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Colaboração e distribuição nas redes

05 abr

Colaboração não é descentralização, mais sim distribuição, porque a descentralização pode criar uma estrutura que apesar de coletiva é centralizada, muitos grupos que atuam em movimentos sociais trabalham assim, mas há uma coordenação central oculta que controla “o coletivo”.

O livro The Wealth of networks, de Yochai Benkler (2006), demonstrou que a “esfera pública” interconectada pode potencialmente ser mais democrática que a mesma no “mass media”.

Isto parece óbvio já que o mass media foi criado numa estruturada vinculada a um poder político e econômico, de preferência os dois, mas até que ponto isto impediria a ação de multidão das novas mídias ?

O conceito de Benkler na mesma linha, mas um pouco diferente de Habermas, define a esfera pública como um “quadro de práticas que os membros de uma sociedade usam para comunicar questões que eles entendem ser de interesse público e que potencialmente requerem uma ação ou reconhecimento coletivos” (BENKLER, 2006, p. 177).

Não pode, portanto ser uma espécie de “proselitismo” para ganhar membros para “o grupo”, mas uma ação que a sociedade perceba como ter um “interesse público”, que são muitas: a distribuição da riqueza, o controle dos gastos públicos, o combate a corrupção ou mesmo a simples criação de uma ferramenta para algo coletivo, como dar carona, andar de bicicleta e muitas outras.

A atitude de colaboração é possível quando não centralizamos o poder.

 

Uma ferramenta para colaboração

04 abr

Uma ferramenta bastante interessante, para gerenciar grupos, projetos e relacionamentos colaborativos é a ferramenta ClokingIT, com ela é possível gerenciar uma atividade, tarefa ou grupo estabelecendo hora, atividades e conversas dentro de um esquema organizado.

Você deve se cadastrar e na organização do site você deve criar um “projeto”, porque é o conceito mais amplo, dentro do projeto pode-se descrever as atividades, deve “criar uma tarefa”, compreendido estes três conceitos, será só explorar os recursos, que incluem fórum e wiki.

Para começar a brincadeira, basta ir em “criar um projeto” e em seguida “criar uma tarefa” e especificar o que você precisa resolver. Depois é só ir ao botão “examinar” e ver como anda aquele seu trabalho.

Para quem é multitarefa, ou realiza vários projetos simultaneamente (que é a mesma coisa, mas há críticos da multitarefa), esse aplicativo é de grande ajuda.

O Clocking IT administra e organiza todas as suas tarefas, principalmente os horários e tempos gasto nelas.

Com ela você pode-se estabelecer prazos, procurar as atividades que faltam terminar algo, dar um “OK” naquilo que já foi feito, além de enviar notificações via RSS (espero que substitua por outro feed).

Sobre ser multitarefa, lembro que ninguém fica totalmente calado quando faz uma refeição, ou deixa de atender alguém quando está no trabalho, mas é claro que a boa educação manda desligar o celular numa atividade onde a atenção do outro pode ser disperso por você, tais como: cinema, cultos, teatro ou mesmo uma simples apresentação musical ao ar livre.

Há muitas pessoas que precisam se concentrar numa só atividade, também é compreensível.

 

Ferramentas e dificuldades de colaboração

03 abr

Existem diversas ferramentas de colaboração, desde o desenvolvimento de software até a gestão empresarial ou industrial, entre elas: Etherpad: é um editor de programa open source colaborativo realmente em tempo real, MediaWiki e um software livre para construir Wikis, TimeBridge é um organizador de e-mails para grupos ou listas de colaboração, TextFlow para organizar textos construídos colaborativamente, , existem muitos outros: MindMeister e Zoho são bastante populares.

Colaboração aqui é relativo à capacidade de colocar os trabalhadores em uma empresa de trabalhar simultaneamente em conjunto com uma determinada tarefa.

