 o presidente russo retirou a Rússia do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, em inglês), embora seja noticiado que a Rússia não realizou nenhum teste, recentemente, testou o míssel Bulava (SS-NX-30 na classificação da Otan) pode ser equipado com dez ogivas nucleares.

O tom subiu, mas também a resistência do espírito e da esperança não diminuiu, a paz é possível.

 

Vozes solitárias pela paz

06 mar

O escritor uruguaio Eduardo Galeano se posicionou contra a guerra, famoso por ter escrito “As veias abertas da América Latina”, que foi autor de mais de 40 livros, destaco entre eles O livro dos Abraços, tem uma gravação que voltou a ser divulgado no youtube pelo impacto que tem.

Começa sua fala dizendo: “Nenhuma guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar” e depois vai desmascarar os vários falsos motivos pelos quais tentam justificar suas atitudes, “as guerras sempre invocam nobres motivos, matam em nome da Paz, em nome de Deus, em nome do progresso” e outros, mas se não conseguem tem as mídias para ajudar, e não se tratam apenas das novas mídias, falava em seu tempo da grande imprensa.

A cultura tóxica de que alguém tem a solução para os grandes problemas do mundo, que há algum grupo “iluminado” evita a abertura ao diálogo, a encontrar os caminhos da paz.

Os antigos modelos propostos: a pax romana que submete os povos, a paz eterna que é o modelo idealista, a paz que resolve os problemas de justiça social, todas elas invocam a guerra em última instância.

Houve um tempo que era possível os povos saírem as ruas e reivindicarem a paz, e chamarem as autoridades para a insanidade de suas posições provocativas e insufladoras da guerra, ainda que disfarçadas em promessas de paz como dizia Galeano, e todas elas escondem o roubo, a ganância por riqueza e a pilhéria dos povos e dos pobres.

Também de pouco vale os espíritos “elevados” que fazem belas frases românticas e ideais, que nada tem de realidade ou de serenidade, são apenas alienação consciente ou inconsciente, são vozes que fogem dos problemas reais que a humanidade enfrenta: uma crise civilizatória.

O papa é uma destas vozes, também não deixam de haver vozes solitárias na ONU, pequenos países que apesar de estarem em esferas de influência, tem a sabedoria e discernimento que também sofrerão se a guerra prospera.

Eduardo Galeano chama a atenção em seu vídeo, que os países que compõe o Conselho de Segurança da ONU são justamente aqueles que mais armas tem, e a indústria armamentista é também uma fonte econômica para quem a detém, mas gera riqueza de grupos isolados.

Faltam vozes inequívocas para a paz, vozes que não ignorem a conjuntura e as posições reais.

No youtube: Eduardo Galeano: “Todos que fazem guerra mentem, só destroem e matam. Até quando farão guerra?” (youtube.com)

 

Serenidade e paz

05 mar

O livro “A Serenidade” de Heidegger vai dividir o pensamento contemporâneo entre o que calcula e o que medita, sobre o que calcula afirma:

“O pensamento que calcula (das rechnende Denken) faz cálculos. Faz cálculos com possibilidades continuamente novas, sempre com maiores perspectivas e simultaneamente mais econômicas. O pensamento que calcula vai de oportunidade em oportunidade. O pensamento que calcula nunca para, nunca chega a meditar.” (p. 13).

Reflete no texto que não há nenhuma meditação “elevada”, todo homem pensa e o pensamento pode levar a meditação, mas o cálculo não e ameaça este intimo do Ser:

Heidegger lembra que para pensar de verdade todos devemos pensar sobre nossas raízes, dito de modo mais contemporâneo não negar nossas origens e suas influências em nossa visão de mundo, mesmo que limitada, afirma: “o enraizamento (die Bodentändigkeit) do Homem actual está ameaçado na sua mais íntima essência. Mais: a perda do enraizamento não é provocada somente por circunstâncias externas e fatalidades do destino, nem é o efeito da negligência e do modo superficial dos Homens. A perda do enraizamento provém do espírito da época no qual todos nós nascemos” (p. 17).

O mais surpreendente neste texto que é de 1995, é que a característica “mais atormentadora é a bomba atômica”, não podemos esquecer que temos 440 usinas atômicas mais 23 em construção (na foto o acidente de Fukushima), ele percebe que o pensamento que calcula vê apenas as possibilidades industriais e a necessidade das energias da natureza, porém medita o que significa de fato este domínio da natureza.

“O poder oculto na técnica contemporânea determina a relação do Homem com aquilo que existe. Domina a Terra inteira. O Homem começa já a sair da Terra em direção ao espaço cósmico …” (p. 19), que além de ser incrivelmente atual tinha também um presságio sobre o futuro.

Mas não deixou de ver o perigo destas “grandes energias atómicas”, e assim: “assegura à humanidade que tais energias colossais, subitamente, em qualquer parte – mesmo sem ações bélicas -, não fogem ao nosso controle, e “tomam o freio nos dentes” e aniquilam tudo ?” (p.20).

