A filosofia da crise, economia e nihilismo
No seu livro “As filosofias da afirmação e da negação” (de 1959) Mario Ferreira dos Santos desenvolve que a crise atual da humanidade (ele falava isto em 1959), em que ele constata que “as inteligência deficitárias de nossa época, que cooperam, conscientemente ou não, na tentativa de destruir o que havia de mais positivo no pensamento humano”.
Ele dá a receita da crise do homem moderno o nihilismo e que tem suas raízes em dois fatôres importantes: “nos erros filosóficos dos sofistas modernos e na crise econômica”, portanto nada mais atual.
Nihilismo é uma palavra complicada para dizer a filosofia do “nada”, quando tudo deve tornar-se objetivo e assim negar-se tudo relativo ao sujeito e suas realidades (subjetivo, o que pertence ao sujeito enquanto ser consciente).
Ao analisar a economia ele desvenda-a mostrando-a mais humana: “não é ela uma obra animal, mas humana”, e coloca-a em relação direta com a inteligência, onde o fato econômico “é um fato cultural e não meramente físico”, ou seja, ele revela uma escolha, e a escolha que pensavamos que o homem moderno deve fazer é entre o “colaborativo” e o competitivo, coerente com o pensamento de Mario Ferreira dos Santos, pois ele fala da “invasão do nihilismo” e poderíamos falar hoje da invasão do egoísmo, do individualismo e do consumismo todos eles fundamentados no isolamento do “eu”.
A crise atual portanto é uma ruptura entre o sujeito e sua “subjetividade” que lhe é própria, e isto entre outros fatores levou ao nihilismo; entre sujeito e a economia, levou a supervalorização da economia em detrimento da pessoa, devemos salvar a “economia” das instituições ou as pessoas submetidas ao poder das “instituições economicas”?