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Cegueira e novos caminhos

02 dez

A maior de todas as cegueiras pessoais é o ódio, e a maior social é a guerra, nela os homens perdem a razão e se tornam fanáticos.

É comum em tempos de crise e poucos conhecem e defendem de fato o caminho da serenidade e da sensatez nestes momentos, a polarização e a guerra eram indícios, recorrer ao autoritarismo e ao descaminho social é a consequência.  

A limitação física visual me fez ter o exato sentimento do que significa isto, primeiro reconhecer a própria cegueira e depois saber como caminhar com ela e aceitar os limites recorrendo a cura.

Socialmente não é bem assim porque as narrativas fazem os homens crerem no que dizem e falam e naquilo que imaginam enxergar, já postamos aqui do ensaio de Saramago e de outras cegueiras, também o seu significado em torno da pandemia.

O rumo social de uma sociedade em desiquilíbrio e sob tensão é sempre preocupante, porque nem sempre a sensatez vence, lembremos das duas guerras e os seus desastres humanitários e de outras pandemias.

A liturgia cristão neste tempo natalino não fala apenas do advento do menino Jesus, fala também da Parusia, ou seja, de um novo advento, onde também diz que haverão cortes e mudanças (Mt 3,10): “O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo”, ou seja, a raiz de todos males e desavenças.

Em termos religiosos é pedida a conversão, a mudança de rota, em termos sociais é preciso reconhecer aquilo que não está no caminho da esperança e do amor, e cortar pela raiz pois é a única forma de mudar.

 

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