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A guerra em novas fronteiras

03 mai

Conforme já afirmamos no último post a paz exige pacíficos, mas todas as nações parecem subir o tom na medida em que o governo russo vai ampliando as fronteiras de seus conflitos, agora cortou o gás da Polônia e Bulgária, ameaça a Moldávia que tem uma pequena região de conflito (chamada de Transnístria e reivindica sua independência), enquanto a OTAN aumenta o apoio.

Uma gafe na narrativa de colocar a Ucrânia como nazista, do chanceler Serguei Lavrov dizendo que o presidente Ucraniano Zelensky ser um judeu não significaria nada, afirmou que “Hitler também tinha sangue judeu”, e imediatamente foi repudiado pelos governos de Israel e Alemanha.

Também o fato que a Ucrânia teria bombardeado uma cidade russa Belgorod (outras duas também teriam sido alvos), foi desmentido pelo prefeito local Vyacheslav Gladkov, assim a narrativa russa vai se complicando e cresce a convicção de objetivos expansionistas.

Na prática isto significará uma declaração formal de guerra à Ucrânia e o fim das negociações, já que a única condição aceitável para Kiev é a retirada de tropas russas da região de Donbass.

A entrada de forças da OTAN no conflito é eminente, e o envio de armas já está decidido, por enquanto apenas tropas ucranianas usarão, muitos voluntários foram para lá lutar, mas não há notícias de nenhuma organização ou país que tenha recrutado soldados.

O que preocupa é a inexistência de forças pacifistas que efetivamente haja no conflito, até mesmo o número de manifestações é limitado, em geral, como aconteceu na Sérvia há grupos pró-Ucrânia e pró-Rússia num alinhamento crescente também da opinião pública.

A Alemanha declarou que as sanções econômicas continuarão até que se assine um tratado de paz, é uma pressão, porém a entrada na guerra através da OTAN ela tem um papel decisivo.

Os combates seguem intensos na região de Donbass, enquanto Mariupol está totalmente sitiada e com dificuldades de retirar civis e soldados feridos, Kiev foi bombardeada mesmo com a presença do secretário geral da ONU, que também teve conversas com Putin.

Não há uma perspectiva nas negociações de paz, a Rússia exige cada vez mais na medida que suas forças avançam, quer um corredor por terra de Donbass passando por Mariupol até a Criméia já anexada na guerra anterior de 2014.

A sempre esperança porque disto depende o futuro civilizatório, o momento é sombrio. 

 

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