Além de Fukushima há o fatídico acidente de Chernobyl, justamente na Ucrânia e feita com a colaboração russa, e a guerra atual há batalhas bem próxima da maior usina atômica de Zaporizhzhia, construída entre 1984 e 1995, é a maior usina nuclear da Europa e a nona maior do mundo.

As ameaças da Rússia devem ser levadas a sério, uma guerra nuclear coloca em cheque todo o processo civilizatória e talvez a própria humanidade, é preciso serenidade e paz.

O pensamento ocidental se submeteu ao frio e calculista pensamento matemático e físico, que até mesmo ele está em cheque.

HEIDEGGER, M. Serenidade. trad.de Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d.

 

Rússia acuada e Israel questionado

04 mar

O panorama das duas principais guerras que preocupam as lideranças mundiais continua tendo lances e episódios tristes no seu desenrolar, na Rússia a morte de um ativista em prisão da Sibéria e em Gaza as dificuldades de ajuda humanitária.

Enquanto vencem no campo de batalha, estas duas superpotências perdem no campo diplomático já que para muitas autoridades a situação é de desumanidade e ameaça a civis.

Na Rússia a morte de Alexei Navalny na prisão levou milhares de pessoas ao seu enterro (foto), o advogado, ativista e blogueiro tinha uma atividade intensa e era respeitado por grande parte da população, segundo fontes russas 67 pessoas foram presas no enterro, e também a entrada da Suécia para a OTAN expõe o enfrentamento a guerra.

Putin ameaça retaliação a Suécia enquanto aumenta o tom com o Ocidente afirmando que uma entrada de tropas ocidentais na guerra da Ucrânia levaria a um caos nuclear, em resposta ao presidente Macron da França que disse que não hesitaria enviar tropas, porém outros países refutaram esta ameaça afirmando que não o fariam.

O envio de apoio humanitário a faixa de Gaza cria polêmica com Israel que diz facilitar, porém a reação internacional pedindo o fim das hostilidades, sem deixar de exigir a liberação de reféns que ainda estão em controle do Hamas, aparece em destaque na imprensa mundial.

Quem subiu o tom com Israel foi o presidente da Turquia, Erdogan que afirmou que Israel comete uma “tentativa de genocídio” com a operação militar na faixa de Gaza.

Inúmeros países já se manifestaram pelo fim da guerra, também o papa já se pronunciou recentemente afirmando “carrego no meu coração todos os dias, com dor, o sofrimento da população na Palestina e em Israel, e pedindo acesso seguro para a ajuda humanitária.

A escalada perigosa destas duas guerras pode levar a uma tragédia civilizatória e é preciso sabedoria e serenidade das lideranças mundiais.

 

2 anos de Guerra e a diplomacia

26 fev

Dia 24 de fevereiro completou 2 anos da guerra  da Rússia com a Ucrânia, que o governo russo chama de “operação especial”, que já matou milhares de civis na Ucrânia, que provocou uma ruptura com o Ocidente e que não tem perspectivas de trégua e pode escalar para a Europa.

Apesar do enfraquecimento o discurso de Zelensky foi de promessa de vitória, embora tenha sofrido revezes neste início de ano em vários fronts, o discurso de Putin é cada vez mais feroz e eloquente e não é impossível um enfrentamento direto com as forças da Otan, o que seria uma tragédia para todo o planeta pelo potencial bélico e nuclear que estaria envolvido.

Na Palestina Israel continua com bombardeios já chegando a cidade fronteiriça com o Egito de Rafah, no subúrbio de Shaboura, segundo o ministério da Saúde de Gaza, 97 pessoas foram mortas e também em algumas aldeias vizinhas houve ataques.

O Catar sediará uma reunião entre o Hamas e Israel com objetivo de finalizar um acordo de trégua esta semana, segundo fontes egípcias, os Estados Unidos consideram sempre possível o acordo definitivo de paz, porém continuam dando apoio a Israel e seguem conflitos com os Houthis do Iêmen que impede a passagem de navios cargueiros de bandeira americana.

Uma nova estratégia no Iemen tem sido forças táticas, lideradas pelo Reino Unido (foto) que auxiliam tanto o mapeamento como o bombardeiro das bases terrestres dos Houthis, já que eles não têm embarcações, fazendo ataques aos navios a partir de bases terrestres.

O presidente brasileiro Lula causou uma grave crise com Israel comparando a atual guerra de Israel com o período nazista, justamente o maior genocídio e a mais cruel guerra contra o povo judeu e provocou reações do governo de Netanyaho, de seus aliados e de brasileiros judeus que reclamam um tratamento igualitário ao dado aos palestinos refugiados.

O conjunto das guerras e retaliações endurecem os corações e põe em combate as forças que polarizam o poder ao redor do mundo, poucos são os países que não se alinham embora a esperança de paz resista de maneira heroica.

Como diz o centenário educador e filósofo Edgar Morin, é preciso uma resistência do espírito.