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Arquivo para julho, 2022

Covid 19: aumento e nova variante

18 jul

Temos postado apenas o número de infecções que experimenta uma alta significativa, porém uma reportagem recente da CNN alerta que o número de mortes cresceu 67% no último mês e o dado é preocupante, a nova variante BA.5 parece estar ligada ao fato.
Segundo a própria CNN o Japão experimenta um recorde de mais de 110.000 casos, o que fêz o primeiro ministro Fumio Kishida afirmar na quinta feira (14/07) que a onda está se espalhando rapidamente e pediu cuidados especiais nas férias e fins de semana.
No Brasil não é diferente, postamos o número de mortes (veja o gráfico acima) apenas para alertar a gravidade, já que a atual onda não tem representado grande preocupação aos olhos das autoridades, embora os especialistas já estejam começando um alerta por causa da nova variante.
Os especialistas detectaram as variantes BA.4 e BA.5 na África do Sul e depois começaram um monitoramento na Reino Unido, Estados Unidos e agora se espalha pela Europa.
O mais preocupante é que ela afeta mesmo as pessoas que tiveram Covid recentemente,
Essas subvariantes que surgiram a partir da ômicron “original” foram adicionadas à lista de monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) em março deste ano e também acabaram designadas como variantes de preocupação na Europa.
O importante é salientar que a medida que o virus se propaga (ou seja continua circulando) isto permite novas mutações, então mesmo pessoas imunes e assintomáticas devem ter os mesmos cuidados que as outras.
É preciso uma campanha de conscientização, e há poucas campanhas neste sentido.

 

Referência a nosso post no Twinkl

15 jul

O site Twinkl fez referência ao nosso post sobre amizade na filosofia, em artigo sobre o dia 30/07, Dia Internacional da Amizade, agradeço a lembrança. 

 

O ser, a clareira e o necessário

15 jul

Somente através da linguagem possuimos uma habitação do ser, estando nela podemos ter acesso a clareira, e desdobrando-se neste ser-aí tomamos conta de nossas ex-sistência, e assim a clareira é o mundo e está no mundo, nesta verdade acreditou Heidegger e foi atrav+es dela que escreveu Cartas para o Humanismo, que recebeu a resposta de Sloterdijk que afirma que a clareira não seria o habitat e muito menos o que hoje chamamos de ambiente ou de “casa”, porque estamos em ruptura com a natureza, enquanto Heidegger considera o Ser humano pastor do ser, Sloterdijk afirma que sua tarefa +e saber guardar o Ser, ambos não eram religiosos, Heidegger o foi por um período, mas abandonou.
Muito antes da pandemia, Sloterdijk cria o termo co-imunidade, em alusão a tarefa de cuidar do ser “enfermo” aqui num sentido amplo que inclui o social, e tal tarefa emprega- se no ser, escolhendo-a livremente e impregnaodo-se dela ou não, assim independe da linguagem a qual é meio, enquanto o homem vive uma vida de exercícios, quase sempre vazios, ou com o termo que usava fazendo uma ascese (ascensão pelos exercícios) desespiritualizada, ou seja, sem cuidar-se como enfermo, mas aderindo a enfermidade.
Assim vivemos uma vida voltada a ação, à performance, a um conjunto de exercícios para auto-explorar-se, pena que Byung Chul Han foca excessivamente nas mídias sociais, elas também são meios enquanto linguagens, porém o consumismo, o ativismo e a busca de um ser ativo encontra apenas uma falsa ascese, mesmo que religiosa, pouco profunda porque não cuida do enfermo.
Para ambos, Heidegger e Sloterdijk, não se trata da alma, nem da elevação divina do homem, vê-se apenas o processo civilizatório, porém para os cristãos que entendem o quão profundo e importante é uma verdadeira ascese pessoal, trata-se da alma e da vida eterna.
A passagem bíblica que mais reflete isto, é aquela que nos recorda o que é essencial, diria até que só uma coisa é necessária, ouvir a voz do alto, da plena vida e da verdadeira luz da clareira, Lucas 10, 38-42, na qual Jesus visita a casa de Marta, “certa mulher” e Maria sua irmã, diz a leitura portanto não se tratam das mulheres conhecidas, como dizem alguns exegetas.
Marta está ocupada com os afazeres, certamente prepara algo para o mestre, e Marta se senta aos seus pés para ouvir o senhor, e Marta fica brava com a irmã que não a ajuda.
Mas o mestre a repreende e diz (Lc 10,41-42): “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
Só uma coisa é necessária, não se trata de alienação e sim da clareira da qual afastamo-nos.

