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Deserto e preparar os caminhos

08 dez

Que caminhos devemos preparar hoje, em tempos de ódios, de divisões, de intolerâncias,aoPrepararCaminhos surgem apocalípticos e integrados (diria Umberto Eco), e não há como preparar um caminho novo, sem um pensamento novo, e há coisas novas, porém precisamos tirar o véu das vistas. 

É como dizia o profeta Isaias sobre a vinda de João Batista conforme Marcos (Mc 1,2-3): “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’ ”, mas que estradas devem ser preparadas neste nosso tempo, que deserto atravessamos.

Certamente não é para a nova vinda do Salvador, nem queremos mais Salvadores da Pátria, precisamos que o caminho seja preparado para uma consciência nova, diferente da idealista que construiu a modernidade, do iluminismo ou do enciclopedismo elitista.

Se Heidegger anuncia que devemos tomar uma questão nova, a questão do “ser”, ela não deve e não pode estar separada de um contexto social mais amplo, menos desigualdades, mais tolerância religiosa, aceitação da diversidade étnica, cultural e de gênero, mas sem o ranço ideológico que esquenta os ânimos e impede os progressos.

Retomar as questões essenciais do Ser, significa retomar os verdadeiros dramas da humanidade que vão além da fome e da exploração, que são muito mais consequências dos modelos existentes do que a origem deste modelo, pensou-se de modo idealista, que desenvolvendo mais teríamos mais distribuição do humano no planeta e menos explorações em diversos ângulos e sentidos, o que vemos como produto final diz que esta premissa era falsa.

Talvez retomando as questões essenciais do que é o Ser, entenderemos melhor o que é Ser homem e sua relação com tudo o que é sua existência.

Preparar os caminhos significa então preparar os caminhos para um futuro mais promissor, onde o Ser esteja no centro da atividade e não o Ter.

 

 

 

 

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