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Alem do pragmatismo racional
Na física não há mais o raciocínio causa e efeito, o puro mecanismo ainda presente no mundo contemporâneo, até mesmo entre letrados.
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Rastreamento na produção de alimentos
A IoT chegou abruptamente na agricultura, já havia chegado a algum tempo na pecuária com o rastreamento de cada cabeça de gado individualmente, agora o “suply chain”, nome técnico para o monitoramento da cadeia de produção chegou na hora, no campo e na agroindústria.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Agricultura começam a obrigar o produtor a ter um controle mais rigoroso no uso de defensivos agrícolas, o que implica um monitoramento e rastreamento em toda a linha de produção começando pelo campo, mas os problemas são enormes para a aplicação da Lei.
O sistema automatizado de monitoramento e rastreamento, se houver condições adequadas e for bem implementado fornecerá todos os elementos-chave e detalhes da produção ao longo da “supply chain”, permitindo os fabricantes responder melhor ás demandas de clientes e o controle de alimentos, num mercado atual muito competitivo internacionalmente, aqueles produtores que não se adequarem podem perder contratos valiosos.
A partir de agora, os produtos vegetais frescos, ou seus envoltórios, suas caixas, sacarias e demais embalagens devem estar devidamente identificados, de forma a possibilitar o acesso, pelas autoridades competentes, aos registros com as informações obrigatórias.
A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca. A rastreabilidade de que trata a INC será fiscalizada pelos serviços de vigilância sanitária e pelo Ministério da Agricultura.
O Dali místico e quântico
A pintura de Salvador Dalí Christus Hypercubus, de1954, criou a quarta dimensão a compreensão na pintura da quarta dimensão e do universo quântico.
A a ideia mística de Salvador Dalí, descrita no quadro Christus Hypercubus já estava presente antes quando em 1951 já havia escrito o Manifesto Místico, neste quadro Jesus Cristo aparece pairando sobre o espaço a frente de uma Cruz na quarta dimensão, não há pregos, com uma mulher na frente da cruz, cujo modelo teria sido a esposa de Dali.
Cubistas como Pablo Picasso haviam tentando pintar formas quadridimensionais em telas bidimensionais, as teorias dos matemáticos Bernhard Riemann e Henri Poincaré que saíram das formas convencionais de retas e planos, e eram as inspirações deles, mas Dali foi mais longe em suas primeiras descrições de sua pintura chamou-as pintura de “cubismo metafísico e transcendente”.
Mas não deixou de fazer referências ao arquiteto Juan de Herrera do século XIII e ao tratado Ars Magna do filósofo e alquimista Raymond Lull da Catalunha do Século XVI.
Dali vai explorar as ideias da física teórica até sua morte em 1989, o que prova isto foi o contato mantido durante anos com o matemático Thomas Branchoff da Brown University, e apesar da recusa inicial em 1975, acabou tornando-se uma longa colaboração de quase uma década.
De acordo com Banchoff: “Lull foi um catalão que estudou duas dimensões, dois séculos depois, Herrera levou isso a terceira dimensão. Aqui está Dalí em uma linha direta, levando-a a quarta dimensão”, afirmou Banchoff acrescentando: “eles não estavam pensando nisso como um cubo quadridimensional desdobrado – que surgiu um ou dois seculos depois”.
Mas o Hypercubo ou Tesseracto, teve de fato a intensão de pintar a quarta dimensão e Dali escreveria em 1958, em seu Manifesto Anti-matéria: “no período surrealista, quis criar a iconografia do mundo interior e do mundo maravilhoso, do meu pai Freud … Hoje, o mundo exterior e o da física transcenderam o mundo da psicologia. Meu pai hoje é o dr. Heisenberg” referindo-se ao criador dos primeiros conceitos da física quântica.
Porque andamos cansados visto como um tema geral
Um destes livros pequenos que a gente lê e descobre coisas incríveis, foi o livro de Kazuo Ishiguro, prêmio Nobel de Literatura em 2017, seu opúsculo Minha noite no século XX.
Seu discurso na Academia Sueca no recebimento do prêmio conta sua infância num distrito da Inglaterra, suas primeiras obras, a descoberta de Marcel Proust, sem dúvida uma influência em seus romances, mas algo me chamou a atenção, considerar-se um escritor cansado.
Já havia lido em A sociedade do cansaço de Byung-Chul Han as doenças contemporâneas como a depressão, a hiperatividade, a Síndrome de Bournout, ansiedade e outras que parecem ser a paisagem neste início de século XXI.
As receitas de Chul Han, são tentar recuperar a vitta contemplativa, Edgar Morin vai falar de conviviabilidade e educar para a vida, mas a questão de fundo é de onde vem este cansaço.
A resposta fácil é a tecnologia e a vida corrida do dia a dia, mas a primeira é uma resposta fácil para o que vem acontecendo a 20 anos no máximo e o problema é anterior, a segunda é simplista, talvez para o homem do início do século passado o dia-a-dia já era corrido e convivia com isto, no Japão do pós guerra as pessoas tiravam o stress em máquinas eletrônicas e o ritmo não era nem sombra do que é hoje.
Enfim parece que há um problema realmente de fundo, e isto está ligado a existência humana, podíamos ser felizes pensando na vida futura após a morte, isto hoje não basta, podíamos ser felizes pensando num bom casamento e num bom salário, isto hoje é pouco, falta algo mais.
A filosofia chamou este problema de existencial-ontológico, a religião e uma parte dos pensadores chama de ¨secular¨, Nietzsche chamou de nihilismo, e antes dele Kiegaard perguntou porque existe tudo e não o nada, ou perguntar sobre o que é o mal.
Kieekegaard escreveu em sua obra O Desespero Humano, vejam que isto é do século XIX, mais precisamente em 1849 com o pseudônimo Anti-Climacus, onde ele afirma que a origem do desespero está na imaginação, onde o homem pode criar uma relação fantasiosa consigo mesmo, e na minha modesta interpretação, justamente na sociedade que quis retirar de cena o imaginário, a fantasia e as crenças, segundo os iluministas todas no campo da “superstição”.
O pós-maniqueísta Agostinho de Hipona concordaria com Nietzsche dizer “aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”, e, portanto, mais que a arte, a contemplação e a própria vida, é o Amor que pode dar sentido a tudo, e para isto precisamos de ter “alma”, ou “aura” ou alguma forma concreta de espiritualidade.
Não é algo fundamentalista ou puramente religioso, mas significa reconhecer que além do objetivo, do humano e do concreto precisamos de algo de sentido profundo para a vida, e sem dúvida isto deve estar de alguma forma ligado a um sentimento impossível de definir, porém tão concreto quanto qualquer coisa que se pretenda objetiva: o Amor dá sentido a vida.