 

Pré-ocupação: entre a ocultação e o mistério

14 jul

Conforme desenvolvemos os temas da semana passada, a clareira é a morada do Ser, de modo geral e dentro de determinados contextos: “o que está oculto dentro do todo, e de onde deve emergir o Ser” que elaboramos ali, isto é o que encanta as primeiras imagens do observatório James Webb, dentro do contexto do universo, olhar para grandes mistérios e fenômenos ali.

Sair da ocupação e entrar no mistério é assim deste modo uma expansão do Ser, quando descobrimos um mundo novo no final da idade média, também um conjunto de descobertas em torno da ciência foram sendo iluminadas e também elas foram início de uma clareira, porém o vínculo estreito ao subjetivismo, o trajeto de um objetivismo materialista voltara a ocultar.

Pré-ocupação, significa aquilo que ocupa a nossa mente e por consequência nosso ato, se desenvolve na roda-viva da modernidade em uma “sociedade do cansaço”, onde a pré-ocupação leva ao mesmo tempo a um esgotamento mental e social, e uma falta de contemplação, ou seja, nossa incapacidade de “admirar e pensar sobre alguma coisa” num estado contemplativo.

Assim só é possível sair da pré-ocupação por um processo de clareira do Ser, um mergulho no mistério, uma capacidade de “colocar entre parêntesis” nossos pensamentos e atos (o método do epoché fenomenológico), e assim voltar a “respirar” e sair da toxidade do mundo moderno, não deixamos de analisar e observar os graves fatos da contemporaneidade.

Assim a ocultação, a mitificação ou falsa “mistificação” da realidade é oposta à clareira, e muito diferente do ocultismo, o exemplo das imagens e estudos do James Webb são uma clara visão deste mergulho no mistério, onde sempre podemos encontrar novidades e novos enigmas.

A pré-ocupação é a mesmice do mundo contemporâneo, falsos problemas e problemas verdadeiros ocultos em discursos e modos viciados de enxergar a realidade, como alguém com dificuldade de visão e que não se sujeita ao uso de óculos para clarificar a realidade.

Contemplar é um ato complementar com a vida ativa, e só ela permite uma unidade do Ser, onde mesmo sobre momentos sombrios há luz e serenidade.

 

As 5 primeiras imagens do Observatório James Webb

13 jul

Chegaram as primeiras imagens coloridas do James Webb, de fato são incríveis e também as ferramentas disponíveis para os usuários, além é claro de todos os recursos internos dele.

Um alvo histórico era o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, está na constelação de Pegasus, como diz o nome são cinco galáxias, quatro das quais fazem uma dança entre elas e duas estão bem próximas.

O nascimento no chamado Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda resultado de oito explosões de um antigo sol agora reduzido a uma anã branca.

Um autêntico “berçário” de estrela, os pontos brancos dentro de uma enorme “montanha mística” feita por elementos que “alimentam” a formação de estrela, a chamada nebulosa Carina.

As outras imagens igualmente espetaculares foram o primeiro exoplaneta gigante, mais ou menos metade do tamanho de Júpiter, de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que foi mostrado com uso dos recursos internos o espectro de elementos presentes nele, isto é, se tem água e outros elementos químicos que o compõe.

E por fim uma quinta imagem foi mostrada do aglomerado de galáxias, SMACS 0723, que funciona como se fosse uma lupa cósmica para enxergar e ver como são outras galáxias e está é só a primeira.

