Agonia do presidencialismo de coalizão
Formulado em 1988, pelo cientista político Sérgio Abranches o “presidencialismo de coalizão” pode definir o que é a estrutura e o mecanismo de funcionamento do regime político-institucional brasileiro, agora com vieses de corrupção e traições.
Embora segundo o cientista política “coalizão” referia-se a acordos entre partidos (entenda-se troca cargos no governo) e alianças entre forças políticas (nuca em torno de programas) para alcançar determinados objetivos, o objetivo desvelado é agora claro, a corrupção estrutural (empresas e órgãos de governo) e sistêmica (dinheiro distribuído para angariar apoios).
A má interpretação da revolta das ruas, que seria por mais democracia ou mais benefícios sociais (o que em parte é verdade), esconde a verdadeira revolta e a verdadeira reivindicação velada: a moralidade com o dinheiro público.
O provável governo Michel Temer que se segue, poderia representar um fim neste tipo de negócio político que foi chamado de “coalizão” revelou-se impróprio para o desenvolvimento nacional, colocou a política no descrédito público, impediu que programas sérios avançassem e principalmente permitiu a criminalidade política.
Sem questionar aqui o mérito do impeachment, que não é golpe no sentido anti-demorático embora tenho o viés da “coalizão” de políticos imorais, o que procura o povo brasileiro, de modo consciente ou não, é um programa claro para superar a crise política e econômica gerada por um modelo agora em agonia.
As primeiras articulações indicam que o fisiologismo de coalisão permanece, e se isto acontecer é provável que o fisiologista-mor Renan Calheiros pinte como “representante” do modelo agonizante, afinal ele está lá, entre denúncias, voltas e saídas, desde o governo Sarney.
Passando pelo governo Collor do qual foi membro da chamada “tropa de choque”, passo pelo governo FHC, foi indicado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ocupar o Ministério da Justiça de FHC, em substituição a Íris Resende, no governo Lula foi presidente do Senado de 2005 até 2007, quando renunciou ao cargo e depois foi absolvido (sic!) e nas eleições parlamentares de 2010, Renan Calheiros foi eleito senador pelo estado