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Redes Sociais e o terceiro setor

19 Jan

Os estudos de redes sociais implicam muitas vezes numa tensão em relação aos poderes verticais estabelecidos, assim como aproximam de poderes locais mais claramente horizontais por que permitem a “conexão” entre pessoais e atores sociais “in loco”, sendo neste ponto que a comunicação (anteriormente apenas de massa) digital pode fazer alguma diferença, permitindo a relação um-a-um mesmo a distância.

O livro de Breno Fontes: “Redes sociais e práticas associativas e poder local” faz no capítulo 2 uma revisão da literatura em relação ao poder local em especial no que diz respeito às ONGs, e análise dos dados por um método estatístico conhecido para redes sociais chamado “snow bow” (bola de neve).

    Ao analisar as “redes sociais e capital social” ele aponta a crise do “estado de bem estar social” (wellfare state) na década de 70 e a crescente importância que vem assumindo num mundo globalizado e desterritorializado as organizações  do terceiro setor, onde enfatiza “o revigoramento das redes sociais de solidariedade social, baseadas na sociedade civil” e assim a consequente discussão de uma economia civil, “agindo independentemente ou em direta cooperação com o estado”, mas cujas ações devem ter uma participação ativa dos atores sociais, e neste ponto o aspecto das redes tornam-se mais importantes.

    O Estado de Bem estar social é o estado-providência, em crise apesar de persistente na América Latina (devido evidentemente a pobreza) é um tipo de visão que torna o estado provedor e defensor social da economia, o que vemos na prática é uma ação quase total e exclusiva dos bancos e de grupos lobistas, como o que tem acontecido na crise européia.

   Uma importante constatação no livro de Breno Fontes é que base destas ações se “orienta recentemente para um padrão de ação mais profissionalizante, abandonando em parte os ideais filantrópicos e de caridade cristã”, lembro apenas que há práticas religiosas também solidárias ao terceiro setor,  como parte evidente também deste terceiro setor.

    Cito o exemplo da Economia de Comunhão (nosso post), grupo de empresas com esta prática.

 

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