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Posts Tagged ‘pandemia’

Covid Resiliente e política sanitária

25 abr

A razão pela qual a Covid 19 em queda é tão resiliente no país tem duas explicações: a médica pois o número de mortes cai lentamente enquanto o número de infecções tem queda mais lenta uma vez que a variante predominante é pouco letal (veja o gráfico) e a outra é de política sanitária uma vez que não se faz mais uso de protocolos sanitários, excetos em raros ambientes.

Não se trata apenas do fato econômico, já que todos os setores econômicos voltaram a ativa e uma crise mundial desponta no horizonte devido uma guerra que vai se escalando e já atinge o setor de alimentos e combustíveis, com um cenário futuro bastante sombrio.

Porém há atividades que poderia ser muito bem controlada, festas públicas (ou privadas que se tornaram alternativa), regras de funcionamento em ambientes escolares e espaços culturais diversos (incluo os religiosos) e a manutenção das máscaras já que todo mundo tem alguma.

Os governadores do nordeste (brasileiro) já se manifestam sobre o uso de máscaras, porém a preocupação real é com a queda nos níveis de investimentos sanitários e poderemos ter outros casos em breve, como as tradicionais ondas virais de início de inverno e a dengue.

Um seminário com várias autoridades internacionais na área da saúde foi realizado na quarta-feira passada (23/2) com o tema “Agenda da Saúde Global: Perspectivas para 2022”, mediado pelo pesquisador sênior da Fiocrus Luiz Augusto Galvão.

Todos os participantes manifestaram de alguma forma a preocupação com políticas sanitárias seguras que garantam o controle da Pandemia, que está atenuada, mas sem garantias de seu fim, a pesquisadora brasileira Mariângela Batista Galvão Simão destacou que é possível um cenário de erradicação da Covid: “Isso porque hoje temos ferramentas e know-how que não tínhamos antes, mas não vai acontecer se tivermos complacência”, declarou.

 

Covid: fim do estado de emergência no Brasil

18 abr

O estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) no brasil foi decretado pelo então ministro da Saúde Henrique Mandetta, em fevereiro de 2020, neste final de semana o ministro o ministro Marcelo Queiroga declarou o fim da Emergência Pública, o ESPIN iniciou um ciclo que permitia verbas especiais para compra de insumos e vacinas para combate da pandemia.

O Primeiro caso oficial foi registrado em 26 de fevereiro de 2020, fazendo portanto mais de 2 anos, dali para a frente foi um conjunto de passos incertos, abre e fecha de estabelecimentos, proibições de concentrações públicas, incluindo eventos culturais e religiosos.

Não há declaração de pandemia, nem uma liberação expressa de protocolos de segurança, como sempre os critérios ficam vagos, como o uso de máscaras por exemplo, que seria recomendável.

A média do número de mortes no país estão em torno de 100 agora, tendo registrado um número bem baixo no final de semana em torno de 30 (os órgãos que divulgam variaram os números), mas deve-se lembrar que o funcionamento das secretarias de saúde nos finais de semana é deficitário.

É difícil prever com dados científicos o futuro da doença, alertam os especialistas, em geral traçam dois cenários, sendo um mais otimista que prevê a extinção do vírus e suas variantes, e outro que prevê a convivência com a Covid-19 por muito tempo, que é considerado mais realista, embora em níveis menores, e somente neste caso poderia ser considerada uma endemia.

O que se espera é um monitoramento sério e o controle efetivo da circulação do vírus no país.

 

Média móvel de Covid cai, mas variante já aparece

11 abr

Segundo dados da FioCruz no mês de março os genomas de casos de Covid avaliados em pacientes infectados pela mutação BA.2 (segunda linhagem da ômicron) cresceu de 1,1% em fevereiro para 3,4% em março, ela é 63% mais transmissível e na Europa e Oriente ela já é dominante.

A média móvel tanto das infecções como de mortes vem caindo (veja o quadro ao lado) porém não há no Brasil nada além de monitoramento, a política de testagem inexiste e os protocolos já estão relaxados, para complicar chegou o frio e o carnaval fora de época que favorece aglomerações.