Até muito recentemente a colaboração era feita através de documentos dividindo etapas que possibilitassem a realização face a face, no entanto com a Web isto se tornou mais complexo, porque envolve também gerencia de documentos, mas agora digitais.

A necessidade de trabalhar com pessoas de todo o mundo em tempo real mas sem a presença local delas, criou em uma variedade de diferentes tipos de documentos, assim como o uso de diferentes dispositivos. O

O crescimento no setor de colaboração evolui rapidamente, constatou-se que a absorção de serviços de colaboração em nuvem, por exemplo, chegou a um ponto que tem pouco a ver com a capacidade da tecnologia atual, e mais a ver a dificuldade de muitos trabalhadores para colaborar desta maneira, isto é, na presença de documentos virtuais .

Um relatório chamado Rugullies Erica mapeou cinco razões pelas quais os trabalhadores estão relutantes em colaborar, e alguns sites como about.com adotaram, são elas:

• As pessoas resistem compartilhando seu conhecimento, pensando que se expõe demais.
• Os usuários ficam mais confortáveis usando o e-mail como seu endereço eletrônico primário, do que alguma ferramenta de colaboração.
• As pessoas devem incentivar a mudança de comportamento, a menos que se crie uma necessidade, neste caso, o efeito rede neste caso a própria rede (ferramenta) pode “criar” a necessidade.
• os grupos que querem ou são selecionar o uso de um software pode não tem forte liderança que empurre para mais colaboração (muitos ficam na crítica da ferramenta ou do “hábito” de seu uso).
• A maioria dos gerentes e administradores não estão ativamente envolvidos ou não apoiam as iniciativas de colaboração, perdendo potência de equipe e de resultados.

Um resultado prático é, por exemplo, que fornecedores de ferramentas de colaboração em nuvem criaram soluções para estes problemas, mas não chegam ao consumidor final, porque os serviços ficam desconhecidos ou até mesmo proibidos.

 

Berners-Lee defende compartilhamento em Davoz

26 jan

Lembrando a memória de Aaron Swartz, o programador e ativista, que se suicidou no início deste mês após enfrentar acusações criminais pelo download inúmeros trabalhos acadêmicos, Tim Berners-Lee afirmou em Davoz que os legisladores devem perceber que o acesso a informação não é necessariamente um crime.

“Parece haver uma profunda desconfiança de alguém acessar um sistema de computador”, afirmou. Deve haver um lugar para a legislação para lidar com os problemas de segurança cibernética, mas “o que pode acontecer é a legislação fica muito forte.” Para ele foi isso que levou ao exagero dos promotores americanos.

“Aaron era um hacker, no bom sentido. Ele usou a sua programação para tentar fazer um ponto”, disse ele. “Eles acabaram com a lei [que diz] que se você entrar em um sistema de computador em qualquer lugar, então você é culpado de um crime. Pouco importa se você estava tirando livros da biblioteca demais ou tentar destruir a infraestrutura de um país.”

O mundo compartilhado que Berners-Lee sonha, e todas pessoas de bem também, vai no sentido contrário das especulações financeiras e imobiliárias que estão levando o mundo a uma crise sem precedentes, milhões perdem emprego e o futuro parece incerto.

O Fórum Mundial Econômico em Davoz na Suiça começou dia 23 e se encerra amanhã.

 

Upload do Mega, de volta ao futuro!

21 jan

Quem apostava no fim de Dotcom e seu poderoso Megaupload desista, a internet dos que desejam compartilhar recursos, documentos e informações continua viva.

O site diz: maior, melhor, mais rápido, mais poderoso e mais seguro, eis o MEGA.

Curiosamente exatamente um ano depois que os serviços eram retirados do ar por ordem judicial, e Kim Dotcom era preso e processado.

O serviço agora usa um sofisticado sistema de encriptação, armazenamento em nuvem e bloqueia qualquer conteúdo, fazendo que os dados permaneçam privados, o que é a segurança prometida, desta forma, só o dono pode compartilhar seus diretórios.

