Os indignados da Espanha e as redes sociais
A marcha dos Indignados continua em toda Espanha, desde diversos pontos em direção a Madri. Assim se descobre que nem tudo vai bem no velho continente euroeu.
As redes sociais funcionam a todo vapor, no fundo político está uma crise econômica, mas também uma crise da união européia, onde a França e a Alemanha têm altos índices de desenvolvimento, enquanto Portugal, Espanha e Grécia estão em situação dificil e outros em situação débil intermediária.
São países com economias frágeis e com problemas sociais ainda sem solução. Estes estados, sem as qualidades dos dois privilegiados, no momento entram em grave crise.
O desemprego atinge níveis muitos altos, o mesmo para a dívida pública, há uma má distribuição dos impostos arrecadados e talvez o mais grave problema é a corrupção que parece quase ser uma cultura ocidental e que corroeu a confiança nos governos.
Esta situação política levou a uma situação onde os partidos já não representam a vontade de seus eleitores e da cidadania como um todo e as denuncias das novas mídias parecem ruírem a base da propaganda política governamental.
A cidadania – sem emprego e perspectivas – entra em ebulição. Movimentos espontâneos surgem por toda a parte. A Espanha mostra-se – como de sua tradição – mais ativa na atuação popular.
A influência das redes é evidenciada pelos protestos nas tentativas de mudanças no chat do Facebook para um máximo de 23 pessoas, num tentativa clara de evitar “aglomerações” agora virtuais, lembra bem o discurso de sistemas fechados.
Também os brasileiros fizeram um protesto num evento com o sugestivo título “Queremos o chat antigo de volta”, com uma adesão de mais de 100 mil usuários.
Os usuários aproveitaram para reclamar também do ambiente, em tom de revanche postaram imagens como mensagens que diziam: “eu não quero receber notificações do Cityville”, com uma seta apontada para o seu avatar, em tom de protesto.
Mas estas manifestações são sociologicamente de tipo novo, foram inspiradas num texto de 32 páginas de um veterano da resistência francesa Stephan Hessel de “Cry Out!”, mas que o manifesto original tinha o nome , “Indignez vous”.
Foi um grande e rápido sucesso, o ” indignate ” significando uma rebelião pacífica que mistura um pouco de amargura, raiva e desprezo despertado por situações injustas ou indignas.
Talvez alguns tivessem pensado algo assim, mas agora todos podem dizer o que pensam nas redes.