O frio favorece doenças pulmonares e consequentemente a Covid que causa infecções deste tipo é favorecida, além de outras doenças respiratórias típicas desta época, a campanha de vacinação da gripe ainda está em marcha lenta.

O governo federal diz que faz monitoramento, os estaduais nem isto, a discussão sobre a liberação ou não agora é irrelevante, uma vez que a população por sua conta e risco já relaxou as medidas preventivas e as festas de carnaval, completamente fora de época, vão acontecer, privadas ou públicas.

Resta-nos o cuidado especial privado e a esperança que a taxa de vacinação no país que é bastante alta freie definitivamente o avanço da Covid 19, em meio a outras crises de abastecimento e de preços que surgem no horizonte já bastante preocupantes.

Assim fica na consciência de cada um, uma vez que não é só o problema individual, a pandemia nos ensinou que é um problema de todos, alguém que não se cuida infecta alguém próximo.

 

A dor, o Ser e o Outro

08 abr

A dor é essencial na existência, o filósofo Byung Chul Han no ensaio “A sociedade paliativa a dor hoje” escreve falando sobre a pandemia e a redescoberta do Ser: “Sinto dor, logo existo. Também devemos a sensação de existência a dor. Se ela desaparece inteiramente, busca-se por substitutos” (Han, Vozes, 2011, p. 65).

Porém a dor do Outro nos é estranha, escreve Han: “A nudez da alma, o ser exposto, a dor com o outro, estão inteiramente perdidos para nós” (Han, p. 104), não há com-paixão.

Por isso a crueldade da guerra, os líderes totalitários que expõe este tipo de desprezo pelo Outro, por sua dor, no caso da Pandemia pelo número de mortos estão tão anestesiados, não dói em nós então não existe, o que é uma falsificação do ser, pois é Ser somente com-o-Outro.

A megalotimia, a supervalorização do si mesmo, ou do grupo social ao qual pertende, é tanto para Chul Han como para Fukuyama (que escreveu “O fim da história”, mal lido e interpretado), inspirados por Nietzsche que este é o “último ser humano”, que desvenda esse tipo de anestesia: “um pouco de veneno de vez em quando: isso dá sonhos agradáveis” (Han, p. 105).

É importante para compreender porque admitimos a morte, mesmo que injustas (dos inocentes e dos contaminados pelo vírus) porque não a imaginamos como não vida, não dói em nós, e a dor do outro não é sentida, pode até ser denunciada por aspectos grupais, porém não como ser e como Outro.

Porém não foi Nietzsche que “matou Deus”, nem mesmo o divino em nós, a paixão da cruz é a dor-com-o-Outro, não faz sentido senão um divino Ser que se entrega pelo Outro, e aí é puro Ser, é divino Ser.

Ao julgar Jesus e mesmo não encontrando crime algum entrega-o a crucificação, e mesmo condenado o divino Ser que será submetido a uma crueldade de espinho, açoites e finalmente crucificação, ainda olha para a humanidade de seus algozes e diz: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lucas 23:34).

Quem matou Jesus foram o poder do Império Romano, uma face do poder totalitário, e os fariseus: má religião e má interpretação daquilo que deveria ser nossa re-ligação ao divino.A dor é essencial na existência, o filósofo Byung Chul Han no ensaio “A sociedade paliativa a dor hoje” escreve falando sobre a pandemia e a redescoberta do Ser: “Sinto dor, logo existo. Também devemos a sensação de existência a dor. Se ela desaparece inteiramente, busca-se por substitutos” (Han, Vozes, 2021, p. 65).

HAN, B.C. Sociedade paliativa: a dor hoje. trad. Lucas Machado. Petrópolis: Ed. Vozes, 2021.

 

 

 

Covid 2.0: flexibilização e cuidados

04 abr

Exceto a China, que ainda faz lock-downs rigorosos, mesmo países que praticavam confinamentos, como Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul, ao flexibilizarem as medidas de proteção tiveram nas últimas semanas significativo aumento de casos por covid, mesmo assim reabriram.

Chamo de Covid 2.0, porque a Web 2.0 significou a chegada da Web para todos, sim a maioria dos casos são poucos graves e há muitos casos assintomáticos, porém o vírus circula, e o número de mortes em torno de 200, que é o caso do Brasil, significa 1.400 por semana, isto não é pouco.