Com isto mesmo a empresa de Kim não pode manipular ou apagar dados que os usuários coloquem no ar, assim o sistema protege o usuário que coloca os dados lá.

É o direito a privacidade favorecendo o compartilhamento em nuvem, e agora ? Legalmente compartilhamos.

 

Novo site do Megaupload

04 jan

Um dos sites mais famosos do mundo de downloads, o Megaupload, enfrentou problemas com a justiça, chegando a prisão de seu proprietário Kim Dotcom e fim do serviço.

Mas Dotcom anunciou da Nova Zelândia que em 20 de janeiro próximo lançará novo serviço chamado Mega, em 20 idiomas, com versões paga e gratuita, os dados do serviço serão criptografados, de modo que somente os usuários saberão o que estão armazenando em seus servidores (o chamado de upload), tornando os usuários responsáveis pelos dados.

A chave de acesso criptografada não ficará com os administradores do serviço Mega, e isto em tese deixa o site intocável no plano legal, no ano passado a justiça americana acusou Dotcom de fraude com custo de 175 milhões de dólares por copiadas piratas de filmes, programas de TV e outros conteúdos.
Dotcom afirmou que não espera que este serviço seja usado para facilitar a pirataria nos Estados Unidos, mas que os usuários possam compartilhar dados, filmes, músicas, etc.

O compartilhamento na internet é questionado principalmente pelas empresas detentoras de direitos autorais, mas nem sempre beneficiam os donos dos direitos intelectuais das obras.

Ele havia tentado criar um endereço no gabão, para aproveitar a sigla ga, então o site será me.ga, mas o Gabão se negou a fornecer o endereço de domínio, então por enquanto é um domínio comercial kim.com/mega.

Nesta quinta-feira Kim Dotcom escreveu em seu twitter: “Uma coisa é certa: o mundo quer MEGA!”.

 

Compartilhamento: uma nova economia

01 nov

Muitas comunidades na internet são um exemplo de compartilhamento, onde o software livre é um exemplo de uma economia de compartilhamento da informação, mas diversas ferramentas e sites também fazem isto, mas será outro post, por enquanto, falo do software.

Os programadores elaboram o código-fonte e disponibilizam-no gratuitamente, permitindo livremente a cópia e a modificação e o melhoramento do código.

Compartilhar pode parecer algo novo e específico da Web, mas não é “A teoria do dom” ou a da “dávida” (que penso ser péssima tradução, já que em francês originário da palavra é don e italiano uma boa tradução é “dono”).

Em seu Essai sur le don Marcel Mauss(1923-1924), um sobrinho de Durkheim e também um sucessor à frente da escola sociológica francesa, fez estudos e percebeu que em muitas sociedades arcaicas trocas ocorrem na forma de compartilhamento onde estes são obrigatórios e o dar, receber e retribuir é quase uma dinâmica social.

Agora, numa sociedade em que o capital estabelece uma pretença lei universal sociológica e antropológica, onde quem mais tem vale mais seria possível pensar em uma mudança no nosso homo economicus? Isto é apenas cultural ou antropológico no homem, neste caso estariamos no meio de uma mudança antropológica ?

O número de estudos e trabalhos atuais indicam que esta mudança está a caminho, sito com um trabalho pouco conhecido mais muito importante dos italianos Luigino Bruni e Stephano Zamani sobre a Economia de Comunhão, com boa tradução em português.

Mas além do trabalho de Mauss, há outro antecessor que é o trabalho de David J. CHEAL, The Gift Economy, americano de 1988, mais anterior ainda um trabalho de 1970: Richard Titmuss: The Gift Relationship: From Human Blood to Social Policy e outro bem atual, acabo de receber de um aluno, é um livro sobre design, mas muito interessante de Lisa Ganski: The mesh: Why the future the bussiness in sharing, 2012.