O uso de uma ferramenta de zoom disponível permite que você escolha o alvo (escolha acima o quadro JWST e aparece a opção das 5 imagens) e faça o passeio viajando milhões de anos-luz e tendo uma experiência parecida aos cientistas. 

 

Guerra nas estrelas e as primeiras imagens do James Webb

12 jul

A Rússia está desenvolvendo uma estação orbital capaz de destruir satélites em órbita, é uma referencia clara ao StarLink de Elon Musk e outros satélites que transmitem sinais e imagens-alvo no solo.

Em novembro do ano passado a Rússia testou com sucesso, a destruição de seu próprio aparelho espacial inoperante “Tselina-D” que estava em orbita desde 1982, o míssil foi lançado do solo.

De acordo com o general David Thompson, vice-líder de operações da Força Espacial dos EUA, em declaração ao Washington Post, os satélites americanos sofrem ataques da China e da Rússia “todos os dias”, assim a guerra já extrapola o planeta, enquanto as guerras em solo se prolongam.

Por outro lado, hoje é dia das primeiras fotos observadas pelo telescópio James Webb, às 11 horas do Brasil, uma delas será a nebulosa Carina (foto feita pelo Hubble acima), localizada a 7.600 anos-luz, onde o objetivo e entender o nascimento dos sóis, que nesta nebulosa são imensos e em quantidade.

De um lado o nascimento e de outro a morte de estrelas, outra imagem do James Webb será a da nebulosa do Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda e está a cerca de 2.000 anos-luz da Terra.

Um terceiro alvo é histórico, é o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, um período ainda com telescópios limitados e que se encontra na constelação de Pegasus.

Usando uma técnica especial de espectroscopia, que permite ver a composição química de um objeto distante, um planeta gigante chamado de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que está a 1.150 anos-luz do nosso planeta.

O quinto alvo, não necessariamente nesta ordem, será a utilização de um aglomerado de galáxias, o SMACS 0713, que funciona como se fosse uma lupa cósmica e permite enxergar outras galáxias atrás, e que será para os astrônomos a experiência mais fantástica.

De um lado aprisionados e em guerra em nosso minúsculo planeta com ameaças de guerra, e outro um olhar para o infinito que deveria nos fazer abrir a mente e a alma para um futuro promissor. 

 

Covid em alta e novas variantes

11 jul

A Covid 19 continua em alta no país sob o olhar despreocupado das autoridades, são raros os ambientes onde os protocolos são respeitados, e os números de novas variantes já apareceu.

Segundo estudo da Fiocruz as novas subvariantes BA.4 e BA.5 que eram cerca de 8% em maio subiram para um percentual de 25% em junho, porém não é apontado a questão de letalidade, porém a transmissibilidade é tão alta como as variantes anteriores.

A única citação que encontrei na área médica foi do imunologista do Centro de Inovação biomédica da Pioneira Universidade de Pequim, na China, que afirma que estas variantes são “certamente” é mais infecciosa em comparação as com as anteriores, mas é preciso mais estudos.

O cenário é semelhante em toda América do Norte e Europa e isto indica que as duas novas subvariantes devem se tornar dominantes no país, também a eficácia vacinal não é clara.

O que tem ajudado no Brasil é um inverno menos rigoroso, o que não piora as síndromes respiratórias, porém é prevista uma nova massa polar para o meio do mês e início de agosto.

No plano internacional, os especialistas mostram-se preocupados, porém enfatizam que as vacinas e os reforços não são completamente ineficazes, Dan Barouch, imunologista da Faculdade de Medicina de Harvard, afirmou em Boston: “A imunidade das vacinas atuais ainda deve fornecer proteção robusta contra doenças graves, hospitalização e morte”, é tranquilizadora.

Uma notícia ainda mais animadora foi publicada pelo National Geographic que além de noticiar que os fabricantes de vacinas conversam sobre uma vacina específica contra a Òmicron e segundo Stephen Zeichner, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade da Virgínia: “Está bem claro que o vírus continua evoluindo e, no futuro, existe a necessidade de uma vacina universal contra a covid 19 ou mesmo uma vacina universal contra os coronavírus”.

