Mais mentes confusas pela internet
Em reportagem da revista Época, também o livro de Mark Bauerlein, autor de The dumbest generation (A geração mais estúpida) há uma análise pessimista em que ele antecipa uma nova Idade das Trevas, quando os indivíduos que hoje são crianças e adolescentes chegarem à maturidade.
Na análise deste autor na revista Época, “uma vez de mentes juvenis inquietas e repletas de conhecimento, o que vemos nas escolas é uma cultura anti-intelectual e consumista”, atribuída a Bauerlein, professor da Universidade Emory,na Geórgia, que supervisiona estudos sobre a vida cultural americana.
Seu estudo sobre a influência das mídias digitais foi feito com 81 mil estudantes americanos de ensino médio e segundo ele foi detectado que 90% “leem ou estudam” menos de cinco horas por semana, e passam muitas horas assistindo à TV, navegando na internet ou jogando videogames, numa média de 6 horas semanais, e aí toma conclusões apressadas, ao dizer “não sabem praticamente nada de história”, etc.
Não sei se os dados da juventude dos anos 60 seriam diferentes, apenas não tinha internet e havia a guerra do Vietnã e no Brasil, eram tempos de regime militar, e até mesmo falar a palavra ditadura era proibido, os sistemas educacionais eram repressivos e pouco inventivos, felizmente entrei na primeira turma de computação em minha universidade e tive alguns professores regulares, que liam e se informavam sobre a história do país, mas eram também minoria.
A gente lia romance, mas era coisa água com açúcar, queríamos mesmo era uma TV colorida para ver o jogo do Brasil, não lembro se cantava “este é um país que vai prá frente”, na verdade gostava de matemática e só fui entender de política quando entrei na universidade, mas sou fruto da geração hippie e dos “cabeludos”.
As aulas de histórias sempre foram bobas, tinham que decorar datas e saber quais eram os “heróis nacionais”, enfim nenhuma análise crítica da realidade, na universidade fui ler porque era de um grupo alternativo de esquerda e precisava ter argumentos contra a “ditadura”, hoje agradeço os “rebeldes” de minha juventude, sem eles eu seria também uma “dumbest generation”.
A quanto tempo ficamos na frente da TV engolindo cultura enlatada ? o que dizem sobre a cultura árabe ou muçulmana nos nossos jornais ? alguém sabe algo da cultura africana ? quem é a dumbest generation ?
Os problemas que recaíram sobre esta geração não tem conexão com a geração perdida (1914 – 1924), a geração baby boomers (46-64) e a geração hippie (64-84) ? será que só agora são “dumpest” ?