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Arquivo para maio 9th, 2016

Conjuntura e ética de Espinosa

09 mai

Baruch Espinosa (1632-1677) foi um pensador diferenciado do início da modernidadeEthica pois assim como Leibniz faz uma ponte com os escolásticos, através de uma categoria chamada substância, que pare ele substância é o que é, isto é, uma essência e aqui tem parentesco com as ideias de Lebniz (1646-1716).

 

Li esta obra na minha adolescência, e me achei um estúpido, mais tarde fui ler um livro velho de Will Durant onde ele dizia: “ ,,, Espinosa não é um cara para ser lido, mas estudado …” e diz mais para frente “ … não esperes apanhar a essência em uma rápida leitura …”, ufa que bom, não era tão ignorante, porém foi bom pensar isto naquele tempo.

 

Foi Durant também quem me deu a maior dica para lê-lo que para entender sua “Ética” tinha que compreender três palavras chave: “substância, atributo e modo”, e vendo uma belíssima reedição da EDUSP (2015 na mesa de um colega, pensei que era ora de relê-lo, um pouco menos ignorante que a quase meia década atrás.

 

Tinha uma motivação a mais, o que se fala hoje de ética parece um pouco na base de uma torcida fanática de um time, então precisava reencontrar o que foi meu primeiro aporte, nele substância é definida assim: “Por substância entendo o que existe em si e por si é concebido; isto é, aquilo cujo conceito não tem necessidade do conceito de outra coisa do qual deva ser formado” (I, definição 3).

 

Modo significa toda forma ou figura particular que passageiramente a realidade assume, opa isto é bom para minha análise que estamos numa forma muito passageira de ética.

 

Então falta entender o atributo, é aqui que ele vai se distanciar da escolástica e de Descartes, entende: “Por atributo entendo o que o intelecto percebe da substância como constituindo a essência dela” (I, definição 4).

 

No período em que Hobbes (1588-1679) defendia o Absolutismo, Espinosa já era democrata, para ele o objetivo do Estado não era evitar a guerra, mas promover os bens humanos, e sua ética era que aprendemos a ação pela razão (só mais democracia leva a isto) na medida em que abandonamos às paixões escravizantes (fanatismo político ou partidário), os parêntesis são nossa observação conjuntural.