Até que tenhamos esta segurança, inclusive contra novas variantes, é importante manter os cuidados.

 

Consciência, verdade e clareira

08 jul

Pode-se classificar consciência de diversas maneiras, porém ela distante do todo ao qual pertence o ente (identificado como realidade material na modernidade) ela esquece o ser, assim permanece oculto o que de fato é consciência e fica mais próxima da senticiência a qual se referem as a inteligência artificial e que poderia ser chamada de consciência maquínica.

A clareira que emerge do ser, já foi postado neste blog aqui, é aquela que está contida no contexto de um todo, e dela emerge o ser, e esta crítica pode ser estendida a toda modernidade, onde há uma fragmentação e tudo se refere a parte, muitas vezes até oposta ao todo ao qual pertence o ente, e dele emerge a questão do ser, conforme pretendia Heidegger.

Este todo é também reivindicado por Edgar Morin, que completa no dia de hoje 101 anos, e junto do Lima de Freitas e Barsarab Nicolescu escreverem na “Carta da Transdisciplinaridade” de Arrábida (1994) como “a ruptura contemporânea entre um saber cada vez mais acumulativo e um ser interior cada vez mais empobrecido leva a ascensão de um novo obscurantismo, cujas consequências sobre o plano individual e social são incalculáveis” (Arrábida, 1994).

Este tipo de consciência formal leva também uma noção não só de saber, mas também de cultura e até de religião a um desvio longe da clareira do Ser e sujeito a regras e preceitos formais, de Lei e saber em uma lógica aparentemente rigorosa, mas desumana e que oculta o Ser.

Na cultura significa limitar a concepção a um tipo particular de cultura, de uma única cosmovisão, que é válida, mas que não pode ser imposta a outras visões de mundo em especial, às originárias.

Aos cristãos a passagem bíblica que esclarece esta falsa consciência é a que Jesus é questionado por um mestre da Lei, especialistas em consciência formal, pergunta ao mestre o que precisa fazer para conquistar o reino divino, e Jesus diz numa linguagem moderna respeita o Outro e admite o Ser Divino por excelência, aquele que está é o Todo em uma cosmovisão monoteísta (Deus).

Porém a parábola do Bom Samaritano é dita logo em seguida e torna clara a consciência formal, diz a parábola que um homem foi assaltado e maltratado por assaltando e ficou a beira do caminho, passou um sacerdote e um levita (tribo de onde saiam religiosos daquele tempo) e se desviaram do problema, passou um samaritano (que era um povo sem religião e que não gostava dos judeus) e ofereceu ajuda, colocou óleo e vinho nas feridas, colocou em seu animal e levou-o a uma pensão pagando sua estadia e caso se prolongasse pagaria na volta.

Somente o samaritano teve uma atitude de consciência verdadeira com o homem, então Jesus disse aos que perguntavam como conquistar o reino divino “Vai e faze a mesma coisa” (Mt 10,37).

 

Senciencia e consciência humanas

07 jul

Se assistimos ou lembramos de filme de ficção científica como HAL-900, o supercomputador do filem 2001 Uma Odisseia no Espaço, no qual o computador começa a tomar decisões sozinha ou a paródia de “Os Simpsons”, num episódio uma voz ganha vida inteligente e se apaixona por Merge e quer matar Homer, hoje já somos capazes de identificar limites destes devaneios.

Ainda não somos capazes de identificar os limites da máquina de AI (o filme no qual uma máquina inteligente criada para controlar o meio ambiente após o derretimento das calotas polares tem um encontro com um garoto humano David Swinton (o artista Haley Joel Osmet) vai ter uma emocional inesquecível com esta máquina, e Blade Runner, ao meu ver a melhor ficção na área, na linha do “sentiente” no filme “ex-machina” o robot (na foto acima modificada do filme) desenvolve um “instinto”.

A máquina de AI e os Andróides sofisticados de Blade Runner ainda estão longe de serem realidades científicas que permitam “consciência” às máquinas ou mesmo “cérebros inteligentes” (a máquina LaMDA é apenas um programa com dados armazenados em uma nuvem), e são obras de ficção científica, ambas dirigidas a um futuro acima da segunda metade do milênio de XXI.

