Redes Sociais e o terceiro setor
Os estudos de redes sociais implicam muitas vezes numa tensão em relação aos poderes verticais estabelecidos, assim como aproximam de poderes locais mais claramente horizontais por que permitem a “conexão” entre pessoais e atores sociais “in loco”, sendo neste ponto que a comunicação (anteriormente apenas de massa) digital pode fazer alguma diferença, permitindo a relação um-a-um mesmo a distância.
O livro de Breno Fontes: “Redes sociais e práticas associativas e poder local” faz no capítulo 2 uma revisão da literatura em relação ao poder local em especial no que diz respeito às ONGs, e análise dos dados por um método estatístico conhecido para redes sociais chamado “snow bow” (bola de neve).
Ao analisar as “redes sociais e capital social” ele aponta a crise do “estado de bem estar social” (wellfare state) na década de 70 e a crescente importância que vem assumindo num mundo globalizado e desterritorializado as organizações do terceiro setor, onde enfatiza “o revigoramento das redes sociais de solidariedade social, baseadas na sociedade civil” e assim a consequente discussão de uma economia civil, “agindo independentemente ou em direta cooperação com o estado”, mas cujas ações devem ter uma participação ativa dos atores sociais, e neste ponto o aspecto das redes tornam-se mais importantes.
O Estado de Bem estar social é o estado-providência, em crise apesar de persistente na América Latina (devido evidentemente a pobreza) é um tipo de visão que torna o estado provedor e defensor social da economia, o que vemos na prática é uma ação quase total e exclusiva dos bancos e de grupos lobistas, como o que tem acontecido na crise européia.
Uma importante constatação no livro de Breno Fontes é que base destas ações se “orienta recentemente para um padrão de ação mais profissionalizante, abandonando em parte os ideais filantrópicos e de caridade cristã”, lembro apenas que há práticas religiosas também solidárias ao terceiro setor, como parte evidente também deste terceiro setor.
Cito o exemplo da Economia de Comunhão (nosso post), grupo de empresas com esta prática.