Na Europa muitos países, como Reino Unido, Dinamarca, França e Espanha, já tinham relaxado as medidas de políticas públicas de saúde, e lá já se verificam aumentos dos casos da Covid 2.0.

No mundo todo o número de casos vem caindo, e a própria OMS acena já com um cenário pós-Covid, o que preocupa é que não há uma política para casos de surtos em determinadas regiões e uma política clara de flexibilização, e o número de mortes pequeno, 1643 nas últimas horas, é contrastante com o número de infecções: 777 mil.

Aposta-se que as novas variantes serão menos graves (a China já descobriu nova variante), embora não menos infecciosas pois a BA.2 já é mais infecciosa que a ômicron original, que explica o número alto de infecções.

Seria recomendável verificar e isolar regiões com surtos e não deixar de ter alguma proteção social, por exemplo, distanciamento e máscaras que é possível mesmo com a flexibilização.

A esperança que as novas variantes sejam menos agressivas e que o número continue caindo é boa, mas não deixar de tomar cuidados é perigoso e agora depende só de atitudes individuais e dando apoio a regiões carentes que tem ainda baixo índice de vacinação.

A Irlanda flexibilizou os protocolos, agora o HSE (Health Service Executive) — serviço de saúde pública irlandês informou estes dias que o número de casos de internações por covid voltou a crescer e estuda aplicar a 4a. dose.

 

Erro e procura da verdade

30 mar

A frase do escritor russo Mikhail Saltykov-Tcherdrine, que escreveu sobre o pseudônimo M. Nepanov (escreveu Contradições) sobre o erro: “quem nunca procurou a verdade com certeza nunca errou”, bem melhor que o adágio popular: “só não erra quem nunca tenta”, porque mesmo que seja de modo inocente sempre se tenta algo.

Completa este pensamento sua frase: “Há épocas em que a sociedade, tomada de pânico, se desvia da ciência e procura a salvação na ignorância”, algo que parece típico de nosso tempo: de início ignorar a pandemia e as vacinas, depois ignorar os perigos que dela decorrem e por fim tentar conviver como se a doença seja algo natural, e os remédios é vacinar quatro, cinco, … vezes, e esperamos que as cepas realmente sejam mais brandas.

Insensatez e frivolidade parecem ser reações a uma crise que se aprofunda, além da guerra, uma alta de preços e escassez de alimentos se avizinha, sim o que ocorre por enquanto parece contornável e quando não o for mais, o que seria sábio fazer, parece que poucos se preocupam.

Escolhi falar de um desconhecido autor literário do século XIX, ele não viveu o período da União Soviética, para atestar a ignorância de punir a cultura, a ciência e os esportes da Rússia, como uma punição de uma guerra, sem dúvida injusta, mas da qual também o povo russo é vítima.

Mesmo vendo os horrores acontecendo na Ucrânia, não podemos ignorar os horrores do Ocidente e a escalada bélica que poderá ter num futuro próximo outros capítulos tão dolorosos quanto os atuais, é uma escalada que parece não ter retorno.

Não se pode ignorar os erros da segunda guerra, os erros do período pós-guerra, as inúmeras intervenções no Oriente, na Ásia e na África que causaram guerras e mortes igualmente condenáveis.

É preciso reconhecer os erros, é preciso um doloroso perdão do período colonial, ainda em curso, e é preciso permitir aos povos que vivam sua cultura, seus ideais, como desenvolveu Raymond Aron (Guerra e Paz entre as nações) e em segurança, o autor cita Clausewitz em seu livro: “A “guerra é um ato de violência, e não há limites à manifestação desta violência” (Aron, p. 69).

É um momento difícil em que apenas apontamos aos outros nossos erros, sem olhar para os próprios.

 

Por que a Pandemia não acabou

28 mar

As hipóteses que as vacinas são eficientes contra todas variantes da ômicron caem por terra quando observa-se que no oriente e na Europa a variante BA.2 já chamada de ômicron 2.0 tem um grau de infecção 1,5% maior que a cepa original e mesmo onde o número de mortes está caindo, o grau de infecção cede em velocidade mais lenta.

