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Deserto e contemplação

05 dez

Entre as dificuldades do homem moderno está a contemplação, por isso queracomteplaçao tonar tudo liso, tudo polido, sem dor, sem manchas, sem riscos e sem doenças, mas os remédios e as vacinas, em geral, são uma doença atenuada, ou seja, faz parte da natureza.

Queremos a natureza a nossa imagem e semelhança, e não permitimos que ela siga seu caminho, assim nos sentimos num deserto que nós próprios construímos, não confundir com o silêncio e o “deserto da alma”, talvez nome impróprio, para a contemplação.

Mas há um deserto do vazio existencial, de um nada que procuramos na sociedade do consumo, na religiosidade estéril ou na filosofia idealista, um vazio que não é um silêncio.

Contempla tacão é justamente o contrário, e esclarece o pensador Byung-Chul Han, em a Sociedade do Cansaço, a busca da “vida activa” tornou-se oposta a contemplativa e então ela é um deserto cheio de coisas cujo real sentido existencial é questionável, aliás justamente quando estamos num hiperativismo, doença social e não psíquica, é que estamos no vazio.

A contemplação exige alguma coisa além da pura imaginação, é preciso ver “com os olhos da alma”, enxergar beleza na natureza aparentemente imperfeita, e para isto é preciso alguma forma de crença para se ter esperança com o futuro.

Thomas Merton, um materialista convertido ao cristianismo e que se tornou grande místico, afirmava: “É a fé, e não a imaginação, que nos dá a vida sobrenatural; a fé é que nos justifica; a fé é que nos conduz à contemplação.”

Contemplação não é passividade, portanto, mas escuta atenta para além dos sentidos,

 

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