Regras formais, além de não serem “humanas”, por mais complexas que sejam, são apenas sentientes e mesmo elas não são possíveis de implantadas em robôs ou cérebros.

O problema nosso civilizatório é permitir que a humanidade chegue lá em segurança social, ambiental e moral, assim devemos pensar em consciência dirigida a estes fenômenos, já que só se pode falar de consciência de “algo” fenomenológico, e a consciência mais urgente é a paz social num sentido amplo.

Já nos limites da AI, que caminha para uma senciencia avançada, consegue identificar as pessoas por traços de seus rostos, carros por placas e resolver complexas questões lógicas e avança para problemas de aprendizagem de máquina identificando e classificando dados em linguagem natural que alcançam uma aprendizagem “de” máquina mais profunda (deep learning).

Ter uma consciência mais profunda da realidade além das propagandas enganosas, promessas de paraíso terrenos que escondem atrocidades, olhar para a seguridade social, que inclui todas as pessoas num ritmo acelerado de ações (a Sociedade do Cansaço) sem pausa para a reflexão.

Os nossos problemas mais urgentes e imediatos são humanos: a relação empática e a paz social.

 
 

Polêmica da máquina consciente e algumas devaneios

06 jul

Antes de qualquer polêmica é importante entender que a questão da ética está presente em todas equipes sérias de AI (Artificial Intelligence) e desde a conferência de   na Suécia, diversas empresas e centros de pesquisa assinaram um acordo de não desenvolver máquinas letais em AI.

Jean-Gabriel Ganascia escreveu um importante livro sobre o Mito da Singularidade, o ponto em que a máquina ultrapassaria a inteligência humana e ele próprio tem um setor de ética em seu laboratório, como muitas equipes tem inclusive a Google.

Uma polêmica recente surgiu a partir de uma entrevista do engenheiro da Google Blake Lemoine ao Washington Post e ter definido a máquina de AI LaMDA (Language Model for Dialogue Applications) da gigante de buscas como tendo senciência, imediatamente a Google o afastou e através de seu porta-voz Brian Gabriel informou que as preocupações de Blake não estavam “de acordo com nossos princípios de IA e o Informou de que as evidências não respaldam suas alegações”, mas a polêmica continuou.

A primeira coisa a esclarecer é que senciência tem uma grande diferença de consciência, que significa que “perceber pelos sentidos [no caso das máquinas sensores [ou que ter impressões, enquanto consciência existem diversas definições, porém ficamos com a da fenomenologia que afirma que só se pode falar de consciência de algo, assim depende do fenômeno e da intenção.

Também para a fenomenologia, em especial para a ontologia de Heidegger sua descendente direta (Heidegger foi aluno de Husserl) o Ser é descrito como morada da linguagem, mas não se pode esquecer que linguagem para Heidegger tem uma função poética, ou seja, em um sentido mais amplo que o cotidiano.

Voltando ao sentido dos sensores, agora temos uma evolução da IoT (Internet of Things), pode-se pensar em expressões faciais, gestos e atitudes que possam identificar a senciência de uma máquina, porém a consciência de algo significa também para Heidegger, desvelar o oculto, aquilo que nos leva a uma clareira do objeto ou do fenômeno, a constatação de sua ex-sistência, seu Ser.

Sem apelo a filosofia, voltando ao cotidiano, é possível um comportamento humano que emite e que se desenvolva como máquina, uma robotização de nossas ações, o que inclusive é muito comum na modernidade, uma “mesmice”, a linguagem poética, a arte e a cultura vem em socorro.

Quanto ao aspecto técnico, é desejável que se conheça mais a fundo, enquanto o aspecto social não pode deixar de observar aspectos técnicos importantes e seus limites, claro, inclusive ético.

Aos que querem detalhes técnicos recomendo a entrevista que Melanie Mitchel  concedeu a Zeeshan Aleem: Did a Google create a sentient program ?, há muita fantasia e ficção por ai.