No Brasil o número de mortes está na média móvel em torno de 250, enquanto o número de infecções está numa média móvel que varia abaixo dos 40 mil e acima dos 32 mil, porém se observado pontualmente, o número de infecções da quinta feira foi de 47 mil e sexta de 36.176 no sábado, e ainda há casos não relatados de assintomáticos e não há uma política de testagem.

Imaginar que as próximas cepas podem ser menos letais pode ser pensado apenas no campo das hipóteses, embora existam estudos que até afirmam isto, na verdade, a explosão de casos na Europa e no Oriente desmentem esta possibilidade, pois já há mortes relatadas e baixa eficiência das vacinas.

A liberação dos protocolos, é verdade que não em todos os ambientes, alguns locais continuam sendo mais cuidadosos, porém a sinalização política de liberação leva a um menor cuidado.

Segundo a OMS a BA.2 está associado ao aumento de casos e Covid-19 em países da Europa e do Oriente, e enquanto no final de janeiro se observava uma queda nas infecções, no período de 14 a 20 deste mês o órgão mundial de saúde registra um aumento de 7% nas infecções, enquanto o número de mortes há uma redução de 23%, que significa menor letalidade da cepa.

A entidade registrou 12,3 milhões de novos casos e 32,9 mil mortes por Covid-19 no período.

Há uma queda sem dúvida, porém a maior disseminação da nova cepa deve ser vista com preocupação porque propicia a circulação do vírus e não elimina a possibilidade de mutações.

 

Nem a peste nem a guerra nos alertam

23 mar

Veio a pandemia era esperada uma grande solidariedade global, um recolhimento nos faria ir um pouco além do nosso próprio ego, rever muitas coisas, incluindo o nosso dia a dia sempre corrido e muitas vezes sem sentido.

A guerra deveria nos alertar para a brutalidade, a crueldade e o massacre que ela proporciona e nos tornar menos bélicos e mais empáticos no cotidiano e solidário com os inocentes que são os primeiros a morrer diante da brutalidade.

Gerações que viveram a guerra contaram e escreveram sobre seus horrores, incluindo as guerras contemporâneas da Coréia e do Vietnã, e muitas na África, é bom não esquecê-las, porém a grande revolução na década de 60 eram os hippies criticando o consumismo, a geração paz e amor, inspirada em Ghandi e em vários místicos, porém hoje algo insensível está no ar: a justificativa da crueldade que é paradoxal.

Paradoxal porque a justificativa é o contrário do que é feito: a paz, a libertação, o fim da opressão e outros slongans que são mera propaganda, pois o que se faz é visivelmente contrário ao que se prega, e isto está em todos os âmbitos sociais, da cultura ao pensamento bélico.

O secretário geral da ONU António Guterrez em pronunciamento pediu o fim da guerra “absurda” citando a conquista cidade a cidade feito na Ucrânia e o massacre em Mariupol, onde 100 mil pessoas tentavam sair e são impedidas, é como se fosse um campo de concentração sem muros.

Kiev tinha parques, igrejas e locais de passeio que são o oposto da imagem da guerra (na foto o parque Kalynovka próximo a Kiev).

A guerra econômica travada através de sanções do ocidente terá graves consequências de abastecimento, não apenas de combustível que já vinha sofrendo no mercado mesmo antes da guerra, mas a escassez de alimentos pode levar ao terceiro ponto da crise civilizatória: a fome.

Sempre é possível retomar o diálogo, a negociação, impedir a proliferação da indústria da guerra, que movimenta bilhões de dólares em um mercado perverso e que vai em escalada crescente no meio de uma guerra, isso sem falar no perigo nuclear que é realidade global.

Devemos cultivar a empatia e a solidariedade, a esperança e principalmente o amor que rompa a cadeia de ódio que circunda todo o planeta, comecemos nós no dia a dia a depor as armas.

 

Relaxamento de protocolos e Covid 2.0

21 mar

Vários estados brasileiros liberam até mesmo o uso de máscaras e outros protocolos em ambientes fechados, inicialmente eram apenas ambientes abertos, enquanto vários países tiveram um aumento de casos da covid 19 nos últimos dias, entre eles: Alemanha, Áustria, Reino Unido, China e Coréia do Sul, indicando que poderá haver uma nova onda planetária.

