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Arquivo para December 18th, 2012

Os filósofos, o Amor e o Advento

18 Dec

Os filósofos gregos conceberam três maneiras distintas de entender a existência, cada pessoa responde com uma destas três questões: sentindo, conhecendo e amando.

Sobre a existência escreveu Martin Heidegger nas suas notas de aula sobre as Confissões de Santo Agostinho: “Cum inhaesero tibi ex omni me (…) et viva erit vita mea” [quando estiver unido a ti por todo o meu ser (…) e viva será a minha vida] (Agostinho, Confissões, X, 28). “Minha vida é a vida autêntica (eigentliches Leben), eu existo (…). O existir significa viver radicalmente na possibilidade” (Heidegger, Estudos sobre a mística medieval, p. 106).

No sentimento resistirá sempre um dualismo, que poderá romper-se em dualidade, oposição fatal que criam no interior do homem “uma crise existencial”, falta de sentido da vida e outras coisas.

O dual é a oposição de sentidos, como o paladar que sente mais um doce se a língua estiver amarga, mas ela já estiver doce, não sentimos a “doçura” do alimento.

Já a possibilidade do conhecimento e podemos dizer a necessidade de informação no homem vai depender justamente do oposto ao sentimento, compreende-se algo quando se reconhece uma semelhança nas coisas que vem a nossa lembrança e o que nos aparece como algo novo não é por nós “conhecido” e isto é essencial para entendermos o Amor, por que ele tem características além do sentimento e do conhecimento, ele é exatamente um “advento”, algo existencial que vem !

Neste sentido do Amor, aqui com A maiúsculo para lembrar o Ágape, diferindo dos sentimentos de afetividade, sexualidade ou até mesmo repulsa, há quem veja nisto Amor, mas algo tão nobre que poetas, artífices dos sentimentos, e pensadores, artífices do conhecimento, não ignoram-no.

Sobre ele escreveram muitos filósofos e artistas em geral, mas destaco Agostinho, Kierkegaard, Heidegger e Hannah Arendt.

O advento é o Amor que vem como Sujeito, poristo está composto de sentimento, cognição (Sabedoria) e Amor, mas é insólito, por que é essencialmente Amor.

HEIDEGGER, M. Estudios sobre mística medieval (Phänomenologie des Religiösen Lebens). Tradução de Jacobo Muños. México: Fondo de Cultura Ecónomica, 1997.