O aumento de casos nestes países acontece num momento em que a BA.2, chamada de ômicron 2.0, uma variante “prima-irmã” da ômicron (a BA.1) começa a tornar-se dominante, no Reino Unido onde há uma política de testagem, os números no período de 27 fevereiro a 6 de março, já  a ômicron original atingindo 31,1% dos casos e a ômicron 2.0 em 68,6% de casos.

Quando em 2005 a Web proliferou para todos os usuários ela foi chamada de 2.0, com a política de relaxamento das medidas, a ideia perigosa de tratar o contágio como endemia, a Covid 2.0 é na prática criar a ideia de que haverá uma política de tratá-la como uma doença “habitual” que pode podendo atingir uma população de determinada região, ideia original do negacionismo.

É um fato que socialmente há uma ansiedade pela volta da normalidade, porém a vida social com a crescente crise de mercados, agora agravada por uma guerra, e a volta de aglomerações pode tornar a endemia global, ou seja, não ficará confinada em determinada região.

O número de casos vem caindo no Brasil, porém mais lentamente nos estados onde houve o relaxamento, como foi o caso do Rio de Janeiro, o primeiro a liberar o uso de máscaras e sem anúncio de novo período de vacinação, ainda que ocorra, deve haver um intervalo de 4 meses.

Os especialistas questionam tanto a liberação do uso de máscaras, quanto a ausência de protocolos em ambientes fechados, embora nos transportes coletivos e hospitais permaneçam.

Muitos organismos de saúde, incluindo a OMS manifestam a preocupação com este relaxamento.

É preciso cautela e paciência individual neste novo processo da Covid 2.0.

 

Que mal fizeram? 

18 mar

Em meio a Pandemia e uma guerra que embora esteja numa região vai se tornando planetária, pelas medidas e posicionamentos, como agora a do tribunal de Haia, que pede um cessar-fogo imediato.

O argumento ideológico não justifica atos de barbárie nem a direita nem a esquerda, a crescente polarização cria um clima de guerra onde até mesmo atitudes humanitárias, e isto inclui a Pandemia, não podem ser negligenciadas sob pena de prolongarmos seus efeitos.

Todo pensamento humanitário deseja uma volta a normalidade, que deve ser outra que não mais nos leve a correria do dia a dia despreocupado com injustiças e calamidades, incluindo a síndrome de Burnout que Byung Chul Han já apontava em seu livro, anterior a “parada” epidêmica.

Não se trata também de levar as pessoas e a sociedade a procrastinação, uma vez que existem problemas sociais e econômicos que exigem uma atitude de trabalho e esforço comunitário.

O raciocínio equivocado: “aqui se faz e aqui se paga”, esconde a crueldade por trás de atitudes que não respeitam os valores humanitários e sanitários necessários a uma volta segura ao que é de fato um humanismo regenerado como tentamos desenvolver nos posts desta semana (na foto o Teatro de Mariupol bombardeado onde haviam civis).

Este raciocínio é comum também no meio religioso, alguém é premiado porque “é bom” e “punido” porque é mal, que mal fizeram as crianças e os civis na Ucrânia, que mal fizeram pessoas idosas, médicos e enfermeiros que morreram na Pandemia e por fim os que agora ainda morrem.

Para os que fazem este raciocínio que não é religioso, pode-se pensar que Deus favoreceu ou puniu alguém, lembro a passagem em que os galileus vão até Jesus dizendo que Pilatos havia matado pessoas e misturado seu sangue com os sacrifícios que eram oferecidos a falsos deuses.

Vendo o raciocínio do tipo “Deus os puniu”, Jesus lhes responde (Lc 13,2): “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”, para dizer que a crueldade e o pecado podem espalhar a crueldade pelo mundo.

Cita a tragédia conhecida na época, da morte dos operários que trabalhavam na Torre de Siloé que caiu e explica que eles foram vitimas na tragédia e eram apenas trabalhadores.

Condenar a crueldade, prevenir com ações atitudes sanitárias e humanitárias é evitar estes males.